𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 14

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CAPÍTULO 14


17 anos antes

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Já é a terceira folha que eu arranco. Não estou conseguindo me concentrar no dever. É matemática, e apesar de querer pedir ajuda de Cinco, é exatamente ele quem está tirando a minha concentração. Ele não sai da minha cabeça de jeito nenhum.

Já faz tanto tempo que ele se afastou que começo a achar que nunca vamos ser como antes. Várias vezes encontrei oportunidade de lermos juntos, mas não o convidei porque sei que ele negaria com a pior grosseria que fosse capaz.

Talvez o sótão seja a raiz do problema.

Coincidentemente, Cinco ficou arrogante após o nosso aniversário. E foi bem nesse dia que ele teve a ideia maluca de nos beijarmos. Não quero dizer que esse é o motivo principal, Cinco disse que tudo continuaria normal, mas é no mínimo estranho.

Se eu soubesse, nunca teria aceitado. Eu gostava da amizade que eu tinha. E o beijo nem foi bom. Nada de positivo aconteceu naquele dia.

É por isso que não consigo olhar para a folha do meu caderno sem dissociar. A única coisa que me trouxe de volta à realidade foi a sirene do corredor, indicando uma missão de urgência.

Eu largo a minha caneta, correndo para o armário e tentando me concentrar no presente. Fecho o zíper do meu macacão, colocando minha máscara nos olhos em seguida. Corro para fora do quarto e desço as escadas depressa, sou a segunda a chegar. Cinco está afetando até a minha pontualidade.

— Assaltantes estão roubando itens de valor do museu da cidade. Ainda não sabem que a polícia foi acionada, então atuem com cautela. Todas as peças devem ser preservadas — nosso pai diz, a sua voz ríspida arranhando nossos ouvidos. — O que estão esperando? Vão!

Nós corremos para fora de casa, entrando na Van. Nunca fizemos uma missão à noite antes, estou ficando apreensiva. Queria poder trocar de lugar na Van, porque ficar ao lado de Cinco enquanto ele age como se eu nem estivesse aqui está colaborando para me deixar mais inquieta.

— Pessoal, vamos fazer essa missão dar certo — Luther incentiva, como todas as vezes. É meio que o papel dele como o Número Um.

— Verdade, eu quero sobremesa há um tempão — Klaus diz, do lado. Ele fala por todos nós.

— Amber, vamos precisar de você hoje. Está entardecendo e os seus poderes são melhores para se camuflar e entrar lá sem nenhum ladrão ver — Luther diz, se referindo a mim como o ponto principal da missão.

— Sim, capitão, e o que eu devo fazer? — Tento não soar sarcástica.

— Você pode entrar, ver em quais salas eles estão e voltar para nos contar. A partir daí entramos com o elemento surpresa. Vai ser mais fácil para nós se soubermos onde atacar.

— Não é perigoso ela ir sozinha? — Allison interfere. Todos eles se entreolham. Agora que ela falou, eu estranhamente me sinto uma isca.

— Tem razão. Amber não pode ir sozinha — Cinco diz pela primeira vez desde que saímos.

— Não temos um plano melhor.

— Você não pode arriscar ela assim — Cinco se vira para Luther, me deixando no meio da gritaria dos dois.

— Eu dou as ordens.

— Não tem problema, pessoal. Eu dou conta.

— Você não vai sozinha, Amber!

— Qual é a sua ideia, Cinco? Nenhum de nós pode se camuflar junto com a Amber! — Diego argumenta, um tom mais alto.

Cinco, do meu lado, abaixou a cabeça e soltou todo o ar. Eles podem sim se camuflar comigo, mas esse fato é um segredo que eu só divido com Cinco. É exclusivo. Se ele parou de insistir é porque prefere que continue sendo um segredo.

𝐒𝐞𝐠𝐫𝐞𝐝𝐨 𝐀𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨𝐫𝐚𝐥 - The Umbrella AcademyOnde histórias criam vida. Descubra agora