simplesmente, os olhos de Alastor

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Assim que ela pega na mão de Alastor, ele delicadamente a ajuda a se levantar e a puxa pra perto, com a outra mão na cintura dela. Ele dá um sorriso largo e a olha fixamente.

— Nós nos casamos...e bem, nós dois sabemos que antes de toda essa inconveniência, eramos "amigos" ou melhor, conhecidos.— Alastor diz baixo e então a gira um pouco e coloca uma música no rádio.

Alastor a pega novamente e a afasta um pouco, se reverenciando e oferecendo uma mão novamente.
— Que tal uma dança, minha dama?— Diz Alastor com um leve sorriso.

Sn franze a testa, relutante com a idéia mas apenas suspira, aceitando que mais cedo ou mais tarde eles teriam que voltar a se falar e ela talvez até acabe morta desta vez... não tinha pra onde fugir. Ela pega na mão dele, ouvindo um bom Jazz enquanto dançavam pela biblioteca. Por incrível que pareça, Alastor não estava mostrando seu lado sombrio, seu olhar vermelho era gentil desta vez, o que hipnotizava Sn, de certa forma, era um sentimento de paixão e ódio, paixão...pois amor não era.

Alastor a gira e a conduz para uma dança, a dança é clássica no começo mas com o tempo ambos começam a se divertir e passam a dançar mais livremente. Seus passos ecoavam pela biblioteca que um dia foi uma tentativa de assassinato.

Ambos giram, pulam ao som da música, riem um pouco.

— Até que você não é nada mal— sn diz, provocando um pouco.

— Minha querida, eu definitivamente sou o melhor dançarino que você já viu.— Alastor brinca.

— Sim sim, claro, não vou negar— Sn revira os olhos e ri.

Depois de um tempo dançando, ambos param de dançar quando Alastor a para, se inclinando um pouco para frente, sua mão segurando suas costas para que ela não caisse e a outra segurando sua mão delicada. Ele a olha fixamente, ambos quietos agora e seus rostos próximos. Ele olha fixamente em seus olhos, sua expressão era indescritível agora.

Sn o olha também, sentindo o olhar penetrante de Alastor. Ela era simplesmente fascinada pelo brilho, pelo sangue e dor que os olhos de Alastor carrega. Ela hesita um pouco mas logo fala, ainda sem desviar o olhar, falando quase pra si mesma.
— ...seus olhos são como o sangue que se esparrama por um piso escuro... escuro como o brilho de dor que carrega nesse seus olhos tão fascinantes e cativantes. Me cativas cada vez mais ao pensar naqueles belos e aterrorizantes...olhos...— Sn diz baixo, pra si mesma. Alastor continua a olhar mas então ambos ficam sem graça e se afastam.

Sn desvia o olhar, dando um passo pra trás e Alastor também se afasta um pouco, desviando o olhar e rindo um pouco sem jeito.

— ah...eu...— Sn hesita.

— É...bom...tenho que voltar para o meu trabalho.— Alastor se vira e começa a sair da biblioteca. Assim que ele sai e fecha a porta atrás de si, ele se escora na porta agora fechada, com uma mão no cabelo castanho.— Mas que merda...?— Pergunta a si mesma. O que era aquilo? O que acabou de acontecer? A intensões de Alastor ia além do que acabou de ocorrer, suas intenções podiam ir das melhores á piores, mas como raios ele hesitou ...? Ficou sem palavras...?

Alastos bufa, decepcionado consigo mesmo e começa a subir as escadas, resmungando.
— Alastor, se concentra. Você só se casou com essa mulher para ferrar com ela, assim como as outras.— Ele suspira— Em excessão, é claro...

Sn estava na biblioteca, ainda olhando pro chão e pensando no que a aconteceu. Ela fecha os olhos, pensando e então levanta o rosto, determinada. Ela logo abre a porta da biblioteca e sai, subindo as escadas, e por sorte, Alastor não estava lá, ela presumiu que ele já estava em seu trabalho. Sn vai ao corredor, abre a porta do sótão no teto e abaixa a escada, logo chegando lá, puxa a escada pra cima novamente e fecha a porta. Ela suspira e se levanta, olhando ao redor, lá estava...sua zona de conforto.

Olhos de sangue...  (Dark Romance) Onde histórias criam vida. Descubra agora