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Amara

Walter olha para a calçada com as mãos nos bolsos da calça social e se desencosta do carro, ele levanta a cabeça e leva o olhar para os meus olhos azuis dando um passo pra frente e ficando um pouco mais próximo a mim

Walter: Vamos almoçar? - ele pergunta como se tudo isso fosse normal. Ele, um estranho, estar onde eu trabalho, de frente pra mim, me chamando pra almoçar. Quem é esse homem?

Amara: Como descobriu que eu estaria aqui e que eu trabalho aqui?

Walter: Você faz muitas perguntas e me dá poucas respostas. Vamos almoçar, nós conversamos e nos conhecemos mais, o que acha? - olho nos seus olhos e ele não desvia em nenhum momento o olhar do meu.

Bom, que mal tem um almoço, não é mesmo?

Amara: Isso - aponto pra mim e pra ele fazendo um vai e vem rápido com o dedo indicador - é bem estranho. Mas eu topo - suspiro e ele sorri mostrando os dentes - mas eu vou no meu carro e você vai no seu. - falo na defensiva. Sugiro essa solução, pois se eu precisar sair correndo pelo menos não estou a pé...

Walter: Como preferir - ele fala com a voz grave e eu desvio o olhar por um segundo, olhando umas pessoas passarem na avenida - quer sugerir algum lugar? - ele pergunta me dando abertura

Amara: Não tenho nada em mente, mas queria que fosse perto daqui. Conhece algum?

Walter: Tem um na esquina da avenida, se chama Steak House, pode ser?

Eu sorrio para ele sem mostrar os dentes e assinto.

Walter: Te encontro lá, não tente fugir Amara - ele fala e eu sorrio, aceno para ele e digo "até". Caminho até o meu carro e posso sentir um olhar queimando sobre mim. Olho para trás e ele está lá, perto do seu carro, de braços cruzados, quando ele percebe que eu virei ele desvia o olhar para os meus olhos, percebo que ele estava olhando a minha bunda e não os meus passos.

Entro no carro, coloco minhas coisas no banco do passageiro, boto o cinto de segurança e ligo o carro. Observo no retrovisor que ele entrou no carro. Saio da vaga e dirijo até o lugar combinado.

Conhecer alguém é tão misterioso, tão incerto, e ao mesmo tempo me dá tanta adrenalina, que eu nem penso antes de fazer.

Chego no local e ele já está lá, percebo que tem mais alguém no carro, saio do carro e vejo ele sair também. Ele se aproxima de mim com a expressão séria e eu observo os detalhes do seu rosto.

A barba curta e recém feita é um charme, às sobrancelhas grossas mas que combina muito bem com ele e também feitas deixa o olhar dele mais atraente, isso sem dizer do cabelo recém cortado curtinho em um tom castanho escuro e com uma linha desenhado no couro cabeludo acompanhando o corte deixa ele ainda muito bonito. Chuto que ele tem 1,90, é bem alto e forte. Sinto meu estômago revirar enquanto me aproximo dele e gosto de pensar que é de fome.

Walter: Vamos? - ele estende a mão tatuada para mim e eu encaro a mão dele, indo contra todo o meu racional eu estendo minha mão em sua direção e pego a mão dele. Walter me olha sério e balança a cabeça apontando para o restaurante.

Caminhamos até a entrada do restaurante e eu me lembro de já ter vindo aqui a muito tempo atrás, é um restaurante chique e com um cardápio muito completo. O maitrê está na porta de entrada do restaurante, vestido com as roupas típicas sociais e nos dá um sorriso simpático

Maitrê: Sr. Walter, seja bem-vindo novamente. Senhorita, seja bem-vinda - sorrio para ele agradecendo. - a mesma mesa de sempre senhor?

Walter: Hoje quero a mesa com a melhor vista que você tiver Rodolfo.

NADA É PARA SEMPREOnde histórias criam vida. Descubra agora