𝙋𝙀𝘿𝙍𝙊'𝙎 𝙋𝙊𝙑
Depois de dois dias do ocorrido do refeitório, eu estava deitado na minha cama jogando tetris no meu gameboy.
Escuto uma batida na porta e uma voz no outro lado.
— Filho, vai almoçar? — perguntou a minha mãe.
— Já já mãe — disse de volta enquanto eu continuava com os olhos no gameboy.
Eu recebo uma notificação do meu celular e então deixo o gameboy e vejo o que era. Era uma mensagem do Renan.
"Você mandou mensagem pro João?"
Eu abro a notificação e começo a escrever.
"Não tive tempo, você sabe"
Resolvo pegar o papel do número do João e salvo seu número. Eu não cogitei em ligar, apenas apertei o botão e coloquei o celular perto da orelha.
O som de chamada para e escutou uma voz do outro lado da linha.
— Alô? — disse a voz do outro lado da linha.
— Oi, é o Jão? — eu pergunto um pouco nervoso.
— Calouro, sabia que ia ligar — ele diz com uma voz mais animada e eu solto um sorriso despercebido — Eae, como tá a vida?
— Tá ótima e a sua?
— Agora ela tá perfeita.
Eu corei. Não sei porque mas eu corei. João continua:
— Você cantou bem lá no refeitório. Foi fantástico — ele enfatiza.
— Você acha? — pergunto com vergonha.
— É claro. Arrasou demais.
Conversamos por um tempo, até abri uma chamada de vídeo, até minha mãe entrar no quarto e me ver deitado na cama de barriga pra baixo.
— Filho, já te falei pra ir comer. Tá falando com quem? — ela pergunta olhando para o meu celular.
— É um amigo meu da faculdade — eu respondo.
— Tá bom, mas desce pra almoçar que já vai esfriar a comida.
Ela sai do quarto e eu olho pro celular, João ainda estava na chamada e tava me encarando.
— Por que me olha assim? — perguntei me arrumando de barriga pra cima e segurando o celular pra cima.
— Você é fofinho.
Senti meu rosto ficar vermelho pimenta e vejo João rindo da minha cara.
— Cara, eu vou almoçar aqui — eu tento mudar o assunto — Posso te ligar mais tarde?
— Mas é claro. Tô disponível pra qualquer conversa — ele diz colocando a mão atrás da nuca mostrando o braço.
— Tudo bem, até mais tarde.
— Até.
É seguro dizer que depois dessa ligação algumas coisas da minha vida mudaram. Começando pelo meu quarto, comecei a arrumar ele de repente e então fui na cozinha comer com a mãe.
— Quem era? — ele pergunta colocando um prato na mesa.
— Um amigo da faculdade — eu respondo calmo.
Ela apenas sorri e faz um carinho no meu cabelo. Em seguida, vai até a pia e começa a lavar algumas louças.
— Mãe, se de repente uma pessoa conquistasse seu lindo filho, o que a senhorita diria? — eu pergunto. Eu não sou assumido para a minha mãe.
— Eu ficaria feliz, é meio que difícil te ver saindo com as pessoas num sentido romântico. Não me importaria, até acolheria como parte da família — ela responde serena — Por que?
— Nada não.
Naquele dia, eu me senti um pouco mais aliviado, mas não cem por cento, não sei se minha mãe aceitaria que fico com homens e tô conversando com um.
É seguro dizer que eu e João conversamos por um bom tempo. Viramos amigos e toda quinta feira eu vejo ele fantasiado de homem aranha no refeitório da faculdade. A sua presença é algo magnífico que eu aprendi a valorizar.
Caro João, tu tentou e conseguiu roubar meu coração.
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𝑆𝑃𝐼𝐷𝐸𝑅 𝐽𝐴𝑂 - au pejão
FanfictionJoão Vitor se fantasiava todas as quintas de homem aranha e ficava fazendo brincadeiras na faculdade de artes. Pedro é um calouro que por acaso se apaixonou por João Vitor, o homem aranha da faculdade.