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Hyunjin

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Hyunjin

O volante do Charger reclamou quando girei a madeira com as duas mãos. A chuva caía do céu azul-escuro, atacando o para-brisa com tanto barulho que felix quase precisava gritar para superar o ruído. Ele estava tagarelando mil palavras por minuto, e tudo se juntava num borrão. Ele não estava com raiva, e sim excitado. Eu também não estava com raiva — estava sentindo uma fúria profunda e total do caralho. A adrenalina ainda bombeava em minhas veias, fazendo minha cabeça latejar, como se fosse explodir.

Essa sensação era exatamente o motivo de eu quase nunca perder a calma. Isso me deixava enjoado, fora de controle, culpado — tudo que eu não queria sentir. Conforme os quilômetros ficavam para trás e saíamos de Topeka, a voz de felix começou a ficar clara.

Ele estendeu a mão para pegar a minha.

— Baby? Você me escutou? É melhor diminuir a velocidade. A chuva está caindo com tanta força que está começando a se acumular na estrada.

Ele não estava com medo, mas dava para perceber a preocupação em sua voz. Meu pé se ergueu um centímetro do acelerador e eu me acalmei, liberando a tensão da perna e depois do restante do corpo.

— Desculpa — falei entredentes.

Ele apertou minha mão.

— O que aconteceu?

Dei de ombros.

— Eu perdi a cabeça.

— Parece que eu estou viajando com o chan, não com o meu namorado.

Expirei pelo nariz.

— Não vai acontecer de novo.

De canto do olho, vi seu rosto se comprimir.

— Você ainda me ama?

Suas palavras foram como um soco no estômago, e eu tossi uma vez, tentando recuperar o fôlego.

— O quê?

Seus olhos ficaram vidrados.

— Você ainda me ama? Isso tudo é porque eu disse "não"?

— Você... você quer falar sobre isso agora? Quer dizer... claro que eu te amo. Você sabe que sim, lix. Não acredito que você me perguntou isso.

Ele secou uma lágrima que havia escapado e olhou pela janela. O clima lá fora espelhava a tempestade em seus olhos.

— Não sei o que aconteceu.

Minha garganta se fechou, sufocando qualquer resposta que eu pudesse dar. As palavras me escapavam. Alternei entre encará-lo em confusão e olhar para a estrada.

— Eu te amo. — Ele fechou os dedos pequenos num punho e o colocou sob o queixo, com o cotovelo apoiado no descanso de braço. — Eu queria conversar com você sobre como as coisas estão entre nós ultimamente, mas estava com medo... e... eu não sabia o que dizer. E...

Algo belo •Hyunlix• Onde histórias criam vida. Descubra agora