32 - Aquele com o surto de ciúmes.

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🎨 | Boa leitura!

📄 NOAH URREA

Em outros tempos, eu diria que se a minha mãe fosse passar uma semana na minha casa, essa com certeza seria a pior semana da minha vida. Mas na verdade, foi a melhor desde que eu me mudei e isso não tem nada a ver com a Wendy e sua falta de simpatia. Na verdade, eu deveria agradecê-la por ser o pivô de uma mentira e fazer com que Any e eu dormíssemos no mesmo quarto. Isso foi essencial.

Estou dirigindo de volta para casa depois de deixar a minha mãe no aeroporto. Deixei a música alta tocando enquanto acompanho cantando alto e batucando no volante. Quero apenas chegar em casa e transar com a Any em todos os cantos do apartamento.

Nós transamos em todas as últimas quatro noites e mesmo assim, ainda sinto como se precisasse de mais um pouco. Ao mesmo tempo que Any mata o meu desejo, também me deixa desejando um pouco mais. Estou tão entorpecido que só consigo pensar nisso. Eu não sairia do apartamento nunca mais se ela pudesse andar por ele nua o dia inteiro.

Acabo de estacionar na minha vaga na garagem do prédio e estou saindo do carro quando alguma coisa pequena acerta o meu peito com força e me faz contrair um pouco de dor. Coloco a mão na camiseta e percebo a tinta verde da bolinha que estourou com o contato. E antes que eu raciocine, uma série de bolinhas coloridas de airsoft me atingem uma atrás da outra no peito, braços e até no rosto. Solto inúmeros palavrões enquanto volto para dentro do carro e fecho a porta para me proteger.

Ergo a camisa suja de tinta e faço uma careta ao ver as várias manchas vermelhas que com certeza vão virar hematomas mais tarde.

Ergo os meus olhos e a vejo. Na frente do carro, Any está sorrindo enquanto mira uma arma de arsoft na minha direção. Eu quase fico admirado por ela saber posicionar aquilo em seu ombro perfeitamente, mas no momento estou meio sem reação.

Como a minha camiseta é branca – ou era, graças ao ataque surpresa –, eu a retiro e abaixo um pouco o vidro da janela do carro, colocando a mão para fora e balançando a camiseta em sinal de paz. Vejo que Any ri antes de apontar o cano da arma para o chão e me tirar da sua mira.

Saio do carro e olho para ela descrente enquanto ela parece orgulhosa de sua pequena traquinagem.

— Que merda é essa? — pergunto.

— Eu disse que tinha uma arma, lembra?

— Essa arma. — começo a assentir e tento segurar o riso. Eu não deveria rir, ela me deixou dolorido. — Então voltamos oficialmente à ativa?

— Sua mãe foi embora, eu não sou mais a sua namorada e ainda quero o meu apartamento só para mim. Prepare suas armas, ranzinza, os próximos rounds serão intensos. — pisca.

— Eu vou te punir por isso e você vai gritar muito. — ameaço com uma clara segunda intenção.

— Não vai ser punição se eu gostar. — diz me provocando.

A encaro de forma predatória como se fosse lhe dar um bote e é claro que ela percebe. Quando dou o primeiro passo da minha corrida, Any foge em direção ao elevador. Ela até tenta fazer as portas fecharem antes que eu chegue, mas eu a alcanço e consigo entrar junto com ela, a encurralando contra a parede de trás. Seus olhos estão bem abertos e ela está ofegando por causa da pequena corrida.

— Eu vou te devorar. — digo de forma ameaçadora.

Um sorriso aparece no rosto dela. Eu a pressiono contra a parede e a beijo segurando o seu rosto entre as minhas mãos. Quando a ergo para que ela fique em meu colo, Any derruba a arma no chão e essa coisa demoníaca aciona sozinha, dando um tiro de airsoft na minha panturrilha.

Room Haters ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora