Capítulo Dois (O Dr. idiota e a artista impostora)

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"This is how I feelI'm cold and I'm ashamedBound and broken on the floor"— Torn, Natalie Imbruglia

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"This is how I feel
I'm cold and I'm ashamed
Bound and broken on the floor"
— Torn, Natalie Imbruglia

J E O N G Y E H A
J E O N

🎨

Um mês havia se passado desde o pior dia da minha vida, e a partir daí eu pude comprovar uma verdade absoluta: a musica é um presente de Deus para quem teve o coração partido. Na primeira semana, eu chorei ouvindo Adele e Phoebe Bridgers. Na semana seguinte, foi a vez de juntar os cacos com Rihanna e Taylor Swift. Já na terceira, Juice WRLD parecia ser o único que entendia o meu idioma, e, então, a quarta semana tinha sido um momento completamente dedicado para os anos 90.

Hanie? Alô? Ainda tá aí?

— Sim, Appa, eu ainda tô aqui. — Ajustei o celular entre o apoio do meu ombro e a minha orelha, terminando de guardar os meus sapatos dentro da caixa.

Tem certeza de que não precisa que eu vá aí—

— Appa, eu juro que eu tô legal.

Estava mentindo. Sim, já tinha passado um mês e eu ainda me sentia na merda, mas sabia que iria ser assim por um tempo.

Quando coisas desse tipo acontecem, você precisa da família, Hanie-ah. É o único jeito de lidar com isso. Além disso, Santa Mônica não tem nada de Cypress.

Respirando fundo, eu pego outra caixa vazia enquanto ando até o banheiro.

— E que tal se eu prometer que vou aí, daqui algumas semanas? Eu ainda tenho muito trabalho aqui na cidade. E você sabe que eu não posso voltar pra casa agora. Não quando as pessoas vão ficar olhando e julgando...

E desde quando a minha Hanie se importa com que os outros pensam sobre ela? — Ele deu uma risada, que ficou abafada por conta da ligação.

Desde que eu fui humilhada publicamente.

— Você tá certo. Que todos se ferrem, e diga à mamãe que eu quero a maior festa de boas-vindas do Estado.

Essa é a minha garota. Sorriso no rosto.

— E cabeça erguida. Tchau, Appa, amo você. 

Também te amo — ele respondeu, desligando logo em seguida.

Suspirando, eu jogo a caixa de papelão no chão e Bam, que aparentemente havia se esquecido de que não era mais um filhote, tentou usá-la como a sua nova caminha, mas ela acabou rasgando pelas laterais. Chateado, ele se distanciou da caixa e se deitou em outro canto, enrolando-se feito uma bola de pêlos preta e marrom-bordô. Eu estava prestes a me deitar ao lado dele exatamente assim, quando a campainha tocou.

Bam ergueu a cabeça rapidamente, mas continuou onde estava.

— Não saia daí, eu vou lá ver — disse a ele assim que a campainha tocou novamente.

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