Assassino dos Malditos

CAPÍTULO 2.

Emma Swan

O cadáver ao chão com uma bala enterrada na cabeça era um lembrete de como a investigação continuaria a andar em círculos, mas também dos problemas que isso poderia causar. Por que e quem realmente matou essa mulher? Apenas algumas pessoas do nosso departamento sabiam que ela iria depor hoje.

– Emma? Está tudo bem? Você parece distraída. – Mills disse me encarando com o que parecia ser preocupação, após eu não ter respondido a afirmação de Ruby.

– Sim, eu só fiquei surpresa em ver a nossa oportunidade de obter algum tipo de informação morta. – Respondi e entreguei uma fita amarela para Ruby. – Isole o perimetro enquanto eu tiro fotos dela.

– Ela me parece familiar, acho que eu já a vi antes. – Ruby disse e pegou a fita da minha mão, começando a cercar a área ao redor do cadáver.

Tirei fotos do cenário em todos os angulos e peguei minha maleta de utensílios que seriam necessários para mim. Coloquei minhas luvas e me agachei próximo a mulher tomando cuidado para não estragrar nenhuma possível prova, então toquei seu rosto gélido vendo o avermelhado buraco de bala em sua testa e também percebendo um hematona roxo em seu lábio.

– A bala ainda está alojada na cavidade, o que é uma boa notícia.

– Então o exame de balística vai nos fornecer a arma do crime. Você acha que foi trabalho dele? As vítimas sempre morreram por asfixia ou degoladas, nunca foram usadas armas antes. – Regina disse enquanto me olhava tocar em mais partes do cadáver.

– E ele nunca foi descuidado. Nunca houve hematonas também, apenas os cortes nos genitais e as vezes na garganta. - Comentei ao pegar a mão pálida e analisar os dedos . – Há pele sob as unhas. Não quero tirar conclusões precipitadas, mas eu realmente não acredito que tenha sido ele.

Coletei a pele sob a unhas para uma análise minunciosa que iria fazer e o sangue da vítima para exames de DNA, assim podendo saber se continha alguma substância presente no corpo. Toquei nos cabelos castanhos da mulher a minha frente e senti no meio de todo aquele sangue que uma parte do crânio estava um pouco funda. Subi um pouco a blusa que ela usava e vi mais hematonas em suas costelas e ao redor da barriga, mas esses não aparentavam ser tão recentes quanto os da boca.

Me levantei e tirei mais agumas fotos, observando tudo ao redor e reconstruindo em minha cabeça um possível cenário do acontecido. Tudo indicava que ela não havia sido morta aqui, mas trazida para cá, talvez com o objetivo de não encontrarem provas do crime. Uma total burrice e perda de tempo, já que o corpo está repleto de provas.

– Zelena e Ruby foram ao endereço da vítima comunicar a morte para os familiares e Nolan está responsável por falar com os vizinhos. A residência dela fica a quilômetros daqui. – Mills disse me olhando trabalhar em silêncio ao redor do corpo. – Swan o que está acontecendo com você? Está estranha desde que chegou.

Finalizei o que estava fazendo e a puxei pelo braço para um canto mais afastado e com privacidade, para que ninguém nos ouvisse.

– Nós já a conhecemos. Eu sei que você se lembra de quando vimos ela há dois anos entrar pela porta da delegacia com vários hematomas no rosto. Ela ia acusar o marido de violência doméstica, mas desistiu repentinamente após receber uma ligação, então inventou uma história tosca de que havia caído da escada. Eu tenho as minhas suspeitas de quem possa ter metido uma bala na cabeça dela.

– Suas suspeitas são as mesmas que a minha Emma, mas não podemos acusá-lo de nada ainda, não sem antes dos resultados dos vestígios que você encontrou e comprovarmos que a arma possue a ele. Se foi o marido, então ela aparecer morta justo hoje não tem nenhuma ligação com os estupradores mortos. Mas se não foi então significa que alguém ao nosso redor vazou a informação que chegou aos ouvidos de alguém que a queria de boca fechada, no caso o tal justiceiro. – Engoli em seco com aquela afirmação e passei a mão por meus fios loiros, pensando em quem poderia ter abrido a boca.