VIII

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Acordo com algo mexendo em meu rosto, fazendo cócegas. Abro os olhos com dificuldade pela claridade tão forte entrando em meu quarto pela janela aberta, Sebastian está passando uma flor amarela em meu rosto, deslizando suavemente, enquanto sorri levemente.

- Acordar ao seu lado pareceu um sonho e eu não quero acordar dele. - Sebastian fala, e eu o admiro, sem dizer nada.

...

Nos abraçamos não sei por quanto tempo, Sebastian não respondeu minha pergunta, logo presumi que ele não esteja pretendendo ficar nesse tempo. Com razão, eu também não queria ficar no tempo dele... eu acho.

O convido para ver as estrelas em frente à minha varanda, coloco um lençol no chão e olhamos para o céu.

- Eu sei que não é como o céu no seu tempo, com menos luzes, mais perfeição. Mas ainda é o mesmo céu. - Digo olhando para seu rosto tão perfeitamente esculpido, enquanto mira as estrelas.

- Acho que é a única coisa que permanece intacta. - Ele diz baixinho, sem desviar o olhar.

Ficamos ali um tempo e entramos, resolvi pedir uma pizza o que o deixa animado. Quando vamos para a sala, descido colocar um filme, o que o deixa muito assustado.

- Como essas pessoas estão aí dentro? O que é isso? - Ele fala levantando e se afastando.
Desligo rápido e lembro que a TV começou a ser comercializada no Brasil apenas em 1950. Tento explicar da melhor forma o que é uma televisão e tentamos novamente.

Ele fica maravilhado e assustado ao mesmo tempo, por isso, decido colocar um filme de comédia para deixá-lo um pouco mais a vontade.

Ele ri e se diverte. O que me deixa contente. Estou quase cochilando, o horário já está bem avançado. Decido ir dormir.

- Pode passar a noite aqui, não é muito grande como a sua casa, mas deve servir para descansar. - Digo levantando para ir ao meu quarto.

- Claro, agradeço muito sua hospitalidade. - Sebastian diz se levantando, e mais uma vez nos abraçamos. Dessa vez, um abraço apertado mas gentil. Nos afastamos devagar, deixando nossos rostos muitos próximos.

Olho seus lábios rosados e fico envolvida demais, sinto uma vontade louca de pular em seus braços mas vejo traços de hesitação em seu rosto.

Começo a me afastar mas ele me segura pela cintura, me puxando novamente para perto.

- Maya. - Ele fala em um sussurro.

Sebastian que me olhava nos olhos, muda seu olhar para os meus lábios e então devagar, vai se aproximando, lentamente, começo a fazer o mesmo. Nossos olhares vão se encontrando e sinto meu coração acelerar, suas mãos apertam as minhas costas que agora parecem estar suando.

Fecho meus olhos e sinto sua testa encostar na minha, sua respiração pesada.

- Não posso fazer isso. Sinto que se der esse passo nunca vou conseguir te deixar. - Sebastian fala baixinho.

Me afasto para conseguir olhar para ele novamente, seus olhos brilham, em ânsia e medo.

- Então não me deixe. - digo sem pensar, e vejo um lindo sorriso surgir em seu rosto.

- Não posso ficar aqui, tem uma coisa que preciso te contar...- Sebastian tenta falar algo mais eu o interrompo colocando minha mão levemente sobre seus lábios.

Sei que não vou gostar do que vou ouvir e não quero perder esse momento. Não de novo.

- Todos nós temos algo que não podemos mudar. Mas tem algo que eu quero e é você. Nem que seja uma única vez.

Sebastian coloca uma mão em meu rosto e me puxa para um beijo. Um beijo doce e quente. Sinto todo meu corpo estremecer, como se faíscas percorrerem todo o meu sangue.

Cada parte do meu corpo desejando todo o corpo dele, sinto seu coração acelerado contra o meu. Ele me puxa para seu colo e me leva para o quarto.

Sebastian me coloca na cama e em cima de mim, tira a blusa exibindo seu lindo corpo escultural. E me beija ferozmente, me fazendo enlouquecer, com seu corpo enorme sobre o meu.

Passamos uma noite inesquecível. Sebastian é um cavalheiro mas também sabe ser muito, muito sedutor.

Como Vim Parar Aqui?Onde histórias criam vida. Descubra agora