𝖈𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 𝖙𝖜𝖔

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(1) - Pode ter cenas desconfortáveis.

(2) - É narrado pela garota que escapou.

Boa leitura!

Corria pela estrada de terra

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Corria pela estrada de terra. Meus pés descalços sentiam a textura da terra. O suor percorria pelo meu corpo. Ofegava, sentia o ardor queimar de dentro para fora. A dor em minha garganta que parecia estar sendo dilacerada por milhares de facas. O sol queimava-me completamente, sentindo as bolhas se formando sob a camada da minha derme mesmo estando coberta parcialmente pelo lençol branco manchado em vermelho.

Minha mente parecia um grande e verdadeiro caos natural. Tantos pensamentos, tantas sensações, tantos sentimentos; minha cabeça parecia explodir a qualquer momento.

Por quê? Por que tinha que ter me sucumbido a ele?

A sua voz. O seu olhar. Seus lábios... Me hipnotizavam de uma forma que a racionalidade não existia entre as ligações neurais do meu cérebro.

Avisto uma cabana e logo adentro na mesma, sem esperar convites ou quaisquer que fosse a saudação que receberia sendo aquilo. A cabana de madeira era rústica; as luzes perpassam pelas paredes, mas tratei logo de encontrar algo do qual pudesse esconder minha derme. Peguei o lençol surrado sob uma cama próxima a uma mesa, e sentei-me no banco de madeira que tinha logo abaixo da mesa.

Esbafori freneticamente, tentando me recompor. Comidas estavam postas sobre a mesa, providas talvez, do morador do local. Quando alcanço uma bela maçã sobre a mesa e a mordo, sinto como se estivesse comendo esterco. Cuspo, negando aquela fruta que já fora uma das minhas favoritas. O que eu faria? Anelava, agora, apertando as mãos sobre o peito coberto pelo lençol surrado, tentava encontrar uma forma de racionar. Mas a fome atingia-me sucessivamente.

Uma fome. Uma sede.

Tentava inutilmente controlar os impulsos que vinha do fundo da minha mente. A necessidade de encontrar algo vivo; algo bonito e vivo. Engulo em seco, sentindo um gosto acre descia pela garganta fazendo-me expressar uma careta de desagrado.

Não sei se conseguiria aguentar mais.

Ouço sons de rastejo no lado de fora. Algo vivo. Meus instintos gritavam loucamente para ir até esse som. Vejo meu corpo sendo entregue completamente a esse instinto, deixo cair o lençol de meu corpo, e sigo o som; o cheiro.

Ao estar lá fora, vejo que se passaram horas. Quanto tempo fiquei neste estado? Vejo um coelho próximo a porta. Seus olhos vermelhos me encaravam continuamente. Conseguia ouvir as batidas rítmicas do coração do animal; o sangue bombeando pelas pequenas artérias ligadas aos seus músculos e nervos.

Em um piscar de olhos dele, pego-o em minhas mãos. Em um movimento, minha boca vai ao lado onde o sangue parecia mais intenso. Ouço o esguicho do animal, o líquido quente e viscoso descendo pela minha garganta, melando minha boca e meu corpo. O gosto ainda era ruim, mas me saciava parcialmente. Após terminar de sugar todo o sangue que continha dentro do animal, jogo-o ao lado e limpo os lábios. Sentia a ardência diminuir, mas ela ainda estava lá. A dor diminuíra.

Então, foi nisso que eu me transformei.

Andei pela floresta adentro a procura de mais animais para me saciar

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Andei pela floresta adentro a procura de mais animais para me saciar. Não queria virar ele. Não queria ser que nem ele e faria de tudo para ir contra esse instinto; precisava controlar isso.

Sentia inúmeros cheiros, mas nenhum deles eram atrativos. A lua brilhava intensamente entre as copas das árvores acima. Os animais pareciam ter se escondido naquela altura.

Entretanto, algo doce que me provocava um deleite. Deixo meu corpo seguir o cheiro e encontro uma garota de cabelos negros. Seu aspecto era cadavérico, parecia estar prestes a perecer. Será que seria errado aproveitar-me de seu estado?

Me agacho próximo ao seu corpo. Vejo seu rosto de virar para mim, seus olhos opacos, completamente vazios; em busca de algo que preenchesse.

- M...me a...ajud...e - sua voz era fraca, quase inaudível. Vejo algo se arrastar ao longe e olhei para o seu tornozelo, e via a mancha de sangue descendo por dois buracos. A pele ao redor necrosava à medida que se passava o tempo.

- Tem certeza? Você poderá se arrepender? - expliquei calmamente, vejo a sua mão levantar-se lentamente para tocar em meu rosto.

- N..não l..igo pa..ra as con..se..quências - e assim pego a sua mão, e a seguro.

Será que eu conseguiria ajudar ela? Será que eu não iria me descontrolar?

Mas a súplica em seus olhos eu não poderia ignorar por mais tempo. Levei a mão até a cabeça dela, subi a mesma até ter seu pescoço exposto. O gosto acre e viscoso agora era presente em minha boca. Em um movimento, mordo-a.

O grito dilacerante dela soava pela floresta inabitada por humanos. Os animais pareciam se distanciarem à medida que seus gritos eram mais estridentes. Suguei o máximo que eu deveria. Não queria matá-la. Ela era jovem demais para isso.

Assim que termino, coloco seu corpo calmamente de volta ao seu lugar. Ela sentiria a dor. Ela sentiria a fome. A sede. O desejo. O instinto.

E, talvez, conseguisse manipular aquilo com o seu cheiro.

A deixei ali e segui meu rumo. Sabia que não poderia ficar ali. Jamais queria submeter ela ou ser submetida por ele. Não quero ser um dos seus brinquedos. Só naquela noite tinha entendido o peso do que meus pensamentos nublados me transformaram e me trouxeram a isso.

Ouvia-se os sons dos insetos, corujas, rastejo; agora era com ela saber o que faria com a sua vida. Espero jamais me encontrar com algum deles.

Obrigada por ler até aqui! O que acharam? Me diga as suas opiniões nos comentários! Ficarei feliz em lê-las! Até o próximo capítulo!

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Chaconne ๋࣭ ⭑ ๋࣭ ⭑ Lee HeeseungOnde histórias criam vida. Descubra agora