Capítulo Um (Sinais de alerta)

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"I'm crumpled up piece of paper lying here'Cause I remember it all, all, allToo well"— All Too Well, Taylor Swift

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"I'm crumpled up piece of paper lying here
'Cause I remember it all, all, all
Too well"
— All Too Well, Taylor Swift

J E O N G Y E H A
J E O N

🎨

Eu deveria ter visto os sinais naquela manhã. Eles não eram nada descomunais, mas estavam lá.

Por pouco não escorrego e acabo me matando quando estava saindo do banho — tá, esse foi um sinal bem grande, colossal, mas os outros eram até bem pequenos. Não conseguia achar o pé esquerdo do meu par favorito de coturnos bege. O colar de pérolas que ele havia me dado escorregou do meu pescoço, rompeu e espalhou-se por todo o chão do quarto. E quando ele chegou, vinte minutos atrasado, Bam não parava de latir para ele... era quase como se meu cachorro soubesse que o dia primeiro de março seria o dia que marcaria em minhas memórias a destruição da minha dignidade.

Me sentando no banco da sua nova Mercedes azul meia-noite, ele não me disse nada enquanto afastávamos nossas vistas da maré da Venice Beach. Seus dedos estavam praticamente pálidos pela força com que segurava o volante. O dorso de sua mão permanecia apoiado sob sua boca, algo que ele havia feito centenas de vezes nos três anos em que estivemos juntos, mas apenas quando estava realmente preocupado ou aborrecido.

— Gyu? — Toquei sua perna e ele deu um sobressalto, como se tivesse se esquecido de que eu estava sentada bem do seu lado.

Virando-se para mim, seus olhos castanhos-claros encontraram os meus.

— O quê?

— Você tá legal? Parece até que a gente tá indo pra um enterro e não um casamento. — Brinquei, sorrindo. Ele apenas balançou a cabeça e segurou minha mão.

— Eu tô bem. — Ele beijou por entre os meus dedos. — É só coisa do trabalho. Espero que a gente possa dar umas voltas e depois sair de lá antes que fique muito tarde.

Concordando, eu olhei para a praia atrás de nós enquanto ele dirigia. Mingyu — ou Gyu, como costumava chamá-lo — era o dono e fundador de ambas as revistas Class e Rebel. Na verdade, essa foi a razão pela qual nos conhecemos. Ele havia ido em uma das inaugurações da minha galeria e gostou da minha fotografia. Tinha dito para mim mesma que jamais assinaria qualquer coisa com alguma companhia ou marca; gostava de ser freelancer. Eu pintava e fotografava o que eu queria, o que tinha algum significado para mim.

Ainda assim, havia algo em Mingyu Kim. Não importava quantas vezes eu tivesse negado seu pedido ou ignorado seus e-mails, ele nunca desistiu. Afinal de contas, não importava o que Mingyu Kim quisesse, ele lutaria até que fosse seu. Não demorou muito, então eu acabei aceitando fazer a capa de primavera deles. Era para ter sido apenas essa única capa, mas aí, três anos depois, eu já tinha um contrato como fotógrafa e era noiva dele.

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