I - Anelisa

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-Anny? - Renata atende.

-Já cheguei no aeroporto, mas não estou te vendo... -digo procurando.

-Ah, esqueci de te avisar. Não vou conseguir ir, mas... - ela fica em silêncio.

-Mas...?

-Mandei alguém pra te buscar. Fiquei tranquila. - e a bonita desliga.

Olho para todos os lados e não acho ninguém, familiar. Tento ligar novamente para Renata, mas meu celular acaba a bateria na mesma hora.

"Merda" digo para mim mesma. Me viro para olhar ao redor e fico surpresa ao ver um rosto muito familiar se aproximando de mim.

-Boa tarde! - ele sorri, com aquele sorriso extremamente largo, igual quando éramos menores. - parece surpresa, não sabia que eu viria?

-Bem... - balanço a cabeça para voltar a realidade. - Na verdade, esperava sua irmã. Boa tarde.

Ele da de ombros, como ele está lindo.

-Ficou decepcionada? - ele questiona colocando as mãos no bolso da da frente da calça.

-Não. Quanto tempo. - digo parecendo a mais normal possível, durante esses cinco anos, achei que não sentiria absolutamente mais nada quando olhasse para ele.

Pelo visto, me enganei. Óbvio que Além de sentir, também lembrei de tudo o que aconteceu depois de eu deixá-lo.

-Cinco anos. - ele diz, mas algo na voz dele vacila. - Enfim, vamos? - ele pega uma das minhas malas e leva.

-Sim, vamos. - digo e vou seguindo ele até o carro.

Eu conheço o Luiz desde crianças, Renata, é minha melhor amiga, desde que me entendo por gente.
Nossas mães eram melhores amigas, então fomos criadas como irmãs e tinha o Luiz e o Henrique, Henrique, meu falecido o irmão. Nós tínhamos três anos de diferença e era também melhor amigo do Luiz. A cinco anos, tudo mudou com o acidente de carro.

Perdi meus pais e meu irmão. Fiquei com Renata na casa dela por dois meses, e minha bolsa de intercâmbio da faculdade em Londres, saiu e eu fui morar lá.

E hoje, formada e desempregada, estou voltando ao Brasil. E ver Luiz... Fez eu me sentir péssima pelo o que fiz ele passar, mas naquela época eu não quis questionar sobre o que descobri, eu só fugi. Muitas coisas aconteceram, muitas coisas que eu escondi dele por algo que hoje em dia, nem sei como está.

Assim que chegamos no estacionamento, Luiz para em frente a um carro, um Azera, branco.

-Bem, aposto que em Londres, era tudo melhor, espero que não se incomode de andar em um desses. - ele abre o porta malas e põe as minhas malas dentro.

-Luiz. - primeira vez que chamo ele pelo nome hoje, depois de cinco anos e a reação dele faz meu coração palpitar, ele imediatamente olha para mim como naquela noite a cinco anos atrás. - seu carro é perfeito e fico feliz em ver que você conquistou muitas coisas aqui. Obrigada por me buscar.

-Não... - ele pigarreia - não precisa agradecer. Vamos entrar?

-Claro. - ele abre a porta pra mim e da a volta pra entrar.

-Bem vinda, aliás. - ele diz enquanto liga o carro. - por que está de volta?

-Bem, longa história. - olho pela janela.

-Temos algumas horas até chegar em casa. - ele diz.

- bem, está bem. - respiro fundo, meu coração queria dizer muitas coisas a ele, mas... No momento certo. - Em cada ano da faculdade, fiz estágio em uma empresa diferente e no último ano consegui na que mais queria, em dois meses fiz um projeto incrível e perfeito, o projeto que me faria ser efetivada. Ainda mais agora que terminei a faculdade. - dou de ombros.

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