CAPÍTULO 44

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2 DIAS PARA O NATAL

JANINE

HORAS DEPOIS

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HORAS DEPOIS

Passei as últimas horas deitada e chorando, pensando em tudo que aconteceu em minha vida, e nas coisas que ouvi dos meus pais.

Agora reconheço o quanto fui egoísta com a Rose, e que de fato a culpei por meus problemas com o Abe, quando o único culpado por nosso casamento fracassar tinha sido ele. Fui completamente negligente com os cuidados da minha filha, tudo porque sempre que olhava para Rose, me lembrava de Abe, já que ela é uma mini cópia do pai. Não que isso seja justificativa para o modo que agi, pois Rose era a única realmente inocente em tudo que aconteceu.

Recordo o dia que Rose nasceu. Depois de meses com brigas constantes, quando entrei em trabalho de parto, o Abe não foi comigo para o hospital, e por não ter ele ali, quando a enfermeira veio me entregar ela, não consegui a pegar nos braços, o que fez o médico me dizer que não deveria rejeitar a bebê, pois ela sentia. Mas na hora era mais forte que eu, e a culpei pela ausência do Abe, que sequer foi me ver no hospital.

Todos os sinais estavam ali, mas não consegui ver que o Abe nunca iria amar nossa filha, e acabei agindo igual a ele. Meu amor por aquele homem me cegou, e custou minha relação com minha filha.

A bem da verdade, eu deveria ter pedido o divórcio no dia que o Abe surtou ao saber que eu estava grávida de uma menina, e voltado a morar com meus pais, que com certeza iriam me ajudar a criar minha filha. Tanto é que por mais de uma vez ao longo dos anos eles pediram para que eu deixasse Rose morar com eles, e não aceitei por não reconhecer que estava falhando com mãe. Ela teria crescido tão mais feliz sendo criada pelos avós.

Mas em vez disso, insisti em um casamento que já estava fracassado, e que resultou no Abe me traindo na nossa cama. Eu ao flagrar os dois juntos, quis pôr um fim em meu casamento e consegui, mas também me fechei tentando o matar dentro de mim, sem ver que estava me matando aos poucos, e machucando minha filhinha.

Não sei se mereço o perdão de Rose, pois nunca fui a mãe que ela precisava. Ela está mesmo feliz aqui, ou ao menos estava até que cheguei e talvez o melhor seja atender seu pedido e sumir da vida dela para sempre. Se ela assim quiser, é o que vou fazer, no entanto primeiro eu preciso me desculpar com ela.

Eu não devia mesmo ter vindo para Leavenworth, tantos anos ausente na vida dela, como pude por um minuto sequer pensar que tinha o direito de interferir nas decisões da Rose.

Minha menina foi tão forte, desde que saiu de casa nunca nos pediu nada material, ela sempre quis apenas um pouco de carinho e foi negado. Ela estudou e se formou por mérito próprio, hoje é muito rica, e tudo graças ao esforço e talento dela.

Desde tão nova Rose teve que aprender a tomar decisões sozinhas, porque eu não estava disponível para aconselhar como uma boa mãe deve fazer, e o Abe, esse só aparece para tirar fotos, como a própria Rose já notou, ele nunca se importou com ela, só finge para que ninguém o julgue por rejeitar a filha. Rose é independente não por vontade própria, mas porque fiz minha única filha ser criada por empregados, estive tão ausente que não sei nada sobre ela.

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