ENTREGA

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Song Ha-yoon pov.

Naquela manhã acordei me sentindo mais leve. Mas ainda sentia a mesma dor de anos atrás, e a culpa por não ter guardado luto no dia anterior me corroía. Eu deveria ter ficado lá. Me levanto e vejo que ainda são 5h, mas não tenho mais sono. Me enrolo em um roupão que está em uma cadeira e saio do quarto. Tudo ainda está escuro. Ando vagarosamente pelo hall do apartamento e vou até o terraço. Fico admirada com a beleza daquele lugar.

O nascer do sol no horizonte torna tudo mais belo. Olho a vista daquele lugar e sinto meu corpo relaxar. Uma brisa suave da manhã agita meus cabelos e eu fecho os olhos para sentir esse toque. Fazia tempo que eu não me sentia tão relaxada quanto naquele momento. Como se a tensão que estivesse sobre mim durante anos se esvaísse de repente. Eu me sinto leve. Esse lugar me traz leveza, não por ser um lugar chique e glamoroso, mas por ser calmo, tranquilo, sem o barulho da cidade e com uma vista de tirar o fôlego.

Com os olhos fechados eu inspiro aquele ar e vou soltando devagar deixando que aquele aperto em meu peito seja sanado pelo ar que sai dos meus pulmões.

— Já acordada? — Ouço Taehyun e me viro para vê-lo. Ele está de pé, escorado preguiçosamente na entrada do terraço, trajando apenas uma calça de moletom. Seu peito nu mostra seu físico bem desenvolvido, apesar de ele ser magro, tem um corpo lindo. Seus cabelos emaranhados apontam que ele acordara agora. Seus pés descalços mostram um homem totalmente despreocupado. Um novo Lee Taehyun.

— Não tenho mais sono, e aliás, bom dia Sr. Lee.

Volto a olhar o horizonte então o sinto se aproximar.

— Bom dia Ha-yoon. Como foi a sua noite? — Ele diz parando calmamente ao meu lado. Fecho meus olhos aproveitando a brisa da manhã. O sinto me envolver em seus braços e então ele beija a minha cabeça.

Coloco minhas mãos sobre as suas e admiramos juntos o sol apontando no horizonte.

— Foi boa. Dormi feito uma pedra. — Digo dando um leve sorriso.

— Fico contente.

Ele apoia o queixo em meu ombro e ficamos um tempo em silêncio enquanto vemos o sol ficar mais alto. O seu calor aquece levemente as nossas peles enquanto o vento frio da manhã arrepia nossos pelos.

— Sr. Lee... obrigada...

— Não precisa agradecer... — ele hesita e então afunda seu rosto na curva do meu pescoço —te devo desculpas...

Sinto um forte arrepio, então e desvencilio de seus braços e, relutantemente, me ponho frente a ele.

— Por que acha que me deve desculpas?

— Estava furioso ontem quando não atendeu minhas ligações e nem respondeu minhas mensagens. Fui egoísta. Me perdoe. — Ele disse franzindo o cenho enquanto olhava para mim e segurava em minhas mãos.

— Sr. Lee... está tudo bem... você não sabia.... Eu... eu também deveria ter dito... temos um acordo e...

Ele solta uma de minhas mãos e acaricia meu rosto.

— Eu sei que isso não está no acordo, na verdade é o oposto... — ele diz parecendo lutar com seus pensamentos em busca de palavras que se encaixem — e eu não quero que faça parte dele, mas quero que venha de você... — ele diz, agora fitando meus lábios, instintivamente eu faço o mesmo. Entendo sobre o que ele diz. Sem contato físico. Foi uma das exigências em nosso acordo. Mas como resistir a ele agora?

— Eu realmente não sei quando começou, mas Ha-yoon... Eu gosto de você! — Ele disse. — E ver você assim... Me deixa angustiado.

Então encurto nossa distância diante de sua confissão. É bem verdade que eu não estava indiferente a ele, mas eu não acho justo ser feliz quando eu já não tenho mais Haru e Ji-woon ao meu lado.

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