VII

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...

Sebastian fica boqueaberto com o hospital, com toda a tecnologia, com a quantidade de salas e possibilidades.

- Obrigada pela ajuda senhorita. Como posso retribuir? - Sebastian pergunta para a enfermeira que o ajudou na rua e agora terminava de cobrir seu pulso e mão com um curativo.

A enfermeira sorridente dispensa a ajuda e o libera, porém quando Sebastian diz que não tem para onde ir, ela o convida para ficar em um abrigo ali perto, onde pessoas que precisam de cuidados ficam.

Ele se oferece para ajudar pois também é médico e isso a deixa confusa, mas o leva assim mesmo.

Chegando lá, Sebastian ajuda algumas pessoas febris e ajuda os voluntários a servir sopa para os demais.

Toma banho e dorme por lá mesmo, nos dias que se passam segue ajudando as pessoas e procurando pela casa de Maya.

Quando finalmente acha, fica parado em frente à casa, sem saber o que fazer. O que dizer, como falar com ela novamente. Uma senhora sai da casa ao lado e diz que talvez ela esteja dormindo, ele sorri e agradece e logo sai.

Sebastian sai andando confuso, e se ela não quisesse vê-lo? E se ele estar aqui afetasse sua vida? Será que ao menos se lembrava dele? Não tinha certeza depois da última vez que se viram.

Depois de um dia perdido em pensamentos e ocupado ajudando os pacientes. Decide ir para onde tudo isso começou, para bem na esquina, onde tem uma lanchonete, e com uns trocados que ganhou de alguns dos pacientes, compra um café e se senta observando tudo ao seu redor.

Sebastian então nota uma pequena rachadura se abrir, no ar, vai andando lentamente e observa que é no semáforo, a mesma rachadura acima da sua cama, ela também não estava aqui antes, se abre somente quando quer.

Quando finalmente decide ir para o meio da rua tentar voltar para o seu tempo, um carro freia rapidamente o que o assusta.

...

- Sebastian? É você mesmo? Meu Deus! - falo pegando em seu rosto liso e seus cabelos cacheados bagunçados, ele abre um lindo sorriso que me faz derreter imediatamente.

Ele me abraça forte e eu retribuo sentindo a sensação mais gosta desse mundo. Não sabia o que quanto senti a falta dele até esse momento. Desse abraço caloroso.

- Maya, tentei encontrar você, mas não tive sucesso. E por incrivel que pareça, como se pelo destino, aqui esta você. - Ele fala baixinho, abafado pelo meu cabelo.

- O que aconteceu? Como veio parar aqui? - pergunto alheia ao resto do mundo quando ouço uma buzina.
Estamos no meio da rua. Puxo ele pelo braço e coloco ele no meu carro. Começo a dirigir.

- Para onde vamos? - ele pergunta parecendo com medo por me ver na direção.

- Para a minha casa. - Digo sorrindo.

- Rua Alvez Castillo, 43? - Ele pergunta levantando uma sobrancelha.

Olho para ele assustada.

- Como sabe meu endereço?

- Você me disse, antes de entrar no taxi e ir embora.

- Foi você quem me ajudou? Eu não consigo lembrar muito bem de como fui parar em casa, apenas que acordei na minha cama. - Digo ainda sem acreditar que ele está aqui.

Assim que entramos ele parece encantado com a minha casa.

- Você está com roupas novas. - Digo o observando.

- Sim, mas ainda sou eu por baixo. - Ele diz e abre um sorriso.

- O que aconteceu? Me desculpe por ter te deixado para trás, eu realmente não me lembro. - Digo segurando sua mão, com muita tristeza por ter deixado a pessoa que mais cuidou de mim para trás.

- Tudo bem, foi tudo muito rápido, muito confuso. Eu estava caminhando sem rumo procurando pela sua casa quando alguém perguntou se eu precisava de ajuda e eu disse que sim, logo me levaram para um hospital, para que eu cuidasse da minha mão que estava machucada.

Nos olhamos nesse momento pois sabemos que ele machucou esmurrando um homem que tentava me roubar.

- Você tem comido bem? Tem onde dormir? - Pergunto angustiada.

- Sim, não se preocupe comigo. Estou um pouco em choque por parecer estar sonhando mas tudo parecer tão real. Acredito que o melhor seja voltar para casa o mais rápido possível. Aqui, muitos precisam de ajuda, mas lá precisam muito mais.

- Você vai voltar? - Pergunto um pouco triste.

Sebastian me olha calmamente, me abraça e ficamos assim por um tempo, não sei quanto tempo.

Como Vim Parar Aqui?Onde histórias criam vida. Descubra agora