capítulo 2

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No dia seguinte, não aconteceu nada de diferente, eu acordei às 6 horas com o despertador, troquei de roupa e saí de casa, até o momento em que cheguei na sala de aula.

Era aula de educação física, e por conta das novas matérias, agora seria apenas uma aula de educação física por semana, na qual, se soubesse tempo, nós iríamos para a quadra.

Por ser o segundo dia de aula, o professor anunciou que seriam escolhidos os representantes de sala, ao todo 3.
Ele perguntou quem gostaria de se candidatar e imediatamente Eduarda levantou a mão, seguida por sua amiga Larissa e por seu amigo Ícaro. Mais algumas pessoas aleatórias na sala levantaram a mão, e a Ana Laura sugeriu q eu me candidatasse. Não achei uma má idéia, porque, apesar de odiar estar naquela escola, eu sempre gostei de me exibir para as pessoas sempre que podia. Então, apoiado pelo Victor e pela Ana Laura, eu levantei a mão e me candidatei.

O professor estava escrevendo os nomes dos candidatos na lousa, e quando escreveu o meu, ouvi um som de desdém vindo de algumas carteiras atrás. Me virei para ver Ícaro debochando da minha candidatura. Apenas ignorei e virei para frente.

Eu estava com 2 votos, um da Ana Laura e outro do Victor, enquanto isso, Ícaro e suas amigas estavam com 5 votos cada, isso era uma perda de tempo, pensei, como poderia ser eleito representante de sala quando sou tão impopular por aqui?

Até que algo inesperado aconteceu.
O professor estava perguntando em quem as pessoas iriam votar em ordem de fileira, a pessoa respondia em voz alta e ele colocava um tracinho ao lado do nome do candidato votado.

Quando chegou a vez dos meninos do fundão votarem, todos, sem exceção inesperadamente começaram a gritar meu nome, eles estavam realmente votando em mim. Á essa altura eu já havia alcançado a mesma quantidade de votos que o grupinho do Ícaro, mas mesmo depois que os meninos votaram em mim, as pessoas que se seguirem também continuaram falando meu nome.

Ao final de tudo, eu fui a pessoa mais votada para representante com uns 8 votos, seguido pela Larissa e pela Eduarda, com mais ou menos 6 votos cada. O Ícaro, que ficou com 4 ou 5 ficou de fora.
Ao perceberem que eu havia ganhado, de certa forma, os meninos do fundo da sala começaram a bater palma pra mim, e como num efeito manada, logo a sala toda estava aplaudindo a minha vitória, eu, meio sem jeito, só consegui sorrir e agradecer. De certa forma eu havia conquistado a confiança de algumas pessoas nessa sala, e mesmo que não fosse meu sonho ser representante eu não podia voltar atrás e deixá-las na mão.
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Após a votação, o professor decidiu q dava pra ir para a quadra com os 15 minutos restantes de aula. Por ser muito pouco, eu, que estava nesse momento com o grupo das meninas (Camile, Eduarda, Larissa etc) decidi ficar com elas no pátio, já que o Victor e a Ana Laura iam pra quadra, e eu não estava muito afim.

Elas decidiram passar na cantina para comprar alguma coisa e eu as acompanhei.

Enquanto estava plantado esperando elas comprarem o que quer que fosse, vi pelo canto do olho alguém parado atrás de mim, me virei para dar de cara com o Pedro me encarando, fingindo estar espantado.

Eu: o que que foi filho?

Pedro: nada.

Fiquei encarando ele de volta por uns 3 segundos até decidir o ignorar e me virar para frente.
Foi quando, de repente, como se fosse um sonho, eu sinto um braço masculino passar por cima do meu pescoço e me abraçar por trás, a mão esquerda da pessoa repousando calmante no meu peito.
Estava sem reação, virei a cabeça para novamente dar de cara com o Pedro, mas dessa vez, com o rosto bem mais próximo do meu, me olhando com um olhar calmo e inocente.
Tentei agir normalmente quando me virei para frente e fingi não ligar para essa aproximação física repentina de um menino que mal havia falado comigo se não para me parabenizar pela vitória há alguns minutos. Mas, apesar da aparente calma que qualquer um que olhasse pra mim pensasse que eu estava, por dentro eu estava morrendo, de desconforto? Não, de tesão. Um gay panic como eu nunca havia tido em toda a minha vida me atingiu de tal maneira, e sentir a respiração quente dele no meu pescoço, somada á sensação de sua mão masculina e seu braço forte sobre meu peito, senti uma ereção se aproximando.
Fiquei mais tenso e tentei me controlar, apesar de aparentar mais do que nunca ser um péssimo ator.

Ele ficou uns 3 minutos apoiado assim, com os braços em volta do meu corpo e a respiração lenta no meu ouvido, isso foi suficiente para ele me ter por completo.

Quando ele se separou, eu quis abraçá-lo novamente e não soltar nunca mais, mas aí lembrei de uma coisa: ele é hétero, e eu gay, e não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Estaria eu condenado á viver um romance platônico não correspondido por um menino charmoso e simpático, com olhos verdes como a floresta?


Isso era emoção de mais, afinal foi só um abraço, e eu ainda estava de costas, mas não consegui me livrar pelo resto do dia da sensação do peito dele roçando nas minhas costas, da mão pesada dele sobre meu tórax, da respiração quente e lenta dele em meu pescoço, como um vampiro sedendo por sangue pronto para abater sua vítima. "Mas ainda sim era muito pouco para eu ter um sentimento por ele, poxa eu não o conheço, essa é nossa primeira interação, deve ter sido só um episódio isolado que não irá se repetir" eu dizia para mim mesmo. Mas mesmo assim, nesse dia eu me deitei pensando nele, no toque dele, no corpo dele, em como a boca dele ficou perto da minha naquela manhã, em como eu poderia ter me arriscado a dar um selinho naqueles lábios carnudos e suculentos, e depois ficar com o olho roxo, mas teria valido a pena....

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⏰ Última atualização: Feb 25 ⏰

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