Where do you go?

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"Recomendação de música: Hit the Road Jack."

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Depois de comprar mais alguns materiais que precisava, Cellbit começou a montar a máquina do tempo em seu porão, já que não tinha absolutamente nada lá.

Era a coisa mais clichê possível.

Fundia peças de metal, fazendo uma cápsula que cabia uma pessoa dentro.

Pintou algumas partes de azul, apenas pela estética.

Melissa já tinha ido embora fazia um tempo.

E ele estava aproveitando agora, para não atrapalhar seus compromissos depois.

Passou um bom tempo lá.

E quando subiu as escadas do local, parou na frente de um espelho.

Viu que estava simplesmente acabado e suado.

Mas, valeria a pena.

Voltaria para a sua vida normal e confortável.

Tomou um banho e se arrumou novamente.

E claro, foi encontrar Melissa.

Adentrou o bar, já sorrindo.

Não demorou muito para ela perceber sua presença.

Se aproximou, animada.

-Achei que não viria hoje. -Arrumou a gravata dele, que sempre dava um jeito de estar torta.

-E o que te fez pensar isso? -Ruborizou levemente.

-Está tarde. Daqui a pouco já vou sair. -Se sentou ao seu lado.

-Bom, podemos ir a um bar. -Passou o braço pelos ombros dela.

-Por mim está ótimo.

Eles ficaram ali por algum tempo, apenas aproveitando a companhia um do outro.

Quando ela foi chamada para cima do palco, beijou seu rosto, deixando uma marca de batom vermelho.

E então, foi.

Algumas pessoas olharam para eles, talvez um pouco incomodados.

Afinal, eles eram um casal de dar inveja.

Melissa cantou "Hit the Road Jack", em uma performance incrível.

Sua voz encaixava perfeitamente bem na melodia.

Depois, ambos foram para outro lugar.

-O que você quer? -Colocou o menu na frente dela.

-Hã... pode ser um vinho! -Sorriu.

Cellbit pediu ao garçom, e esperaram.

-Ótimo gosto. -Passou seu dedo indicador em uma das mechas do cabelo dela, vendo se rosto se avermelhar.

-Sabe... você deixa eu te beijar denovo? -Ela encarava seus lábios com vontade.

-A-ah...! Sim! -Desviou os olhos, ruborizando.

Ela se aproximou e beijou Cellbit.

Ele colocou sua mão na nuca dela, aprofundando mais o beijo.

Quando ouviram as taças serem colocadas na mesa, se afastaram rapidamente.

O rosto de Cellbit estava manchado com o batom.

Eles beberam e conversaram por muito tempo.

O brasileiro ficava bêbado rápido, então tiveram que voltar para a casa dele.

-Que cheiro de tinta... estava fazendo reforma? -Ela sorriu.

-Ah, sim... -Claramente estava mentindo.

Mas, Melissa não perguntou.

-Vem, vamos para o quarto. Você vai desmaiar aqui. -O puxou pela mão.

Colocou ele sentado na cama, tirou sua gravata e o blazer preto, logo o deitando na cama.

Tirou seus saltos e sua bandana, se deitando ao seu lado.

-Que dia cansativo... -Riu baixo, por estar ao lado do homem que gostava.

-Você tem razão... -Abraçou ela. -Pelo menos eu ainda tenho você.

-"Ainda"? -O encarou.

-É, quando eu voltar para casa nunca mais vou poder te ver. -Respirou fundo.

-Que bobagem, é só mandar cartas!

-Hã... tem como mandar cartas por uma máquina do tempo? -Seus olhos estavam se fechando lentamente.

-Que? Do que você está falando? -Se sentou na cama.

Cellbit pensou por um momento.

Arregalou os olhos e prendeu a respiração quando percebeu.

Minutos depois, estavam na frente do que ele estava construindo.

Melissa estava de braços cruzados, com uma expressão não muito boa.

Ele explicava a história toda e ela.

-E... é isso. -Seus olhos estavam baixos, como se fosse um gato medroso. -Me desculpa não te falar antes, é que parece mentira...

Ela suspirou.

-Então é por isso que me perguntou sobre aquele homem? -Olhou em seus olhos.

-É... ele é o viajante no tempo "original". Pela lógica, ele me mandou para cá. Eu só não sei como, e nem porquê...

-Está bem... -Desviou os olhos, certamente triste. ‐Precisamos descobrir o porquê.

Cellbit a encarou.

Seu coração se aqueceu em chamas luminosas.

-Você... vai me ajudar? -Seu rosto ruborizou.

-É claro que sim. Tudo que eu mais quero é que você fique bem. -Sorriu, segurando o choro. -Eu tinha reparado que não é daqui, mas aceitei a desculpa de ser brasileiro... -Riu baixo.

Ele sorriu, segurando na cintura dela.

-Muito obrigado, Melissa. Eu não sei nem como agradecer.

-Não se preocupe com isso. -Acariciou seu rosto.

Eles se beijaram novamente.

-Sabe... nesses últimos dias, eu não consigo mais fazer meu trabalho direito... estou tendo que ajudar no bar.

-Por que não? -Estava prestando atenção.

-Por causa de você... -Riu baixo, achando idiotice de sua parte.

O homem ficou vermelho, olhando para ela.

-Hã... -Procurava palavras para dizer.

-M-me desculpa, eu não sei porque disse isso... -Ficou envergonhada.

-Está tudo bem...! -Riu, tentando quebrar o gelo.

E a partir daí, ela começou a ajudar Cellbit.

Eles passaram mais tempo juntos, rindo, e montando a máquina.

O brasileiro a mostrou diversas coisas estranhas, e a ensinou como abrir um buraco no espaço-tempo, mesmo que não fosse usar em seu dia a dia.

Melissa foi menos ao Las Casualonas, dando um tempo para descansar.

Ela adorou passar esse tempo com o homem que amava.

Que, infelizmente, não era mais seu.

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Beyond the time. || Guapoduo || AUOnde histórias criam vida. Descubra agora