CAPÍTULO VI

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CAPÍTULO VI

Edmundo tem plena consciência de que seus irmãos esperavam ele voltar com Caspian para casa, talvez devem estar desesperados com o desaparecimento do bendito humano e do seu irmão, mas não é como se Caspian pudesse fazer algo de ruim a eles pois a promessa ainda está em ativa.

Quando Caspian o pediu para conhecer a vila, Edmundo não teve como negar. Ele o entende melhor que ninguém, sabe como é aquele sentimento de que precisa descobrir e explorar mais enquanto sofre por ter algo os impedindo, no seu caso é a barreira que separa Nárnia do resto do mundo, Edmundo não quer ser a barreira no caminho de Caspian mesmo que isso custe a vida de ambos. Fora que pela sua promessa não poderia negar, Caspian iria de um jeito ou de outro e não adiantaria de nada o proibir de entrar no meio dos outros narnianos.

Edmundo prometeu manter Caspian em segurança, se ele fosse entrar lá que pelo menos pudesse ser com alguém que pudesse ajudá-lo a se movimentar pelas ruas.

"São donas de uma beleza que valem a pena proteger, assim como você".
Não era algo que ele esperava ouvir e muito menos que saísse dos lábios de alguém, Edmundo ficou tão surpreso e envergonhado que mal conseguiu pensar em nada que pudesse dizer a Caspian.

Ele nunca imaginou que alguém pensaria isso sobre ele, que ele é bonito e que vale a pena proteger. Ele sempre ressalta o quanto cresceu ouvindo palavras cruéis sobre sua aparência, Edmundo já se contentou ao saber que teria a companhia apenas de seus irmãos e logo após dos animais, nada de romances ou amor para alguém como ele, felizmente ele nunca se preocupou com as questões do coração.

Mas Caspian falou aquilo de uma forma tão doce e sincera, Edmundo não acha que sua beleza se compara a uma valiriana, nunca que ele poderia dizer que é tão bonito e gracioso quanto uma. Mas por alguns poucos segundos, aquele pouco ao qual Caspian o disse, ele achou que sim.

Edmundo pensou que talvez sua beleza fosse única e para ser apreciada, que ele pode ser tão bonito quanto uma valiriana, mas infelizmente essa sensação não durou muito.

Como tudo que é bom acaba, Edmundo voltou a realidade ao se lembrar que Caspian é um humano. Ele não poderia se sentir tão protetor diante de alguém que precisara abandoná-lo para voltar ao seu país natal, não pode ter o perigo de se acostumar ao ponto de doer mais ainda quando Caspian partir.

Edmundo também se lembrou que a beleza dos féericos eram uma espécie de gatilho aos humanos, não importa se ele se ache horrível mas os mortais sempre se encontrariam caídos por sua aparência, eles tem sangue narniano como qualquer outro féerico.

Embora não seja algo comum, o dom da beleza foi algo herdado pelas fadas e ninfas e por isso nem todos os narnianos a contém, ele e seus irmãos realmente não sabem como o conseguiram mas sabem que tem esse dom pela forma como sua aparência é parcialmente mortal, mais humana que qualquer outro narniano, o que significa ser uma herança das ninfas ou fadas.

Foram séculos de narnianos sendo vendidos e escravizados, as fadas que eram tão parecidas com humanos e tinham seu dom da beleza eram vendidas como escravas sexuais aos que pudessem pagar mais caro. Eram tempos sombrios, por isso é tão raro encontrar fadas ou pessoas com sua herança em meio a narnianos, maioria estão extintos.

Exatamente por isso ele e seus irmãos são um símbolo confuso e enojado entre os outros. Eles não deveriam ter a beleza das fadas, a única forma deles terem nascido tão humanos é porque receberam genes humanos, talvez nascidos de mortais e féericos do passado.

A única alternativa que Edmundo pensou sobre seus ancestrais é que um era humano e outros era uma fada, fruto da invasão dos humanos a sua terra.

As pessoas desprezam seu lado humano mas esquecem que eles também são féericos, mesmo que esses féericos vindos da sua família estejam mortos. Edmundo arriscaria dizer que os únicos com a sua herança que ainda estão vivos são praticamente seus irmãos e ele.

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