Pomba de Luto - (Tradução)

Capítulo 1

  “Severus, há um pico de energia sendo captado pelas proteções nas masmorras próximas aos seus quartos. Acredito que seja apenas um fantasma começando a se formar, mas é melhor verificá-lo, só para garantir.” Albus Dumbledore disse sem preâmbulos no meio da reunião mensal de equipe. Minerva bufou por ter sido interrompida por Dumbledore para esta declaração.

“Como a única pessoa que vive nas masmorras, agora é minha responsabilidade cuidar de um novo fantasma, não é?” Severus murmura com um sorriso de escárnio. 

"Se você puder, Severus," Albus disse, seu tom nem mesmo insinuando que isso era uma sugestão, mas uma ordem a ser seguida imediatamente. Severus suspirou e se levantou, tirando fiapos invisíveis de suas vestes antes de sair da sala dos professores. Esta foi uma desculpa tão boa quanto qualquer outra para evitar ouvir os outros chefes de casa reclamarem de seu comportamento para com os alunos. Severus se perguntou por que ele estava sendo enviado para verificar esse fantasma recém-formado e não para dizer o Barão Sangrento ou a Dama Cinzenta, que normalmente assumiam qualquer alma recém-falecida. 

Assim que Severus se aproximou das masmorras, ele sentiu aquele poder ondulante e arrepiante enchendo os corredores como uma nuvem de fumaça invisível. Deve ter sido um mago muito poderoso durante sua vida para liberar tanta energia que se tornou um fantasma. Severus tentou pensar em alguma morte relatada recentemente pelo Profeta Diário que pudesse ter decidido que eles tinham assuntos inacabados, mas não conseguiu fornecer nenhum nome. Desde a queda do Lorde das Trevas, há seis anos, as notícias tornaram-se muito mundanas e as mortes poucas e raras. As mortes dos Potter foram as últimas mortes amplamente publicadas, fora dos Comensais da Morte que foram condenados aos dementadores.

Quando Severus virou a esquina do corredor que levava a seus quartos, ele viu uma espessa névoa de névoa azulada, lentamente começando a se transformar em um ciclone, puxando a névoa cercada para a massa rodopiante e acumulando tanto poder que parecia Severus seria forçado a ficar de joelhos com a pressão. Severus teve um pensamento fugaz de como isso era poder demais para apenas um mero fantasma e se fosse outro poltergeist como Pirraça, o castelo pode não chegar inteiro às férias de verão. 

Sem nenhum aviso, a pressão e a magia crescente desapareceram, fazendo Severus cambalear ligeiramente com a perda repentina. O ciclone de névoa então entra em colapso, criando uma onda de choque de poder frio e gelado que causou arrepios na própria alma de Severus. No meio do salão não há mais uma névoa indistinta, mas a forma de uma criança pequena. Severus teve uma sensação horrível ao colocar os olhos na criança fantasma e uma profunda tristeza por uma alma tão jovem não apenas ter sido tirada do mundo cedo demais, mas também presa em uma meia-vida como um fantasma. 

A criança parecia ser do sexo masculino e ter cerca de quatro ou cinco anos, vestindo roupas grandes demais para ele e em péssimo estado. À medida que o menino recuperava os sentidos e a senciência enchia aqueles olhos, a cor opaca voltando lentamente ao corpo do menino, Severus sabia quem ele era. 

Aqueles olhos verdes, mesmo pálidos e embotados pela morte, eram reconhecíveis. Harry Potter, o garoto que sobreviveu, só que aparentemente não existe mais. O menino deveria ter sete anos e morar com sua amorosa família, segundo Dumbledore. Severus não tinha dúvidas de que a criança fantasma de cabelo bagunçado neste corredor era Harry Potter, mesmo que Severus não pudesse ver a cicatriz distinta que Harry ganhou na noite em que o Lorde das Trevas assassinou sua família. Severus então viu o que provavelmente matou a criança, impressões escuras semelhantes a mãos cobriam a garganta do menino. Severus sentiu tristeza pela criança que teve uma morte tão lenta e dolorosa, ele também sentiu uma onda de raiva crescente por ninguém saber que o menino estava em apuros e era tarde demais para salvá-lo.

Severus não conseguiu salvar outro Potter e foi quase pior do que perder Lily. Severus não apenas falhou em proteger o filho de Lily do mal que ele havia jurado fazer, mas ele nem sequer pensou que precisaria se preocupar com Harry e sua segurança até a hora de chegar a Hogwarts. 

Bem, o menino havia chegado a Hogwarts quatro anos antes, mas não estava vivo. Severus já sabia que mesmo que o menino estivesse morto, ele teria que fazer tudo o que pudesse para ajudá-lo. Isso significava encontrar a pessoa ou pessoas que o mataram, recuperar o corpo de Harry para um enterro adequado ao lado de seus pais em Godric's Hollow e, finalmente, fornecer ajuda ao menino para que ele pudesse cruzar e finalmente ficar em paz com sua família. Severus tinha que fazer essas coisas, sua honra e dever não o deixariam fazer menos, especialmente cara a cara com seu fracasso em proteger Harry do perigo em primeiro lugar. Mas primeiro para alertar os outros.

Severus convocou seu Patrono, “Diga a Dumbledore que temos um novo fantasma no castelo, e alguém precisa ser enviado aos parentes de Harry Potter para avaliar se alguém está vivo. Harry Potter está morto. 

Continua…