COMO SE DIZ FODIDA EM FRANCÊS?

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alerta: heterossexualidade compulsória

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alerta: heterossexualidade compulsória

ME sinto a própria Bella Swan em Lua Nova após a partida dos Cullens.

Só que em vez de ficar sentada numa cadeira olhando as estações passando através da minha janela, estou na cama, debaixo do lençol e lendo uma fanfic triste pra caralho do meu shipp favorito de Horror Drama Club — não que seja difícil achar uma fic melancólica quando uma das personagens já morreu canonicamente.

Faltei a escola ontem. Não precisei nem enrolar minha mãe porque ainda na quinta minha menstruação desceu e desde então estou agonizando de cólica.

Provavelmente é uma punição divina pelo meu vacilo. E tudo bem, eu meio que mereço.

— Dory? Tá acordada?

Me encolho ainda mais na cama ao ouvir a voz do meu pai me chamar.

Ótimo, agora quero sorvete de creme no café da manhã!

Não respondo, na esperança que ele só me deixe "dormir" mais um pouco, mas em vez disso ele bate na porta duas vezes e depois a abre, sei porque a madeira range bem alto.

Tento enxugar as lágrimas da melhor forma possível, mesmo ciente de que meus olhos estão inchados.

Não tenho necessariamente vergonha por chorar, mas se ele perceber vai perguntar o motivo e sinto que meu pai não é capaz de entender o misto de emoções que essa fanfic está me proporcionando.

— Filha? — sinto sua presença próxima a cama e largo o celular pra me sentar.

— Hum, o-oi. Bom dia. — finjo um bocejo e puxo o lençol para baixo.

Papai está com as mãos na cintura, próximo da cama e me encarando com a testa franzida. Não sei se ele engole minha farsa, mas também não me repreende por virar a noite no celular e fico grata por isso.

— Tô precisando ir no mercado, bora com o pai. Compro aquele pastel que cê adora! — convida.

Solto um muxoxo cansado. Não tenho qualquer vontade de sair no meu dia de folga... Por mim nem levantava da cama, mas como minha mãe não trabalha hoje sei que em algum momento ela vai reclamar que tô de corpo mole e me mandar ajudar na faxina.

Quando lembro disso, o convite dele fica extremamente tentador.

— Tá bom. Vou me arrumar. — falo, chutando o lençol pra longe.

Fico de pé e antes de ir pro banheiro, dou um beijo estalado na bochecha do meu pai. Ele ri e brinca que se eu demorar muito pra me arrumar, vai sem mim.

Faço um esforço e consigo dar um sorriso.

Vou para o banheiro e tomo um banho frio pra espantar o sono — e quem sabe milagrosamente resolver o problema da cara inchada.

Arco-íris Cor de RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora