Capítulo 19

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Havia se passado uma semana desde que Verônica tomou a decisão de mudar-se para o outro apartamento de Anita. Por orientação do Carvana, Verônica pediu a seu melhor amigo de infância, Paulo, que a ajudasse a acompanhar a empresa de mudança em relação a encaixotar e levar as caixas para o apartamento novo. A necessidade do sigilo era crucial para evitar que qualquer informação vazasse para aqueles envolvidos no sequestro de Anita, garantindo assim a sua e segurança da delegada.

Enquanto isso, Anita também estava realizando os preparativos para a mudança. No entanto, seguindo a mesma dinâmica. A tarefa de acompanhar e receber a empresa de mudança ficou sob os cuidados do esposo de Prata, Davi, cuja eficiência e confiabilidade eram bem conhecidas.

Ao final da terceira semana, o novo apartamento estava repleto dos pertences de Verônica e Anita, marcando o início de uma nova fase. A estratégia adotada por ambas, por meio de pessoas confiáveis e medidas de segurança, tudo ocorreu como planejado.

Três semanas se passaram desde que Verônica e Anita decidiram morar juntas no novo apartamento. Apesar de ser menor em comparação ao apartamento anterior de Anita, o espaço provou ser ideal para as duas, com dois quartos, sendo um deles um escritório funcional. A decisão de vender o carro de Anita e guardar a moto de Verônica na casa de Prata era parte da adaptação ao novo estilo de vida, com a delegada adquirindo um veículo mais simples para situações de extrema necessidade.

Carvana, sugeriu que ambas realizassem suas tarefas profissionais no apartamento. Contudo, após apenas três dias, elas já estavam à beira do colapso. Anita, observando o desconforto de Verônica, propôs uma solução: disfarçarem-se para trabalhar na delegacia e em missões, permitindo-lhes agir como sempre fizeram.

Verônica, que detestava a ideia de trabalhar em casa, não era influenciada apenas pela presença de Anita, mas também pela falta do movimento e socialização do departamento, especialmente com Nelson e Carvana durante o expediente. Anita, embora mais acostumada a trabalhar em casa, entendia o lado de Verônica e também sentia falta do ambiente agitado e das interações sociais.

Ambas retomaram o caso de Deusa, após uma breve ausência. Durante esse tempo, Nelson e Prata descobriram evidências cruciais. A garota morreu devido a ferimentos provocados por chicotes, cujas marcas eram assustadoramente semelhantes às deixadas em cavalos, sugerindo que ela fora chicoteada até a morte enquanto pendurada em ganchos no teto.

Dois suspeitos, altos e fortes, encapuzados durante o crime, foram identificados. Prata conseguiu coletar fragmentos de pele nas unhas de Deusa, revelando uma importante pista. Além disso, Deusa foi morta com um tiro na cabeça, por uma arma característica de policiais civis.

Verônica ficou horrorizada com as revelações e, somando essas informações às dadas pelo ex-namorado de Deusa, cogitou a possibilidade de a jovem estar envolvida em atividades ilícitas. No entanto, essa teoria foi rapidamente descartada, deixando um rastro de inquietação sobre o caso.

Enquanto Anita mantinha seu foco na missão relacionada à Máfia, Carvana estava ciente de que os mafiosos estavam mais próximos do que podiam imaginar. A principal tarefa era investigar o papel de Júlio Torres e também analisar a possível ligação de Olga, na esperança de chegar a Doum, uma figura misteriosa e, até então, enigmática. Carvana acreditava que a Máfia envolvia diversas pessoas influentes, então solicitou a Lima que elaborasse um relatório, identificando possíveis empresários e políticos associados a Brandão e Mathias até chegarem a Doum.

Enquanto revisava os relatórios, Anita, séria, abordou Carvana. "Você sabe que eles não me sequestraram com a intenção de me matar, né?" - Anita confirmou algo que eles já haviam conversado no período em que ela estava no hospital.

Sombra da Verdade - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora