Capítulo 6: Nunca mais

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Dias Atuais

18:54, Academia de bairro, depois de várias repetições com pesos cada vez maiores, eu descanso, minha pressão está saudavelmente elevada, meus músculos nada volumosos se enrijecem conforme ficam em repouso, bebo o que resta do isotônico e como uma barrinha de proteína, o mais engraçado é que esse treino me deixa mais ágil e forte do que a maioria dos criminosos, ao invés de mais estético, que é o que a maioria busca, meus braços tem 40 de circunferência, mas poderiam ter mais, afinal faz anos que eles permanecem praticamente os mesmos, meu treino se aproxima mais do aumento de força do que da fadiga muscular, posso não ser grande, mas eu posso ser a maior das ajudas na hora da mudança.

O sentido principal é a manutenção da mobilidade, um corpo mais pesado e com músculos maiores do que funcionais, só me atrapalharia, meu físico se parece mais com o de um calistênico do que de um bodybuilder, mas o peso que levanto é o mesmo de um powerlifter mediano, mais que parecer uma geladeira, me interessa mais ser forte e funcional…

Isso tudo me lembra como eu comecei a treinar a fim de me tornar quem eu sou…

7 Anos Atrás

Carlos ainda estava confuso, o luto por sua mãe havia deixado sequelas, além disso, ele finalmente podia lamentar a morte do pai, abafada pelas responsabilidades da vida adulta aos 7 anos de idade, Carlos começou a procurar formas de superar o passado e canalizar toda a raiva que sentia.
Sentia raiva do governo, que indiretamente matou o seu pai, e nunca voltou-se pros necessitados da Cracolândia como ele e sua mãe, sentia raiva dos moradores da sua antiga comunidade e dos membros da firma, sentia raiva do Pastor, que pra ele não havia tentado o suficiente… assim, começou a sentir raiva de si mesmo, pelos mesmos motivos… ele havia falhado com sua mãe… falhado em dar orgulho a seu pai…

Ele nunca mais falharia na vida.

Era principalmente por isso que ele havia vindo ao Rio de Janeiro, treinar com o maior campeão de Jiu-jitsu do MMA, Rickson Gracie, Rickson serviu como mentor de Carlos, se simpatizou com o jovem confuso pela sua história trágica, mas que precisava de superação para haver felicidade dentro do coração do jovem, Rickson ensinou tudo o que podia no pouco tempo que Carlos dedicou ao aprendizado de Jiu-jitsu, 5 anos de sua vida.

Naquele tempo, quando Carlos morava na Cidade Maravilhosa, ele conheceu o potencial da Capoeira, uma arte marcial que era mortal apenas nos extremos, mas que incapacitava pelos fortes golpes,precisão e suavidade dos movimentos, procurou o Mestre Mário Buscapé antes de sua morte, e foi formado depois desses cinco anos.

Depois desses cinco anos de aprendizado, Carlos voltou à sua Terra Natal.

Cidade da Garoa: A Tragédia de Carlos Eduardo 'Cadu' de SouzaOnde histórias criam vida. Descubra agora