Liberdade da escravidão

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Após notar-se um comportamento tão agressivo, Yaga preocupou-se por um momento, pois seria a primeira opção para poder ajudá-la. Apesar de lidar com alunos adolescentes problemáticos e egocêntricos, Yaga sentia-se aliviado, sentia-se confiante para conseguir ajudar uma garota perdida por tantos anos.
Ao amanhecer, deparou-se com S/n aguardando silenciosamente ao lado de fora da escola, como se tivesse passado a noite em claro.

— Mestre Yaga. — Ao perceber Yaga aproximando-se, S/n curvou-se fazendo-lhe uma reverência em forma de respeitá-lo.

— Você não precisa se curvar, S/n. — Yaga estendeu a sua mão direita, tocando levemente o topo da cabeça da jovem em sua frente, chamando a sua atenção. — Venha comigo, vamos conversar um pouquinho. — Sem dizer uma única palavra, S/n seguiu o seu diretor, enquanto caminhavam lentamente em direção ao campo da escola. — S/n, você sabe quanto tempo esteve presa ao lado de Sukuna? — Yaga perguntou-lhe diretamente, enquanto continuavam a caminhar.

— Eu não tenho essa informação, mestre Yaga. — A forma investigativa de perguntá-la até quando ela se recordava de sua vida passada, era a única forma que Yaga havia encontrado para conseguir ajudá-la. De certa forma, ela não tinha conhecimento e noção de quanto tempo esteve passando por este aprisionamento.

— Você gostaria de saber a respeito disso? — Yaga perguntou-lhe educadamente. Ao ouvir a sua pergunta, S/n fixou seu olhar em seu mestre, seus olhos brilhavam sem ao menos perceber. Yaga percebeu imediatamente a ansiedade que a jovem expressava ao ouvir a sua pergunta, esperando que ele lhe dissesse. — S/n, meu dever como diretor é cuidar e ensinar os meus alunos. E é meu dever como diretor da escola jujutsu, procurar informações sobre todos os meus alunos, inclusive os mais problemáticos. — Ao aproximarem-se do campo aberto da escola, Yaga sentou-se no banco de madeira um pouco velho e enferrujado, aguardando silenciosamente, enquanto a sua aluna sentava-se ao seu lado. — Eu procurei saber sobre a sua vida passada. Na época em que você foi declarada como desaparecida, você havia completado 18 anos, e isso aconteceu em 1948. — Ao referir-se apenas a números, Yaga sentiu os sentimentos da garota borbulhar. — Você esteve há 58 anos ao lado do Sukuna. — Sem dizer mais nenhuma palavra, Yaga permaneceu em silêncio. Um choro silencioso era capaz de ser ouvido, apesar do vento soprando pela manhã de forma agitada.

— Eu não deveria estar aqui. Por que o senhor está arriscando a sua vida por uma maldição? — S/n perguntou-lhe, enquanto abaixou a sua cabeça e continuava a chorar em silêncio.

— Você não é uma maldição, S/n. Você foi manipulada por uma criatura terrível e diabólica, nada disso é culpa sua! Tenha em mente, você é uma pessoa e a partir de hoje será livre novamente! — Yaga apoiou a sua mão direita no ombro esquerdo de sua aluna. — O pior já passou, S/n. Apesar de ter recebido uma parte do poder do Sukuna, use este poder ao seu favor para ajudar pessoas que precisam de nossa ajuda. — S/n olhou em direção ao seu mestre e assentiu. — E ajudar os seus novos colegas, eles também precisaram da sua ajuda. — Yaga levantou-se do banco e encarou a sua ajuda.

— Perdoe-me dizer isso, mestre. Me recuso a ajudar aquele garoto mimado com cabeça de palha! — S/n enxugou as suas lágrimas, e depois de muitos anos, ouvirá pela primeira vez a risada sincera e alegre de uma pessoa. O seu diretor gargalhava pelo comentário que havia feito contra Satoru Gojo, e naquele momento sentiu-se confortável depois de tantos anos.

— Você tem razão, S/n. Eu mesmo me pergunto como devo aturar aquele moleque. Venha, vamos voltar! — Enquanto Yaga e S/n caminhavam novamente para a escola, alguns alunos espiavam sua conversa de forma distante que eles não percebessem.

— Cabeça de palha? Como ela ousa falar do grande Satoru Gojo? — Emburrado após ouvir o comentário de S/n, Geto e Shoko olhavam seriamente para Satoru.

— Olhando bem, até que ela tem razão. Há quanto tempo você não hidrata esse cabelo, Satoru? — Shoko e Geto perguntarem de forma para incomodá-lo.

— NÃO ENCHEM O MEU SACO! — Enquanto caminhava enfurecido deixando seus colegas para trás, Shoko e Geto gargalhavam divertindo-se com a situação.

Rainha das MaldiçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora