﹑ ✩ ˚ ❛ os mortos não são assustadores, são apenas tristes ❜ ₊ ◌
cinco anos atrás
NEW YORK, NEW YORK
PARTE I : OS SORRISOS
A cada risada, o garoto inclinava sua cabeça suavemente para trás, como se o que acabara de ouvir tivesse feito o seu dia. Finneas irradiava alegria contagiante; suas bochechas formigavam com a felicidade do riso incessante, e seus olhos, brilhando de lágrimas de alegria, estavam carinhosamente fixos em sua irmã mais baixa. Mave o encarava com os braços cruzados na altura do peito, bochechas vermelhas de raiva e a boca formava um biquinho irritado.
— Não ria do papai! – exclamou ela, mas a leveza em sua voz a traía. Longe de estar realmente irritada, ela estava apenas fazendo uma brincadeira teatral. Na verdade, no fundo, ela ansiava por se juntar à risada contagiante do mais velho.
Seus olhos brilhavam com um misto de afeto e diversão, enquanto observava as expressões hilariantes de seu irmão, a garota sentia como se uma luta interna se desenrolasse dentro dela: manter a fachada de reprovação ou ceder ao impulso de rir junto. A cada segundo que passava, seu sorriso teimoso lutava para escapar, até que, finalmente, uma risada suave e melodiosa se juntou ao coro alegre do irmão, selando um momento que Finneas se lembraria para sempre. Ele sempre lembrava. Os momentos com a menina eram seus favoritos, não apenas por serem gêmeos e terem de fato uma conexão especial, mas também porque ela era sua melhor amiga, sua cúmplice, sua parceira, todos seus momentos alegres a envolviam de alguma forma.
— Vocês vão ficar rindo do próprio pai ou vão me ajudar? – o homem barbudo com diversas caixas nas mãos e um casaco rosa jogado desleixadamente sob a cabeça, tentava levar tudo para o carro, mesmo que não visse quase nada, o óculos de flor e o escuro em seu nariz atrapalhavam sua visão.
— É que você está lindo com esses óculos e com meu casaco! – justificou Maeve, levantando as mãos em rendição e dando um tapa no peito do irmão.
Ela não precisava falar mais nada, havia entendido o recado quando os olhos escuros da irmã o fuzilaram, mandando ele ajudar o pai. Caminhou até o pai, cuidadosamente tirando algumas das caixas dos seus braços sobrecarregados. O homem, ainda lutando com o ajuste desconfortável dos óculos floridos e o casaco rosa jogado sobre sua cabeça, grunhiu em apreço, colocando o óculos no nariz do filho.
— Obrigada – ele murmurou, sua voz abafada pelo casaco. O canto de sua boca se ergueu num meio sorriso, reconhecendo o ridículo da situação.
Maeve observava a troca, seus lábios se curvando em um sorriso. Eram esses pequenos momentos de caos, salpicados de risadas e provocações, que ela mais valorizava sobre sua família. Ela caminhou para se juntar a eles, seus passos leves e brincalhões.
— Ok, ok, desastre da moda à parte, vamos colocar essas coisas no carro. Não queremos nos atrasar, – ela disse, seu tom, uma mistura de diversão e urgência, ela sempre teve a áurea de mais velha.
Finneas, sem hesitar diante do olhar firme de sua irmã, concordou silenciosamente e se juntou ao pai para acomodar as caixas no carro. Enquanto fazia isso, observava cuidadosamente cada detalhe, certificando-se de que nada fosse esquecido. Seu pai após dar uma última e longa olhada na casa, como se quisesse gravar cada canto em sua memória, finalmente retirou o casaco rosa da cabeça. Com um suspiro profundo, acomodou-se no banco do motorista e deu partida no carro.
Enquanto se afastavam, a casa que guardava tantas lembranças e histórias começou a diminuir no espelho retrovisor. Finneas, encostado à janela do banco de trás, mergulhava em seus pensamentos. Mudanças nunca foram fáceis para ele; havia sempre uma mistura de emoções – a excitação pelo desconhecido e a tristeza pelo que deixava para trás. Ele se perguntava como seria a nova casa, o novo bairro, e principalmente, as novas palhaçadas que sua irmã, sempre cheia de energia e ideias, iria aprontar e depois compartilhar com ele, seu confidente e parceiro. Mas nada disso aconteceria. Finneas só não sabia disso ainda.
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𝗔𝗚𝗘 OF 𝗖͟𝗛͟𝗔𝖮𝖲
Fanfic♱ 𓈒 🍂 ̨ ̨ O ACAMPAMENTO MEIO-SANGUE, conhecido por ser o refúgio dos semideuses - um lugar onde todos podiam finalmente se sentir em casa - sentia a crescente tensão das batalhas divinas e da escuridão que se aproximava. A energia era palpável...