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Cap. 3: Hwang Inyeop

3. Hwang Inyeop
Tema: Fazenda
Capítulo Único

Pego uma maçã diretamente do pé e rapidamente dou uma mordida generosa.

"Com certeza, as vermelhas são as mais doces..." murmurei, fechando os olhos para saborear o doce da maçã que inundava meu paladar.

Sentei-me sob a sombra proporcionada pela vasta plantação e retirei o chapéu da cabeça, inalando profundamente o ar puro da fazenda enquanto aproveitava o restante da minha maçã.

Gritos ao longe que pareciam familiares ecoaram pelos campos. Tinha certeza de que era a voz do meu pai.

"Estou aqui!" gritei de volta, sinalizando onde eu estava. A plantação era extensa, mas meu pai a conhecia como ninguém, e não demorou muito para que ele me encontrasse em questão de segundos.

"Ei, o que está fazendo nessas roupas? Não vai se arrumar?" ele perguntou, surpreso.

"Me arrumar? Para quê?" questionei.

Ele se aproximou e deu um tapa na minha cabeça.

"Garota mal-educada! Não te disse ontem que o Hwang vai vir hoje?" ele me repreendeu, afastando-se.

"Hwang?" perguntei, inclinando a cabeça, tentando lembrar. Não demorou muito até que a memória retornasse. "Hwang Inyeop?" perguntei surpresa.

"Isso!" meu pai confirmou com um sorriso.

"Esqueci!" disse, levantando-me rapidamente do chão e correndo em direção à casa da fazenda. Inyeop nasceu na casa do caseiro, e seu pai sempre foi um trabalhador leal ao meu. Éramos todos como uma grande família, e Inyeop e eu crescemos juntos. Lembro-me claramente de nós dois, quando éramos pequenos, correndo por esses campos como se nada mais importasse no mundo. Nunca imaginei que um amigo do pai dele viria da cidade para visitá-los e o levaria como modelo para a sua nova empresa. Se eu fosse mais bonita na infância, talvez eu tivesse uma chance? Tudo o que sei é o que vejo nas redes sociais. Sei que ele se tornou um modelo e um ator tão famoso que pode ser que nem se lembre mais de mim ou da fazenda. Meu amor por ele teve que ser simplesmente apagado e suprimido, pois ele, agora, estava muito distante da minha realidade.

Após um rápido banho, saí para a área de espera. A mesa estava cheia de pratos deliciosos, e meus olhos se fixaram na torta de maçã que apenas a minha mãe sabia fazer.

"Uau, faz muito tempo que não como essa torta de maçã... Tudo isso por causa daquele garoto?" revirei os olhos, sentindo um pouco de inveja pelo tratamento especial que Inyeop estava recebendo.

"Sim, tudo por causa dele. Não ouse cortá-la antes que ele chegue!" minha mãe instruiu. "E que roupa é essa?" Ela me analisou da cabeça aos pés com um olhar de reprovação.

Eu estava usando minha roupa de rotina para colher frutas.

"O que há de errado com a minha roupa? Estou confortável assim..." respondi com calma.

"Vá vestir aquele vestido que comprei para você quando fomos à cidade!" minha mãe apontou para dentro de casa.

"Aquele vestido não me serve mais... Está muito curto," tentei argumentar, mas os olhos da minha mãe se arregalaram, e eu entendi o recado rapidamente.

Revirei os olhos e fui trocar de roupa. O vestido era branco e simples, não tinha nada de especial, exceto pelo comprimento, que me deixava desconfortável por estar alguns centímetros acima dos meus joelhos.

Quando saí novamente, fiz uma voltinha na frente da minha mãe.

"Melhor assim?" perguntei, e ela respondeu com um sorriso no rosto.

Vi um carro preto chique se aproximando pela estrada de terra da fazenda, cada vez mais perto de nossa casa.

Senti meu coração acelerar. Passei tanto tempo sem vê-lo que mal lembrava de sua aparência. Tudo o que tinha eram fotos, o que não era o mesmo que estar cara a cara com ele.

Ele saiu do carro com um grande sorriso, vestindo roupas caras, o que me deixou enojada. Pelo menos a primeira impressão dele em nosso reencontro não foi das melhores.

"Uau, tio e tia..." Ele cumprimentou meus pais com um sorriso amplo.

"Nossa, como você cresceu! Levaram você como modelo, fizeram a escolha certa... Você está tão alto e bonito..." minha mãe elogiou, observando-o da cabeça aos pés.

"Não diga isso..." Ele respondeu envergonhado.

"Acho que ele tem olhos bons para escolher pessoas. Se tivessem levado nossa garota, teriam se arrependido... Ela não cresceu muito e continua sem modos..." ela suspirou.

"Meu Deus!" Intervi irritada com seu comentário.

"Inclusive, ela está ali..." Ela apontou na minha direção. Levantei a mão com um sorriso amarelo no rosto.

"Uau, você cresceu... Não é mais aquela garotinha que adorava me bater..." Ele disse, e engoli em seco. Um silêncio desconfortável tomou conta do ambiente, mas logo meu pai quebrou o silêncio.

"Enfim, vamos comer?" Ele apontou para a mesa, onde eu já estava sentada. Todos caminharam até lá.

"Uau, não posso acreditar que a senhora fez essa torta de maçã..." Ele disse, olhando para a minha mãe.

"Claro que fiz, hoje é um dia especial," respondeu minha mãe com um sorriso amplo.

"Que saudades eu estava disso!" comentou Inyeop.

"Ei, coma logo e vá pegar as coisas que estão na mala preta no seu quarto," disse meu pai, olhando para mim.

"O que é isso? Posso saber o que tem nessa mala?" perguntei surpresa.

"Suas roupas e pertences," respondeu minha mãe.

"O que? Por quê?" arregalei os olhos.

"Vai ficar um tempo na cidade... Você é jovem, precisa viver a vida moderna também. Nosso querido Hwang, não se importaria se nossa filha passasse alguns dias na sua casa, não é?" minha mãe olhou para ele que pareceu surpreso com os comentários dela.

"Ah... Acho que não teria problema," ele respondeu sem jeito.

"O quê?" Levantei-me da mesa em desaprovação, embora soubesse que contestar meus pais não adiantaria de nada.

Passar alguns dias na casa de um antigo amigo, que agora se tornara uma pessoa que eu mal conhecia, era a última coisa que passava pela minha cabeça.