2° Capítulo

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— Oi...— Suna abriu os olhos e viu o olhar gentil e o sorriso satisfeito de Kaya a poucos centímetros de seu rosto.

— Bom dia, esposa...— ele sorriu ainda mais, e ela olhou para baixo envergonhada.

— Você realmente gosta de me chamar assim!—  disse a garota. 

Ela não se deitou mais, mas mudou sua posição para uma posição mais confortável para comunicação, agora apoiada no cotovelo.

— Você tem alguma coisa contra isso?— Kaya ergueu uma sobrancelha surpresa. — Além disso, você também gosta de me chamar assim. Ontem você disse que o teu marido pode e o que não pode fazer.—

— Ok, deixa pra lá...— a garota se esquivou da confissão.

— Gosto muito de te chamar assim.— Kaya colocou o cabelo da mulher atrás da orelha e beijou sua bochecha. — Você está bem? Depois de ontem à noite, quero dizer.—

— Sim, claro...— a rapariga sorriu. — Você foi muito gentil, cuidadoso e atencioso, então não posso estar fora de ordem. E você? Você se arrependeu da garota inexperiente que conseguiu nesse aspecto? Ou você foi criado com a ideia de que uma esposa deve necessariamente ser virgem. Parece que isto não é algo comum na Europa.—

— Não, não cresci com essa ideia. Mas, sabe, sinto-me lisonjeado por a minha mulher passar todos os melhores momentos comigo.—

— É assim mesmo...— disse a menina com compreensão. — Acho que em breve vão nos procurar e nos chamar para o primeiro café da manhã em família, então vou tomar um banho.— Suna olhou para o marido com um sorriso de desculpas.

— Só depois de um beijo de verdade.— o homem sorriu, capturando os lábios da esposa.

Assim que Suna desapareceu atrás da porta do banheiro, houve uma batida no quarto deles.

— Sim...— Kaya disse, amaldiçoando mentalmente a pessoa que perturbou sua calma matinal.

— Filho...—  era Nukhet — e onde está a tua noiva? Ela percebeu o quão patética era e fugiu da vergonha?—  A mulher riu e Kaya torceu para que a mulher não tivesse ouvido. Mas ela fez.

— Ela é minha esposa, mãe, não minha noiva. E ela está no chuveiro. Você veio estragar nosso humor de manhã cedo?—

Suna optou por não ouvir mais essa conversa, então correu para abrir a água. Ela já sabia que não ouviria nada de bom.

— Mãe, pare de levantar a voz para mim...— foram as primeiras palavras que a mulher ouviu quando terminou de tomar banho. — Por favor vá embora. Ainda nem tomei o café da manhã e já odeio este dia.—

— Esta é a última vez que te digo, filho, cancele este casamento!—Nukhet nem sequer tentou conter o grito, por isso Suna ouviu tudo perfeitamente.

— E você, mãe, vai ouvir muitas mais vezes que não vou mudar nada. Suna é minha esposa. E é isso. Você quer jogar seus jogos sujos? Jogue. Mas não envolva minha esposa nisso. Agora saia! Antes que suma ouça essa asneira!—

Suna esperou até o som da porta se fechando e só então deixou seu abrigo temporário.

— Você está bem?— Suna colocou as mãos nos ombros do marido, que já havia vestido uma camiseta, embora preferisse dormir com o tronco nu. A mulher percebeu o quão tenso ele estava, então agora ela estava fazendo uma leve massagem nele.

Ele agarrou as mãos dela, virando-se para a morena e beijando o interior de cada uma de suas palmas.

— Kaya, isso está errado. Não quero ficar entre você e sua mãe. Não ouvi muito, mas isso foi o suficiente para eu entender que a relação de vocês está ruim por minha causa.—

— Você é minha esposa!— Kaya abraçou a garota, acariciando suas costas — e nenhuma opinião da mãe pode me fazer desistir de você. Lembre-se disso. E a mamãe terá que te aceitar ou me perder, porque neste momento você é a mulher mais importante da minha vida.—

— Eu te amo.— Suna sussurrou. — Ninguém nunca me tratou como você.—

— Você realmente merece.— o homem sorriu, e Suna mais uma vez se pegou pensando que havia se apaixonado por aquela covinha sedutora dele. — Vou tomar um banho, ok?— Kaya continuou, tirando a mulher de seu estado.

— Sim, claro.— a morena sorriu.

Escondido atrás da porta do chuveiro, Kaya ouviu a porta do quarto se fechar, então ele não hesitou em entrar no quarto apenas com uma toalha. Mas ele estava errado sobre o fato de Suna já ter retornado, e ele simplesmente não ouviu por causa do barulho da água.

Agora ela estava muito linda e, ao que parece, até feliz sentada na cama, que também continha um café da manhã para os dois.

— Me desculpe, pensei que não havia ninguém aqui.— Kaya se desculpou, ainda enxugando o cabelo molhado, mas já procurando sua camiseta.

— Está tudo bem.— Suna não queria que o marido se vestisse, mas não se atreveu a pedir-lhe que o fizesse. — Há um inferno na casa, como sempre, então decidi que podemos nos dar ao luxo de tomar café da manhã juntos. Além disso, disseram-me que Khalis Bey não desceria para tomar o café.—

— Você é mais romântica do que eu poderia imaginar!—  Kaya desistiu de tentar encontrar uma camiseta e sentou-se na cama. — Café da manhã na cama no primeiro dia de vida familiar...— o homem falou lentamente, satisfeito. — Olha, posso me acostumar...—

— É melhor não, minha vida...— Suna passou manteiga num pedaço de bolo e entregou ao marido — o seu avô não nos permite esse luxo com frequência.— Suna tentou olhar nos olhos do marido, embora o seu olhar às vezes corresse longe para seu torso nu.

— Está tudo bem se eu não estiver usando camiseta?— O homem esclareceu educadamente, e Suna até sorriu, como se algo fosse mudar se ela dissesse que não estava bem. — Se não se sentes confortável, eu procuro uma...—

— Está tudo bem.— a mulher sorriu, escondendo o nervosismo atrás de um gole de chá.

— Quais são seus planos para o dia? Você quer dar um passeio juntos?—

— Eu não entendo. Onde vamos passear?—

— Onde você quiser...— Kaya sorriu. — Você não vai ficar sentado no quarto o dia todo, vai? Eu não sou seu pai, Suna. Não vou te trancar  aqui e te dizer para ficar de boca fechada.—

— Eu gostaria de ir para a casa de Seyran...— a mulher disse suavemente. 

Na verdade, tudo o que ela pensava agora era em como Ferit, Seyran e ela mesma estavam errados em seus julgamentos sobre o marido. Ele era muito melhor do que parecia. Ou talvez ela simplesmente tenha se apaixonado, e é por isso que pensa assim agora.

— Você já se reconciliaram? Ou você quer ouvir sobre o quão terrível eu sou? — Kaya franziu a testa, sem entender muito bem a esposa.

— Não, não nos reconciliamos, mas estou preocupado com ela. Onde ela está, com quem ela está, ela está bem? Tenho de ter a certeza!—

— Ok, ok, vamos para a casa de Seyran e depois daremos um passeio. Certo?—

— Certo!— Suna sorriu.

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