𝗶 𝗸𝗻𝗲𝘄 𝘆𝗼𝘂 𝘄𝗼𝘂𝗹𝗱 𝗰𝗼𝗺𝗲 𝗯𝗮𝗰𝗸'

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Montevideo, 2000.

Já fazia 3 anos que todo aquele inferno havia passado. Matías foi julgado e condenado por cárcere privado e sequestro. Sua sentença foi perpétua, ficaria preso o resto de sua vida em um hospital psiquiátrico. Os advogados e o juri acharam melhor deixar Matías abandonado em algum hospício qualquer. Eles não queriam se incomodar com ele.

Sophia por outro lado, estava mais feliz que nunca. Havia conseguido entrar em uma boa faculdade, e estava muito feliz morando com o amor de sua vida, Enzo.

Após o ocorrido, Enzo ainda mantinha contato com Sophia. A chamando para cafés a tarde, ou oferecendo companhia até o caminho para a faculdade. Ele não queria ela andando sozinha. Enzo tinha medo que algo acontece com ela novamente.

Matías estava sozinho, trancafiado em um quarto branco. Ele ainda tinha a permissão de saber as notícias que passavam nós jornais. Na maioria dss vezes ele via o rosto de Sophia em todas elas.

" A garota que escapou da morte."

"Sophia relata os terrores que passou junto ao psicopata, Matías Recalt."

Ela achava uma manchete mais entediante que a outra. Matías as vezes sentia falta da mesma, e as vezes ele queria ela morta.

...

Sophia colocava delicadamente os ovos na frigideira, tentando fazer a menor bagunça possível. Já era de manhã, e suas noites estavam melhores. Não tinha mais pesadelos no meio delas, e quando tinha, Matías era o núcleo principal deles.

Os livros universitários ocupavam o espaço de sua mesa, pois na noite anterior a mesma estava se preparando para os testes de verão, que aconteciam especificamente nós últimos meses do ano.

Ela se sentia feliz. Era como se o Senhor lhe tivesse ouvido suas orações, para lhe dar nem que fosse um pingo de esperança. O seu pedido havia sido concedido. Ela já conseguir passar o natal em casa, e ia ter o privilégio de conseguir retomar sua vida.

Enzo, estava nos últimos meses de sua faculdade de direito --- Sophia sempre achou que o diploma combinaria totalmente com ele. Sempre estava dizendo para o homem que ele seria um dos melhores advogados de Montevideo. O que era algo admirável. --- Enzo sempre quis exercer essa profissão, o que não seria nada difícil, pois parecia que ele já era convocado para isso.

Os dois seguiam uma vida tranquila. Moravam juntos, e dividiam as despesas do apartamento. Enzo sempre fez questão de pagar tudo para Sophia. Mas ela sempre deixou claro que não era necessário, e que sua companhia e seu afeto, já eram a coisa mais importante para ela.

--- Achei que tinha ido na padaria. --- Sophia sente os braços do mais velho a abraçando por trás, enquanto ela mexia os ovos da frigideira. --- Está com um cheiro bom. --- Enzo diz com satisfação em sua fala. Ele sabia que sua mulher sabia fazer as coisas de um jeito melhor que o dele.

Tanto que quando o mesmo decidiu se aventurar ao fazer um almoço, as coisas não saíram muito bem. Uma assadeira com batatas que pareciam estar carbonizadas e um cheio horrível de queimado que se espalhava por todo o apartamento.

--- Achei que ia dormir mais um pouco. --- Ela vira um pouco sua cabeça para poder olhar nos olhos de seu namorado. --- Estava dormindo tão bem. Não queria te acordar.

--- Eu estava dormindo quase de ponta cabeça, amor. --- Enzo brinca. Ele não parava quieto na cama. Sempre se mexia, ou sempre estava trazendo Sophia para perto dele.

Sophia ri e desliga o fogão, levando a frigideira com os ovos quentinhos para ilha da cozinha, já que sua mesa estava ocupada com sua bagunça.

Enzo a acompanha e observa ela se servir, logo ele se serve em seguida.

--- Tenho que resolver aquele negócio do banco hoje. --- Sophia comenta enquanto leva uma garfada de alimento até sua boca.

--- Quer que eu te leve? Ou prefere ir dirigindo? --- Enzo a olha. Ele confiava Sophia dirigindo seu carro, ele gostava de vê-la dirigindo e trocando as marchas.

--- Eu posso ir sozinha, meu amor. Aí temos tempo de almoçarmos juntos hoje.

--- Tudo bem então, amor. --- Enzo diz enquanto termina de comer. --- Só vou lhe pedir para me deixar na universidade antes. Tenho que ver aquele seminário que deixei com Esteban na terça.

--- Então tranquilo, vamos juntos. --- Sophia dá um sorriso para o namorado.

...

Enzo dá um beijo em sua namorada antes descer do carro. Logo em seguida abre a porta, e adentra na imensa Universidade de Montevideo.

Sophia lhe manda um aceno e acelera o carro. Enquanto dirigia, ela já havia passado o banco. Ele não estava nos seus planos.

A estrada estava vazia e silenciosa. Parecia que somente Sophia estava dirigindo nela. Mesmo com o tempo passando extremamente devagar, ela logo chega em seu destino.

Os grandes portões de ferro se abrem. Sinalizando que ela poderia entrar. Seus corredores eram brancos. Junto com as mesas, jalecos e instrumentos. Passará por uma pequena sala, onde a mesma foi revistada.

Acompanhada de um policial que não tinha uma feição muito amigável, ele a leva até a sala desejada, onde ele diz.

--- Aí, Doutor! --- Diz em tom provocativo. --- Você tem visita. --- Ele tira a sua chave do bolso para abrir o outro lado do quarto, onde Sophia ficaria, segura. --- E é das bonitinhas.

Era Matías. Com olheiras profundas, e com uma feição que deixava Sophia desconfortável. Ele estava com seus braços presos em uma camisa de força. Ele finalmente estava aparentando um louco fisicamente e internamente.

--- Eu sabia que você voltaria, meu amor. --- Diz Matías, dando um sorriso totalmente psicótico.


Fim.



𝐈 𝐊𝐍𝐎𝐖 𝐘𝐎𝐔 -  𝘔𝘢𝘵𝘪́𝘢𝘴 𝘙𝘦𝘤𝘢𝘭𝘵Onde histórias criam vida. Descubra agora