Capítulo 1

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NOVA FANFIC VERONITA NA ÁREA!




A manhã na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo desdobrou-se com o zumbido constante de conversas abafadas e o inconfundível aroma de café pairando no ar. De pé diante de sua mesa meticulosamente organizada, a Delegada Anita Berlinger observava a sala com uma postura que emanava autoridade. Seus olhos perscrutadores examinavam minuciosamente cada canto, enquanto os agentes ajustavam rapidamente suas posturas ao notar sua presença.

Verônica Torres, a escrivã, estava imersa em uma pilha de documentos, mas sua atenção não escapava à chegada imponente da delegada. Anita se aproximou, interrompendo com um tom autoritário: "Escrivã, preciso dos relatórios do último caso ontem. Imediatamente."

"Claro, senhora delegada. Assim que eu terminar de organizar os documentos, providenciarei tudo" - respondeu Verônica, erguendo o olhar, uma faísca de ódio refletindo em seus olhos.

O ambiente tenso refletia a rivalidade palpável entre elas. Pouco depois, o médico legista, Prata, que trabalhava na corporação policial, adentrou o recinto. "Meninas, temos um caso delicado. Um feminicídio que parece mais complexo a cada descoberta. Anita, Verô, vocês estão juntas nessa."

As duas trocaram olhares carregados de desconfiança, mas tiveram que engolir seu orgulho. O Delegado Geral, Carvana, detalhou os pormenores do caso, revelando uma teia de conspirações e conexões obscuras.  Ao saírem da sala do delegado, a tensão entre elas era palpável.

"Espero que saiba separar os problemas pessoais do profissional, Anita" -  advertiu Verônica, erguendo uma sobrancelha.

Anita não se deixou intimidar. "O sentimento é mútuo, escrivã. Mas, se queremos solucionar este caso, teremos que aprender a colaborar."

Verônica soltou um suspiro tenso, concordando com um aceno de cabeça. A rivalidade entre elas estava temporariamente suspensa em prol do desafio que tinham em mãos. Juntas, elas se dirigiram à sala de investigação designada para o caso, onde um mapa detalhado do local do crime já estava estendido sobre a mesa.

"Precisamos mapear os relacionamentos da vítima, identificar testemunhas-chave e revisitar os locais relevantes. Verônica, concentre-se nos registros telefônicos e financeiros. Vamos deixar de lado nossas diferenças pessoais e focar no que realmente importa: justiça para a vítima." - Anita falou, com sua experiência afiada, começou a traçar possíveis linhas de investigação.

Enquanto Verônica assentiu, o ambiente ainda pulsava com uma tensão sutil. No entanto, à medida que mergulhavam nos detalhes do caso, era evidente que ambas compartilhavam o mesmo objetivo, mesmo que isso significasse deixar de lado suas diferenças.

"Será que você pode descer do seu pedestal só um pouquinho e escutar o que eu tenho para te falar?" - Verônica falou, quando Anita parou para encará-la e se apoiou na mesa, desafiadora.

"Vai, escrivã, fala logo o que você quer." - Anita cedeu, bufando, mas seus olhos denotavam um misto de irritação e curiosidade.

Verônica descreveu suas preocupações de maneira franca e direta, expondo suas perspectivas sobre a investigação. Mesmo resistente, Anita ouviu atentamente, percebendo que havia mérito nas observações da escrivã. Os segundos de silêncio entre elas pareciam uma eternidade.

Os dias subsequentes se desenrolaram com intensidade, marcados por investigações meticulosas e reviravoltas inesperadas. A colaboração entre Anita e Verônica revelou-se indispensável para desvendar a complexidade do caso. Cada uma aplicava suas habilidades únicas, complementando-se de maneiras que não teriam previsto. O respeito mútuo começou a emergir timidamente, superando a desconfiança inicial.

Sombra da Verdade - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora