Pensamentos incontroláveis

1K 94 108
                                    

Alerta a gatilho psicológico!

Sn o olha por um bom momento e cora logo depois, era tudo tão repentino, ela buscara entretenimento e acabou achando um grande filme de terror...

Nenhuma mulher desejaria se casar com um assassino tão bonito e elegante, sabendo que é um locutor de rádio com problemas mentais, um sereal killer que provavelmente ferraria seu psicológico nas primeiras semanas de casamento...certo?
Pois bem, Sn estava vivendo um grande filme de perseguição, ela provavelmente perderia a dignidade depois dessa...

Sn olha pra baixo, pensando um pouco, seus olhos mal piscavam...ou nem piscavam.
— ...futura esposa...— ela fica com isso na mente.
Em um piscar de olhos, Sn estava no seu quarto agora, olhando pro chão, pros seus pés, logo caindo lágrimas que carregavam desespero e angústia, ansiedade e... diversão?

Sn olha pro teto agora, suas mãos se agarram na própria camisa. Ela olha pro teto, seus lágrimas escorriam de seu rosto.
— Me casar...me casar...casar...casar...— Sn diz baixo, quase como se estivesse suplicando uma última esperança.
— O casamento carrega amor... então o que um casamento arranjado carrega além de ódio por não ter o que falta...?— reflete ela.

Sn fecha levemente os olhos, chorando em silêncio, a realidade que ela não sabia porque chorava, só sabia que queria chorar e gritar. Ela sentia um nó na garganta agora, vai ser forçada a sair de sua zona de conforto, se casar com seu próprio assassino...que de alguma forma, não parecia ser tão ruim, correto?

Em sua cabeça, passava tantas coisas que seu corpo não conseguiria acompanhar.

Sn chora mais, agora franzindo a testa. Ela se ajoelha no chão agora, olhando pro chão. Seus cabelos caindo sobre seu rosto.
— A onde fui me meter? Ele me sufoca tanto, mas de certa forma não consigo fugir! Ele me puxa e chama como um maldito cachorro, mesmo não estando na coleira, eu vou!— ela suplica, sua voz trêmula e rouca, falha e desesperada.

Ela suplica por um pouco de esperança ou senso. Sua mente dizia; Fuja, ele é um assassino. Mas seu coração implorava; Por favor, por favor! Você vê o quanto seus olhos vermelhos a chamam? Seu coração aquece a sua presença. Mesmo saindo da sua zona de conforto, mesmo parecendo errado, ao mesmo tempo, parece tão certo...por favor, se jogue no mar de sangue e cave sua própria cova ao lado dele...

Sn se contém a gritar de tanto sufoco.
— Ahhhh por favoooor! Eu mesma estou cavando minha própria cova!— ela fala baixo, chorando mais agora. O eco de seu choro desesperado e largado entre os pensamentos eram ecoados pela casa inteira...

Sn fecha os olhos bruscamente, olhando pra baixo enquanto suas lágrimas aumentam e sua voz fica ainda mais trêmula. Suas mãos tremem de ansiedade, largada não chão no escuro, tão sozinha.
— Aaaahhh por favooor! Por favor! Eu imploro por um segundo em que meus pensamentos sejam arrancados da minha cabeça! Eu não aguento mais!! Não aguento pensar tanto mas tanto que chega a doer minha cabeça, chega as minhas lágrimas arder como fogo! Ahhh por favor, acabe com meus pensamentos...— diz ela com uma voz suplicante.

Sn coloca a testa no chão, conforme o tempo passava, mais pensamentos enchiam sua mente. Ela respirava tão pesadamente que podia sentir seu coração afundando no peito profundamente. Podia sentir o nó na garganta e uma dor tenebrosa de cabeça. Sn franze a testa e depois de tanta ansiedade no quarto escuro, na calada da noite, sozinha, apenas ela na casa...acaba gritando alto, mas tão alto que a casa se enche do grito rouco, alto e agonizante, quase pior que de uma pessoa sentindo dor...era de uma pessoa desesperada, desesperada em escapar, fugir e se esconder. O grito continua por uns longos segundos, era desesperador, agonizante, rouco e alto, cravava pelos corredores da casa inteira...

Sn chora agora, levanta a cabeça para olhar seu quarto escuro e apenas a iluminação de sua janela e sua sombra no chão, de alguém suplicando por ajuda.

Sn olha para sua sompra e toca nela levemente, a olhando com uma mistura de Dó.
— você é tão... tão pequena... tão pequena em meia a multidão. Mesmo depois de seus pedidos de socorro, nenhuma pessoa entre sete bilhões de pessoas ouviria seu desespero...ou simplesmente se importaria com seu sufoco.— ela "acaricia" os cabelos da sombra, falando como se fosse outra pessoa.— Você é apenas uma bactéria perdida no espaço. Você é um simplesmente... exatamente um Nada.

O tempo passa, e finalmente, Sn se recompõe novamente. Ela decide apenas encarar a situação como um filme de terror, decide ser a personagem principal do filme que Alastor começou.

Sn coloca um blazer marrom escuro e segue pra fora da casa. Era por volta das 00:19, e Sn anda pelas ruas de Orlando, olhando pro céu. Ignorando os bêbados, os homens que tentam puxar uma conversa. Ela andava no meio da rua, o que fazia algumas dos carros que passavam, buzinar e buzinar, mas ela parecia não ligar...

Sn sorri levemente pra si mesma, olhando pra lua enquanto andava com as mãos nos bolsos. Ela olha pra lua por um momento.
— você brilha mesmo na escuridão, mas mesmo brilhando tanto...seu brilho só existe por conta de um ser ainda maior, com essa ajuda, sabes que não não tem o brilho próprio...por isso leva as estrelas para lhe acompanhar em toda a escuridão, então...se eu sou a lua, cadê as minhas estrelas?— pergunta a si mesma.

Sn apenas suspira e continua a andar, olhando pra baixo. Seu pés acabam molhando, até perceber que começa a chover, chuviscando levemente. Ela ri um pouco e sai correndo do meio da rua para a calçada, se protegendo da chuva. Sn ri um pouco pra si mesma, até olha pro lado e vê Gilliard.
— ah?
— ah! Está fugindo da chuva também?— Gilliard pergunta com um largo sorriso.
— ... basicamente— ri nervosamente.
— Bom, porque se esconder de algo que virá normalmente novamente? É simplesmente mais cativante se for encarar.— ele ri um pouco disso. Gilliard continua a andar normalmente mesmo na chuva. Ele a olha de canto.

Sn pensa nas palavras, ainda de protegendo enquanto anda, mas levemente tira o capuz e aproveita a sensação da chuva caindo. Ela ri um pouco.
— Isso é sobre a chuva?
— Pensei que precisasse escutar isso— Ele ri levemente, continuando a andar ao lado dela.
Sn ri mais um pouco e ainda mais. Ela ri tanto que chega a chorar.
— Ok, eu precisava disso!— Ela diz entre risadas.
— Está rindo do que!?— ele ri também.

O tempo se passa, a chuva até se intensifica, mas Sn não parece perceber, apenas aproveita a presença de Gilliard. Ela também parece não se importar, apenas continua a conversar com Sn.

Sn ri um pouco enquanto continua a conversa.
— As vezes eu prefiro um bar do que um restaurante! Pelo menos no bar não tem restrições de como deve agir ou não agir.
— Concordo plenamente com você.— Gilliard ri mais um pouco.— Em um bar, as pessoas parecem se sentir mais livres. Lá você pode entre chorar e rir, é simplesmente aleatório.

Sn pensa nisso e ri um pouco.
— para algumas pessoas, o bar é seu lar, seu ponto seguro...a onde ninguém pode julga-lo por por exemplo, estar dançando em cima da mesa enquanto chora, cantando sertanejo— risos.
— dá onde esse exemplo!?— ele diz rindo.
— Isso é o exemplo mais básico de uma escritora!— Sn ri bastante, quase tropeça.
— Uma escritora? Uma escritora meio louca— sorri.
— Definitivamente, nós mulheres meio mulheres escritoras meio loucas— brinca um pouco. Sn ri bastante.

O tempo passa mais adiante, eram no mínimo 1:45 agora. Tudo acabara de acontecer tão rápido, mas foi muito bom ter essa conversa. Sn se sentia a vontade com Gilliard, de qualquer forma, se sentia bem ao seu lado, o que fizera esquecer de Alastor...que estava observando os dois com muita, muita atenção a uns metros de distância. Andava com as mãos atrás do corpo, seus passos cautelosos, sem indícios de barulho. Seu rosto não era visto, apenas a metade de seu corpo, mas ninguém notara sua presença...ainda.

Olhos de sangue...  (Dark Romance) Onde histórias criam vida. Descubra agora