NADA É PARA SEMPRE

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Quando chego na clínica na sexta a tarde e entro na minha sala eu vejo uma caixa de presente branca com um laço prata enfeitando ela, aperto os olhos e encaro a caixa

Amara: Ué, o que é isso? - me aproximo da mesa e largo minha bolsa média ali em cima, vejo a caixa e olho confusa para ela. Como eu divido a sala com mais profissionais e não tem nenhum indicativo que isso é para mim, já que não estou esperando nada e não é meu aniversário, caminho até a recepção e vejo Vivi digitando freneticamente no notebook, quando estou próxima dela eu pergunto

Amara: Vivi, aquela caixa na sala é de uma das meninas?

Vivi: Ah - ela exclama e para de digitar olhando para mim - doutora, um entregador deixou aqui para a senhora hoje de manhã, coloquei na sua sala porque sabia que você ia usar agora a tarde - ela sorri e eu franzo as sobrancelhas

Amara: O entregador disse algo? - ela nega com a cabeça e o telefone da clínica toca chamando sua atenção, ela me olha como se pedisse permissão - pode atender, obrigada Vivi.

Ela pega o telefone fixo para atender e eu volto para a minha sala. Encaro a caixa misteriosa com as sobrancelhas franzidas e puxo o laço prateado que faz o fechamento da tampa envolvendo a parte de baixo e as laterais da caixa branca, desfazendo ele. Levanto a tampa da caixa e encaro um vestido muito bem dobrado na cor preto e um conjunto de jóias azul composto por um com colar e um par de brinco dentro de uma caixa de veludo vermelho que já estava aberta, ao lado tem um cartão branco escrito "Amara". Estico a mão e pego o cartão de papel vergê e abro ele que está fechado ao meio. No início do cartão tem um recado.

Amara

Para você usar hoje a noite.

Espero que as safiras realcem mais ainda seus olhos.

W.W

Coloco a palma da mão na boca em choque e leio novamente, novamente e novamente.

Amara: Meu - pauso por um segundo olhando o vestido, o cartão e as jóias - Deus. Meu Deus! - exclamo ainda em choque.

Olho em volta da sala, olho as quatro paredes brancas do lugar, olho para a porta atrás de mim e olho para o teto

Amara: Onde tem uma câmera?

Ergo a caixa de presente e olho embaixo dela, nada, retiro o vestido da caixa com cuidado e vejo o fundo dela e nada.

Amara: Não é possível, só pode ser pegadinha - falo ainda em choque. Fecho a caixa de veludo com a jóia e encaro a caixa colocando ela em cima da mesa. Olho ela por alguns segundos e então me abaixo para ficar da altura dela e abro novamente olhando as jóias azuis e lindas dentro dela, ainda sem acreditar - uau, isso é surreal.

Tá, agora o que eu faço? Depois de ontem, eu nem tinha falado com ele mais, eu nem confirmei que iria hoje, eu nem tenho roupa para esse evento!

Olho para o vestido e as jóias

"Tá, agora eu tenho" - penso sozinha.

Pego meu celular e entro no WhatsApp, abro a conversa com o William que ainda não tenho salvo o número e envio uma mensagem

Whatsapp on

Amara: O que você pensa que está fazendo?

Envio a mensagem e salvo o contato como "W.w"

W.w: Te convidando pra sair

Sorrio para a mensagem negando com a cabeça

Amara: Você já convidou ontem William, eu disse que ia pensar sobre e agora eu chego na clínica e tem um vestido e JOIAS? É meu ambiente de trabalho, você não pode mandar ou vir aqui do nada