CAPÍTULO 1.

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Emma Swan


12 de Outubro de 2024
03:55 AM

Adormecer esta noite parece como um desafio, considerando que essa já deve ser a décima vez que troco de posição na cama tentando dormir. As tentativas não funcionam e me fazem desistir de continuar, então levanto da cama calçando minhas pantufas e vou em direção a janela. Observo a cidade silenciosa pela vidraça, me perguntando como é ter uma boa noite de sono, algo que não tenho há muito tempo. Como é estar em estado de relaxamento profundo, não sendo atormentado por pensamentos que trazem lembranças de um passado quase esquecido. Quase.

Escuto o barulho do meu celular tocar em cima do móvel ao lado da cama, então vou em direção para atender e vejo as siglas R.M brilhando na tela. Considerando o horário e o fato de que não recebo ligações dela por motivos fúteis, eu atendo sem demora ouvindo sua voz.

– Swan, surgiu outra vítima. Preciso que esteja aqui o mais rápido possível, está começando a juntar vizinhos curiosos ao redor. Receberá o endereço por mensagem.

E sem me dar a chance de responder ou murmurar qualquer coisa, a ligação é encerrada. Começo a me despir do pijama e encontro algo no guarda roupa que me servirá, então me visto enquanto me olho no espelho, vendo meu corpo coberto por tatuagens em alguns lugares. Estou precisando de novas para sentir que algo mudou. Hoje vai ser um dia daqueles.

...

Estaciono o carro próximo ao meio-fio e desço vendo Regina do outro lado da rua conversando algo com Ruby e Zelena que parecem atentas a ouvir o que quer que seja. Coloco minhas luvas, me aproximando de onde elas estão e conseguindo ver o corpo estirado no chão, nu e sem os orgão genitais.

– Essa já é a sexta vítima e mesmo assim ainda me surpreendo com o estrago que ele faz a esses homens. – Respondo me abaixando próximo ao corpo e tocando suas mãos frias, procurando algum vestígio de pele sob as unhas. Nada.

– Os vizinhos que vocês interrogaram viram ou ouviram algo suspeitos? – Mills perguntou a Zelena e a Ruby que negaram com a cabeça.

– Eles não viram, nem ouviram absolutamente nada. Como todas as outras vezes, ninguém nunca sabe de nada.

– Mas parecem bem interessados. – Comentei apontando com a cabeça os vizinhos ao longe que esticavam o pescoço em busca de ver algum vestígio do cadáver. 

– Me pergunto como algo assim acontece de forma silenciosa, é impossível. A não ser que já estivesse morto quando aconteceu o corte dos orgãos ou tenha sido arrastado para cá. – Ruby disse me olhando tirar fotos do cadáver.

– Não, coisas assim definitivamente não acontecem em silêncio, a menos que a vítima não tenha a chance de gritar. – Mills colocou uma luva em sua mão direita e se agachou próxima a mim abrindo a boca do cadáver. Sua aproximação me causou um arrepio em minha pele, mas não dei tanta importância.

– Bingo! – Ela disse erguendo o queixo da vítima e mostrando que a língua havia sido arrancada.

– A pele ao redor da boca, próxima as bochechas está um pouco arroxeada, o que indica que ele pode ter sido amordaçado. – Apontei para a área ao redor da boca vendo os hematomas.

– O " não ouvimos nada" dos vizinhos é totalmente compreensível agora. – Ruby disse cruzando os braços.

...

Atravessei o corredor com dois copos de café e cruzei a porta da sala de reunião, me deparando com minha equipe e os vendos acompanharem meus movimentos ao entregar um copo a Regina, que me agradeceu com um aceno de cabeça.

Assassino dos MalditosOnde histórias criam vida. Descubra agora