Ciúmes - CharlieBabe

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   Charlie tem a plena certeza de que por algum motivo, Way desgosta dele. Não entende muito bem a razão para isso, não sabe se é ciúmes, se é rancor, ou se simplesmente não foi com a cara do garoto. No entanto, sabe que algo está acontecendo

   Babe tinha ido apenas beber uma cerveja com Way, disse que preferia não levar Charlie para que o outro não ficasse chateado. Charlie não insistiu mesmo que não tenha gostado, pois sabe como a amizade de Way é importante para seu o namorado. Ele é como da família.

   No entanto, já é madrugada e ele simplesmente não retornou para a casa, o que está fazendo Charlie arrancar os cabelos.

   Fala sério! Babe sabe que Charlie é paranoico, não podia simplesmente atender o telefone?

    Charlie já vestiu seu casaco, e está preparado para sair em busca do namorado, que provavelmente está bêbado e esqueceu de carregar o celular. Pega a chave do carro e sai pela porta.

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   Charlie adentra na casa de Alan, indicado por um dos garçons. Pelo que descobriu, Babe, Way e o pessoal da garagem estavam bebendo no bar que normalmente frequentam, que é o que Charlie averiguou. Em seguida, um garçom contou que ouviu por alto eles falarem que iriam para casa do Alan, continuar a comemoração por lá.

    Comemoração de quê?

   O casarão está lotado, há tantas pessoas que é difícil discernir quem é quem. Além das luzes escuras piscando o tempo todo, a música alta confunde sua cabeça.

   Se pergunta se é um lugar apropriado para pessoas compromissadas.

    Quer dizer, não que seja do tipo ciumento. Entretanto, não gosta que Babe saia para lugares assim sem o convidar.

    É o mínimo.

   Espera que a explicação de Babe seja muito boa, porque pela primeira vez realmente está chateado com o outro. Chateado por estar em um lugar assim, mas o mais importante, por não ter o avisado.

   Quando chega na área da piscina, congestionada de pessoas, avista o seu querido namorado. Este que está dançando animadamente com Alan, sem camisa, na beira da piscina.

    Sem preocupações, com um sorriso no rosto, como se não devesse satisfação a ninguém.

    Charlie serra os dentes.

    Pelo menos não é o Way ali.

   Decide encostar na mesa da área externa e observar as ações do namorado até que ele o perceba.

   Isso ajuda a raiva diminuir, ver que Babe está apenas feliz, se divertindo com os amigos. Provavelmente apenas não conseguiu carregar o celular.

   Está tudo bem.

    Então, para sua infelicidade, vê o outro amigo de Babe se aproximando.

    Way...

   A raiva volta para o seu corpo de forma instantânea. Não está com raiva de Babe, está com raiva de como Way parece sempre tentar manter contato físico com seu namorado. Quando Babe o abraça de volta, é perceptível que é sem segundas intenções, porém quando o outro o abraça, percebe-se que há maldade.

    Charlie está quase saindo de onde está para puxar o namorado para si, mas não é necessário, já que Babe o percebe em sequência.

    É uma cena um tanto quanto engraçada. Babe o olha abismado, depois parece pensar que é uma alucinação e volta a dançar, mas então, um segundo depois, o encara novamente. Está aparentemente surpreso por ver que o namorado está realmente ali, como se não fosse real.

    Então Babe se afasta de Way sem dizer nada, vindo na direção do namorado recém chegado. O outro, sem entender, olha em volta para ver o que o amigo procura. Em seguida, mira Charlie, com o que parece desprezo.

    Charlie sorri falsamente.

    Se tivesse uma câmera filmaria essa cena.

    Charlie... – Babe corre com empolgação se jogando nos braços de Charlie. Sua pronuncia lembra algo como "Challi".

    Ele se solta do abraço, percebendo um pouco de frieza por parte do namorado. Este que, cruza os braços na intenção de mostrar chateação.

    Não posso ser tão fácil também.

    – Charlie...? – Babe o olha parecendo confuso, e percebe o bico do namorado. – Ah...Vamos lá, meu celular descarregou, eu juro. – Bingo. – Way me contou que te convidou, então fiquei tranquilo, mas como demorou, pensei que não viria.

    Claro, Way novamente entra em ação, mentindo para Babe sobre Charlie. Com certeza estava muito satisfeito de não tê-lo visto até agora.

    Charlie o analisa cuidadosamente, e o mesmo não parece tão bêbado, por incrível que pareça, apenas alterado. Charlie segura o riso enquanto vê o namorado fazendo um rosto triste na intenção de comovê-lo.

    – Me desculpe por te preocupar... – Babe reconhece sem Charlie precisar explicar, e começa a dar beijos por todo o seu rosto.

    Charlie permanece com seu drama, agora puramente por diversão, já que não consegue ficar bravo com Babe de verdade. Quando o mesmo tenta beijar sua boca, ele desvia dando a bochecha em troca, como aconteceu no começo de tudo. Babe dá risada.

    – Não é justo. – O namorado ressalta, abraçando sua cintura. Charlie o analisa com uma feição inocente.

    -- Eu tenho direit... – Ia dizendo, mas escuta uma voz se aproximar da conversa deles.

    -- Charlie. – Way o cumprimenta, agora mais próximo. – Acabei esquecendo de te chamar, me desculpe.

    Charlie sabe que essa intromissão foi puramente na intenção de incomodá-lo, visto que não recebeu um convite dele de propósito, porém Babe não consegue enxergar o que ele enxerga.

   – Não se preocupe, Way. – Charlie sorri para manter a falsa simpatia. Além disso, aproveita que os braços do namorado estão em sua cintura, e o abraça de volta, colando seus corpos. – Eu sempre virei atrás do meu namorado.

    Charlie observa Way puxar ar pelo nariz em sinal de raiva, mas no segundo seguinte tenta disfarçar, e apenas coça a nuca desviando o olhar.

    – Então, Babe, quer voltar para a festa? Parece que Charlie faz você esquecer do mundo à sua volta em poucos segundos. – Way sorri como se fosse uma brincadeira inocente, porém Charlie sabe bem que disse isso na intenção de virar a cabeça de Babe.

    – Hmm... – Charlie reflete, desgrudando um pouco do abraço. Babe está parecendo sem graça com a situação, sem saber o que dizer. – Quero ir para casa, vamos embora? – Pede com um sorriso adorável, erguendo a cabeça.

    Dessa vez, vendo pelo seu campo de visão, Charlie consegue perceber a indignação no olhar de Way, como tivesse acabado de ouvir algo realmente absurdo.

   Babe, por outro lado, sorri involuntariamente, não resistindo a fofura do namorado. Ele aperta as suas bochechas.

   – Tão fofo. – Babe reage com um sorriso. – Vamos, é claro. – Ele nem mesmo hesita.

   – Mas Babe, e a comemoração? – Way o questiona inconformado, fazendo Babe o olhar confuso com sua reação.

   – Nem é uma comemoração de verdade, é apenas uma festa, você sabe. – Way dá um passo para trás, como se tivesse sido traído. – Não posso deixar o garoto do Babe ir embora sozinho. – Babe conclui com clareza, e sela seus lábios nos de Charlie. – Vamos, amor. – Ele sorri, e entrelaça seus dedos.

    Ambos dão as costas, largando Way ali sozinho, com raiva do que acabou de presenciar. Charlie dá uma olhada para trás por curiosidade, e não consegue resistir a mandar um beijo para o garoto ali plantado.

    Bom, pela sua reação, o odeia mais ainda agora.

PoohPavel/CharlieBabe - One shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora