...30...

11 2 3
                                    

-D-do que está falando?                 -ela pergunta nervosa-

Igor põe a pasta em cima da mesa e abre a mesma. Ele pega as coisas que ele imprimiu.

-Você trabalhou em um certo internato... Um internato que prometia fazer humanos perfeitos, não é?

-Igor eu-

-Shhh, ainda estou falando             -ele a interrompe-          Também, há algumas fotos que encontrei suas com um homem bem familiar e mais alguns cientistas e "médicos"             -ele mostra para ela as evidências-             Pelo visto, antes mesmo de eu ser resgatado anos atrás, você já me conhecia, não é?

A mulher sente um frio na espinha e não parava de tremer. Ela sentia como se fosse vomitar e estava suando frio. A respiração dela era ofegante, ela sentia um enorme peso sobre si mesma. Igor pega uma cadeira e se senta frente a frente com ela. Ele a encara intensamente, lendo cada emoção que ela estava sentindo.

-E-eu não... Eu não sabia que i-iria tão longe           -ela engole seco e olha para baixo-           Henry nos disse que estavamos avançando no meio científico. Todos os experimentos eram para melhorar a sociedade

-Melhorar a sociedade?

-Henry dizia que odiava a humanidade como estava e está atualmente. Ele queria algo melhor, maior e perfeito, um modo de limpar toda a escória do mundo, segundo as p-próprias palavras dele...                -ela olha para Igor lentamente-              Nós fizemos todo o tipo de experimentos com pessoas de várias faixas etárias, mas ele disse que era melhor usar as crianças como maior área de estudo...

Igor não falava nada, apenas escutava. Ele fica bem surpreso e assustado com o que estava ouvindo. Ele mantinha contato visual com a mulher, para ver se ela não estava mentindo.

-Com o tempo, maior parte de nós questionamos os pensamentos dele. Porém, ele eliminou todos que discordavam com ele e com o tempo, foi eliminando também aqueles que ele acreditava ser inútil. Quem sobrou, ainda trabalha com ele por medo... E acredito que as intenções que ele falava no começo nunca foram realmente essas

-E quais são as intenções dele agora?

-E-eu não sei, eu juro q-que não sei

-Ele persegue mais alguém além de mim?

-N-não, você é a criação perfeita dele, uma obra de arte aos olh-                 -um tiro bem na cabeça dela a interrompe e ela morre ali mesmo. Foi um tiro certeiro-

Ele se levanta e vê de onde veio o tiro, vendo um buraco na parede. Ele pega os arquivos, põe tudo na pasta e sai daquele consultório rapidamente e quando sai, ele vê uma cena terrível. Todos que estavam ali estavam mortos, exceto uma mãe e uma filha, as quais estavam paralizadas de medo na área infantil.

-O que aconteceu aqui?!             -ele diz indo até elas rapidamente-          O que aconteceu?!

-... C-coelho                -a garotinha fala-             Coelho r-roxo

-Coelho roxo? Para onde ele foi?

Ela aponta para a saída. Ele sai dali correndo e vê um rastro de sangue e ele segue esse rastro até que... Some. De repente, o rastro para. Ele fica assustado, como que o rastro simplesmente para em um lugar de repente? Se fosse um caminho longo, faria sentido, mas era curto demais para simplesmente parar por ali.

Ele volta para a clínica e vai até a mulher e a garota que estavam lá paralisadas. Ele as puxa para fora da clínica e elas ficam paradas na frente da clínica junto com ele. Foi um crime silencioso, ninguém havia notado ainda que crime algum havia sido cometido ali. Ele pega o celular e liga para Connor.

-Alô?

-Connor, chame seus colegas policiais e venha, um massacre acabou de acontecer

-Pera, pera, o que?! Como assim?!

-Venha para clínica psiquiátrica Saint Peter, rápido

-Já estou à caminho            -ele desliga-

Igor manda mensagem para Dayos e Miguel, avisando que iria voltar para casa mais tarde. Ele diz que estava bem, apenas iria resolver algumas coisas. Ele guarda o celular e aguarda a polícia. Ele ficava tentando confortar aquela mulher e aquela garotinha que haviam presenciado aquilo. A polícia logo veio e o som assusta o bebê, o qual começa a chorar.

Igor balança a criança e ela se acalma com o tempo. Os policiais chegam no local, sendo Connor o último a chegar. Dois deles levam a mulher e a garota para testemunhar, e quando questionam Igor, ele diz que não sabe o que aconteceu, afinal, ele não havia visto nada. O local estava sendo inspecionado.

-Igor, você sabe o que aconteceu?            -Connor pergunta-

-Não, mas sei que tem algo haver com a investigação           -ele fala baixo, afinal, apenas Connor sabia disso-            Acho que aquele homem sabia que eu descobri que a terapeuta havia feito algo de algum jeito

-Entendi. Ah, oi mini Igor          -ele diz olhando para o bebê e sorrindo-         Tão fofinho ele

-Hm? Por que "mini Igor"?             -ele questiona-

-Ele estranhamente parece com você, bem bonitinho ele         -ele diz e passa a mão na cabeça do bebê-         Bem, tenho que ir investigar        -ele se aproxima mais do Igor-         Qualquer informação eu te passo

-Certo

-Te vejo depois         -ele diz e entra na clínica-

"Mini Igor, huh? É, faz sentido, o bebê inegavelmente parece comigo" Igor pensa. Ele decide caminhar por aí antes de voltar para casa. Ele chega em uma praça e se senta em um banco. O bebê parecia agarrar o sweater dele querendo algo.

-Está com fome, não está?            -ele tira o bebê dos panos e segura ele em um braço. Ele pega a mamadeira e põe na boca do mesmo, o qual começa a beber. Ele vê um arbusto cheio de flores bonitas, e lembra que elas são as favoritas da Marrie-           Realmente, essas flores são bonitas...

Ele fica pensando em algumas coisas. Ele pega o celular e pensa em ligar para Marrie...

O Labirinto - Abaixo Da SuperfícieOnde histórias criam vida. Descubra agora