Epílogo.

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Demorei um cadim mas apareci, bom ultimo capitulo pra vocês.

beijim beijim

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Lauren POV

Vazio. Me pergunto se estou no limbo. Mas o que aconteceu exatamente? Será que em algum momento do meu trajeto da cozinha até o jardim onde Camila estava, eu tive algum ataque epilético, caí, convulsionando e morri? Dizem que quando a gente morre passa um filme, em nossa cabeça, de todos nossos acontecimentos em vida. Pois bem, apenas me encontro num imenso vazio, branco e mais nada. Não há paredes, portas, janelas, um buraquinho que seja, nada. E em minha cabeça apenas ocorre um único pensamento: o que diabos aconteceu?

Percorro alguns metros à procura de alguma coisa, até me frustrar e encontrar mais um punhado de nada. Me sento em algo que nem sei identificar se seria o chão e de repente ouço algumas vozes. São crianças rindo e tem mais alguém, parece ser uma mulher. Eu conheço essa voz. Claro que conheço, é o meu som preferido no mundo todo, é a voz dela, Camila.

Viro-me em diversas direções daquela imensidão branca e acabo notando algo que não estava lá antes. Parece uma maçaneta. Caminho até lá para me certificar, apenas para constatar que era mesmo uma maçaneta. Giro-a e uma enorme porta se abre, cubro o rosto com o antebraço, pois uma claridade imensa passa pela nova abertura. Abro os olhos aos poucos até me acostumar com a luz do novo ambiente e percebo um jardim. Parecia o jardim da nossa casa. Aliás, não só parecia, como era uma cópia exata do nosso jardim. Mas que porra está acontecendo? Eu morri e o céu é alguma espécie de lugar que nos tenha dado conforto enquanto vivos?

Caminho mais um pouco, seguindo as vozes, elas vêm da casinha na árvore. Me aproximo mais consigo constate que se trata mesmo de minha esposa e algumas crianças, talvez três. Uma eu pude finalmente reconhecer, pela risada, que era nossa filha, mas e as outras? Seriam meu sobrinho Enzo e o tal amigo italianinho? Bem, como saber não é mesmo? Há alguns minutos eu estava cercada de absolutamente nada e agora estou no jardim de minha casa, ouvindo minha esposa e minha filha brincando com mais duas crianças que eu não sei quem são. Pelo visto, seja lá onde eu estou, qualquer coisa pode acontecer.

Subo a pequena escada que leva até a entrada da casinha e encontro Camila sentada no chão da varanda, Louise está de frente para ela, também sentada e brincando com dois menininhos que estão sentados no colo de Camila. Termino de subir os degraus e fico observando a cena. Quem são esses garotinhos? São novos demais para serem meus sobrinhos e o amigo de minha filha, devem ter no máximo uns três anos.

- Oi cariño. – Camila me chama sorridente. – Vem cá, vamos brincar com as crianças.

- Vem, mamãe. – foi a vez de minha filha me chamar.
Não tive reação, talvez por não entender bulhufas do que está acontecendo, talvez por curiosidade em relação aos dois meninos no colo de minha esposa, ou talvez pelo único fato de eu estar embasbacada com as feições deles, quando eles olharam para mim: são a cara de Camila. Os traços finos, narizes afilados e levemente arrebitados, boquinhas carnudas, cabelos castanhos, mas os olhos, apesar de seus contornos parecidos com os dela, eram verdes. Os dois. Certamente deviam se tratar de gêmeos.

- Lauren. – minha esposa chamou cutucando em meu ombro. – Amor? – mas eu continuava parada a olhar os dois meninos em seu colo. – Lo... – outro cutucão, dessa vez nos dois ombros, mais pareciam sacudidas. – Amor, acorda! – sua voz saiu meio esganiçada, no entendo seu semblante continuava calmo e sereno, ela nem mesmo estava encostando em mim. Que porra tá acontecendo, meu Deus? – Lauren! – dessa vez não me senti sendo chacoalhada, mas senti pequenos tapas em minhas bochechas.

My Sweet Prostitute. (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora