muito gente boa esse japa

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rafael se encostou na parede do muro da faculdade, puxando o namorado pela camiseta para ficar de grude.

honestamente, nenhum dos dois estava tendo uma aula interessante no momento, assim como todo o resto do grupo de amigos, então decidiram apenas irem para o bar na frente da faculdade para jogarem uno.

agora, joshua e rafael estavam esperando os outros amigos. rafael abraçava joshua e tinha o rosto em seu pescoço, as mãos em sua cintura quando, subitamente, ouviram alguém gritando:

— ôh rafael! - o citado levantou o olhar, e joshua se virou, vendo um um grupo de amigos que ele não fazia ideia de quem fosse, um garoto parecendo envergonhado no meio. - o japa aqui não sabe falar português!

— eu não falo japonês não, mano. você quer que eu faça o que? - gritou de volta.

sinceramente, rafael estava esperando algum comentário sobre ele ser japonês - o que também não era verdade -, mas o próximo a falar foi o tal japa.

— eu finjo não falar português quando não quero conversar, mas ai nisso a galera tem certeza que eu sou japonês. foi mal ai. - tudo foi dito em coreano, e joshua e rafael se olharam em compreensão antes de começarem a rir. honestamente, isso teria sido muito útil na vida dos dois caso tivessem tido essa ideia genial.

— sabia que vocês iriam se entender!

o garoto que joshua não conhecia voltou a se pronunciar, empurrando o - agora - coreano até que ele estivesse perto do casal.

e ele honestamente parecia prestes a fazer cosplay de avestruz e enfiar o rosto no chão.

— qual o teu nome, mano? - rafael voltou a falar em português quando o grupo de afastou.

— é chan... ou cauê, mas ninguém me chama de cauê por causa da musica do segura o tchan. - rafael e joshua seguraram a risada dessa vez. - e vocês?

— me chamo joshua, menor. ai ele é o rafael.

— tu é calouro? a gente vai com os nossos amigos pro bar ali matar aula. se tu estiver a fim de conhecer gente nova... a desvantagem é que com a gente não dá para você fingir que não fala português, mano.

— então não vou estar querendo, piá...

diferente de sua fala, chan continuou conversando com rafael e joshua antes de irem para o bar. quando os outros chegaram, gabriel foi o primeiro a se pronunciar.

— sempre soube que um dia o joshua se renderia a poligamia e vocês apareceriam namorando uma terceira pessoa.

— o rafael conhece mesmo todo asiático de são paulo, uau. - junior comentou.

— só não conheço o gostoso do seu pai, vai me apresentar ele quando?

— que pai?! você achou ele?!

— sem caô, vocês são sem educação pra porra. até agora nem se apresentaram pro menor.

joshua ainda recebeu mais alguns xingamentos antes de todos eles se apresentarem para chan. dez minutos depois, os nove estavam no bar, conversando como se já fossem amigos a anos.

— tu bebe cerveja, chan?

— piá, te falar que hoje eu não ia beber, mas bateu uma saudade danada do michael jackson agora. guri cantava demais. - chan respondeu em uma falsa tristeza para davi, que acenou como quem diz "eu te entendo".

— então vão ser nove cervejas por enquanto, chefia. - bernardo pediu ao garçom, que anotou o pedido antes de andar até o frigobar, trazendo as garrafas de vidro.

— hoje é dia de rodízio na pizzaria, bora aparecer todo mundo lá de noite. - rodrigo disse.

— puts, vida. posso não. marquei de ver drag race com a minha irmã.

— caralho, gab. todo dia cê tá falando de uma situação diferente envolvendo uma irmã. quantas irmãs você tem? - davi perguntou enquanto abria a bebida.

— quantas irmãs eu tenho contando as mortas, ou só as vivas?

— só as vivas, né? ele perguntou quantas irmãs você tem, não quantas irmãs você tinha. - chan respondeu.

— então só uma. - rafael riu alto.

— caralho, gostei desse chan, mano.

usp; seoksooOnde histórias criam vida. Descubra agora