"Podia falar sobre os heróis
E seus super poderes.
Podia falar sobre os príncipes
Que resgataram suas garotas e mostraram um mundo diferente.
Podia falar sobre os poetas
Que sangram de amor sobre o papel.
Mas prefiro falar sobre nós.
Prefiro falar s...
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- Remmy, isso é desnecessário.
- Reclame o quanto quiser, farei do mesmo jeito.
Após todo aquele ocorrido com Lucius Malfoy, as mãos de Elle acabaram com marcas de dentes e alguns cortes. A garota havia descartado a possibilidade de ir até a enfermaria para cuidar dos machucados, pois de acordo com ela "estaria se entregando". Lucius jamais denunciaria o que aconteceu, seria humilhante demais, até para ele, teria que cuidar de um nariz quebrado e uma cara roxa, sozinho. E agora, Elle estava no quarto dos marotos, sentada na cama de Remus, enquanto ele enfaixava suas mãos, com toda a delicadeza do mundo.
Ver Remus ali, cuidando dos seus machucados, fazia com que ela lembrasse de seu pai. Leon Blanchard era o homem de sua vida, seu exemplo. Ele havia lhe ensinado a forma como um homem deveria tratá-la; ela nunca precisou da aprovação de outros homens, pois seu pai era seu primeiro amor. Foi criada num lar onde as decisões eram tomadas em conjunto, mas a última palavra sempre era de sua mãe. Leon tratava a esposa como uma verdadeira rainha, e havia ensinado sua filha que esse era o tratamento que ela merecia ter.
- Elle, você não pode sair batendo nas pessoas assim.
- Claro que eu posso. - Se defendeu - Ele mereceu e eu já queria fazer isso a muito tempo.
Remus não pode deixar de rir um pouco com o temperamento da garota. Não era do tipo violenta, muito menos era empática o suficiente para comprar qualquer briga por aí, mas para Elle, Malfoy não passava de um ser desprezível. Não sabia se era possível, mas odiava até mesmo a forma como o garoto respirava.
- Eu sei. Mas da próxima vez, resolveremos de um jeito menos agressivo, tudo bem?
- Vou pensar no seu caso. - piscou para ele.
Lupin segurou delicadamente as mãos de Elle e as levou até os lábios, beijando seus machucados já cobertos. A garota quis chorar, mas se contentou em apenas sorrir e agradecer.
- Obrigada por isso. Você tem mãos de anjo. - Eles riram.
- Sempre aqui, Elle.
Pronta para sair do cômodo, Blanchard pegou seus materiais e sua capa, indo até a porta. Na mente de Remus, milhões de possibilidades colidiam umas com as outras, ele não podia deixar passar.
- Você vai estar ocupada no sábado?
Elle parou segurando a maçaneta, e ainda de costas para ele, sorriu. Se virou e estreitou os olhos.
- Não. Por quê?
O rosto do garoto estava em escarlate, e Elle precisou se controlar para não rir do desespero dele.
- E-Eu estava pensando... Se você gostaria de ir à hogsmead comigo.
Fofo. Completamente fofo. Elle tombou a cabeça para o lado e riu levemente.
