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Igor não foi dormir. Na realidade, ele estava bem acordado.

Enquanto as crianças dormiam no outro quarto, ele estava em sua sala secreta. Ele tinha uma câmera no quarto das crianças e ficava atento, para caso ele precisasse sair daquele lugar e ir atendê-las em algum momento.

Enquanto isso, Igor anotava em seu bloco parte de sua investigação e algumas lembranças. Tentando juntar algumas peças. Ele logo percebe algo sobre a garota loira chamada Alexsandra... Onde estão os arquivos de sua família?

"Deveriam estar aqui, eu recuperei todos os dados sobre eles" ele pensa "isso inclui familiares, mas é como se ela existisse em um vácuo e não tivesse nada". Ele observa que Dayos, um garoto loiro também não possuía dados de familiares, o que era estranho, pois mesmo que ele fosse órfão, era para ter algum tipo de registro.

Ele começa a comparar Dayos com Alexsandra. Ambos tinham muito em comum. Em algumas descrições e até mesmo caracteristicas físicas, pareciam ter um certo tipo de conexão. A diferença é que Dayos não possuía sequer um sobrenome, porém a Alexsandra possuía. Alexsandra M. Carrow.

Ele pesquisa sobre o sobrenome em vários lugares, não havia nada sobre isso. Era inútil procurar, pelo menos... Procurar pela superfície.

Ele começa a cavar e cavar. Ele começa a entrar em alguns códigos para ver se há algum arquivo deletado que possa ser recuperado, até que ele encontra algo.

-Interessante... Há um código aqui

Ele começa a tentar arrumar aquilo e era uma foto cheia de borrão e danos, mas era visível que era uma família. Não haviam muitas informações, apenas uma mensagem ali em código binário.

01001101 01100101 00100000 01110000 01110010 01101111 01100011 01110101 01110010 01100101 00100000 01101101 01100001 01101001 01110011 00101100 00100000 01001001 01100111 01101111 01110010 00101110 00100000 01001101 01100101 00100000 01100101 01101110 01100011 01101111 01101110 01110100 01110010 01100101 00100000 01100101 00100000 01100100 01100101 01110011 01100011 01110101 01100010 01110010 01100001 00100000 01100001 00100000 01110110 01100101 01110010 01100100 01100001 01100100 01100101 00100000 01110011 01100101 00100000 01110000 01110101 01100100 01100101 01110010 00101110 00100000 01010011 01100001 01101001 01100010 01100001 00100000 01110001 01110101 01100101 00100000 01101111 00100000 01100010 01110101 01110010 01100001 01100011 01101111 00100000 11101001 00100000 01101101 01100001 01101001 01101111 01110010 00100000 01100100 01101111 00100000 01110001 01110101 01100101 00100000 01110000 01100101 01101110 01110011 01100001 01110011 00100000 01100101 00100000 01110001 01110101 01100101 00100000 01101000 11100001 00100000 01110101 01101101 00100000 01110000 01110010 01100101 11100111 01101111 00100000 01100001 00100000 01110011 01100101 00100000 01110000 01100001 01100111 01100001 01110010 00100000 01110011 01100101 00100000 01100101 01101110 01100011 01101111 01101110 01110100 01110010 01100001 01110010 00100000 01100001 00100000 01110110 01100101 01110010 01100100 01100001 01100100 01100101 00101110

Igor anota tudo em seu bloco. Todos os padrões de 0 e 1. Ele pega um livro de uma das gavetas sobre códigos. Ele abre sobre código binário e começa a ver como traduzir linha por linha, padrão por padrão e vai anotando as letras que correspondem a cada padrão em outro papel.

Começam a se formar as palavras e as frases. Ele fica assustado com o que acabou de traduzir.

"Eles... Eles sabem..." ele pensa e se levanta assustado.  "Eles sabem que estou procurando por eles!" ele se afasta devagar e começa a olhar para todos os lados. "Isso não é bom... No que eu estou me metendo?"

-Igor             -uma voz de uma garotinha diz-              Você vai levar para o meu pai, não vai?

Ele olha para trás e não vê nada. A voz era familiar.

-Pa-p-part-te de mi-mim ainda e-e-está por a-a-aí                 -uma voz de um garotinho fala-               O-onde?

Igor olha para o outro lado e também não vê nada. Era mais uma de suas alucinações... Ou será que eram espíritos? O que eram? Memórias do passado o assombrando? Ele estava dormindo? O que era aquilo?

Ele pega um lápis e afia. Ele, devagar, enfia o lápis em sua pele, fazendo um leve corte superficial. Pela dor, mesmo que fosse pequena, ele percebeu que sim, era a realidade. Suas visões estavam invadindo um pouco a realidade. Ele se sentia como se estivesse desassociando. Ele já leu em algum lugar sobre isso, tinha certeza que era apenas algo de sua mente novamente.

Ele se senta na cadeira novamente, seu pé e sua perna estavam tremendo. Seu corpo suava e sua respiração, por mais que tentasse manter o ritmo, estava ofegante. Ele estava ansioso, até perceber algo...

-Vamos continuar então...              -ele respira fundo e suspira, fazendo com que o ritmo voltasse ao normal-                 Não me importo se sabem sobre mim, apenas mostraram pra mim que eu estou perto de descobrir as coisas              -seu pé e sua perna param. Ele apoia os braços na mesa e a cabeça em suas mãos, as quais estavam com os dedos entrelaçados-                 Obrigado pela sinalização

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