Rainha das Maldições

O fardo do poder

A manhã seguinte trouxe consigo um clima mais ameno, com raios de sol rompendo a neblina que ainda persistia sobre o campus. Senti uma energia renovada ao sair do dormitório, minha mente ainda ecoava as palavras de Geto na noite anterior. O que toque dele em meu rosto havia despertado algo em mim, algo que eu não conseguia definir claramente, mas que me dava força.

No campo de treinamento, Nanami já me aguardava, com sua expressão impassível e o olhar atento. Ao seu lado, a katana "Hikari no Tsurugi" brilhava sob a luz do sol, como se estivesse ansiosa pelo treino.

― Bom dia, S/n. ― Ele cumprimentou, com um leve aceno de cabeça. ― Espero que esteja pronta para mais um dia de treinamento rigoroso.

― Estou pronta, Nanami. ― Respondi com determinação.

Nanami começou com um aquecimento leve, preparando-me para o que seguiria. Ele não demorou a me desafiar com exercícios mais intensos, cada um projetado para testar minha resistência e controle. A katana parecia se tornar uma extensão de mim, movendo-se com uma precisão quase sobrenatural.

Enquanto eu praticava os cortes e movimentos que o Nanami me ensinava, minha mente vagava pelos acontecimentos recentes. A presença de Sukuna em meu interior estava mais calma, como se ele também estivesse curioso sobre a "Hikari no Tsurugi". Talvez, de alguma forma, ele respeitasse o poder que a katana carregava.

― Concentre-se, S/n. ― Disse Nanami, interrompendo meus pensamentos. ― Você está melhorando, mas ainda precisa manter o foco total. Uma distração pode ser fatal em combate. ― Assenti, voltando minha atenção para os movimentos. Cada golpe, cada defesa, era um passo mais perto de dominar a arte de espada. Nanami observava atentamente, corrigindo minha postura e técnica sempre que necessário.

Após várias horas de treino intenso, Nanami finalmente havia me dado uma pausa. Aproveitei para respirar fundo, sentindo o suor escorrer pelo meu rosto. A "Hikari no Tsurugi" descansava ao meu lado, sua lâmina brilhava como se estivesse viva.

― Você está progredindo bem, S/n. ― Comentou Nanami, com um raro sorriso de aprovação. ― Mas lembre-se, o verdadeiro desafio não é apenas dominar a katana, mas também controlar o poder dentro de você.

― Eu sei. ― Respondi, sentindo o peso de suas palavras. ― Estou fazendo o meu melhor para equilibrar os dois. ― Nanami assentiu, parecendo satisfeito com minha resposta. Enquanto ele se afastava para preparar o próximo exercício, senti uma presença familiar se aproximando. Virei-me e vi Geto, com uma expressão mista de curiosidade e preocupação.

― Olá, S/n. ― Disse ele, parando a uma curta distância. ― Como está o treinamento?

― Está indo bem. ― Respondi, tentando não demonstrar a confusão que sua presença despertava em mim. ― O Nanami é um ótimo instrutor.

― Eu sei que é. ― Respondeu Geto, seus olhos se fixaram na katana ao meu lado. ― Mas ainda me preocupo com você. ― Antes que eu pudesse respondê-lo, Nanami voltou, carregando algumas armas de treino. Ele olhou para Geto com uma expressão neutra, mas não disse nada.

― Vamos continuar, S/n. ― Disse ele, entregando-me uma espada de madeira para praticar os movimentos de forma mais segura. ― E Geto, se você tiver tempo, pode se juntar a nós. Pode ser útil para a S/n praticar contra um oponente real. ― Geto hesitou por um momento, mas acabou concordando. Pegou uma espada de treino e se posicionou diante de mim. Senti um misto de nervosismo e empolgação ao enfrentá-lo novamente.

― Prontos? ― Perguntou Nanami, observando-nos atentamente. ― Lembrem-se, isso é um treino. Foquem na técnica e no controle. ― Assenti, tentando manter a mente clara. Geto e eu começamos a nos mover, nossas espadas de treino se encontrando em uma dança de ataques e defesas. Apesar de sua preocupação comigo, Geto não pegou leve. Cada golpe dele era preciso e controlado, desafiando-me a usar tudo o que eu havia aprendido.