Lucerys
Demorei um bom tempo no banho, tentando pensar em algo para explicar para meu marido, temendo o ter deixado irritado.
Era óbvio que ele ficaria irritado ao ser tratado daquela forma e me arrependia amargamente de tê-lo socado, afinal não foi proposital. E ele não me tratou mal, apesar da forma fria dele. Se ele estava com uma boa vontade em relação a mim, agora com o soco não acho que ele vá tolerar ou me tratar bem, vai se impor contra mim.E eu nem poderia culpa-lo por isso, nem dizer que seria uma atitude injusta. Se fosse outro teria me espancado na hora.
Não queria ir lá.
Ainda sim, me arrumei, vestindo uma blusa azul de mangas curtas e uma calça moletom qualquer. E caminhei até lá, notando como ninguém veio me chamar e provavelmente era por conta de Aemond ou eles pensaram que não era necessário.
Realmente não era, já que achei o caminho facilmente até o salão e assim que fiquei cara a cara com aquela porta, suspirei fundo, batendo levemente na madeira fria e dura antes de abrir e adentrar.Meu marido estava sentado na mesa, na cadeira do meio, simbolizando sua posição como senhor da mansão e notei que meu lugar seria ao seu lado, por conta dos pratos organizados.
Não teria como fugir do inevitável, nem me sentar longe.
Então me aproximei a passos rápidos, cabeça baixa e me sentindo realmente péssimo.E observado, porque era claro que senti o olhar dele em mim, mesmo que não tenha durado muito.
Me surpreendi ao sentar e vê-lo mexer num tablet para, provavelmente, trabalhar enquanto come.— Bom dia — murmurei incomodado pelo silêncio absoluto, além de estar encolhido na cadeira ao seu lado, observando ele atentamente.
Sua bochecha estava avermelhada e era por minha culpa.— Bom dia, Lucerys — disse Aemond levantando o olhar do tablet para mim, indiferente, mas seu olhar intenso me fez abaixar a cabeça imediatamente. Não sabia o que seu olhar me causava e não queria me arriscar naquele mar azul.
Antes que eu ou ele pudesse entrar numa conversa, principalmente sobre o soco. Amélia adentrou o salão e veio em direção a mesa, ficando frente a frente conosco, como sempre muito bem uniformizada e com uma postura de dar inveja, mesmo com sua clara idade avançada.
O olhar da mulher mais velha caiu sobre mim e depois sobre seu senhor e pude notar a preocupação e a confusão em sua face ao notar o rosto do alfa.— Senhor, você se machucou? Precisa que eu chame o médico? — perguntou Amélia, num tom profissional, apesar de estar obviamente preocupada. Pelo visto ela realmente gostava do seu senhor.
E abaixei ainda mais o rosto quando ela me encarou, incerta e séria.
Estava morrendo de vergonha e só piorou quando os empregados da cozinha começaram a trazer a comida e a encher a mesa.
Era óbvio o silêncio incômodo ali, além do fato deles notarem o hematoma em seu Senhor.Eles já me odeiam.
Tenho certeza disso e não faz sequer um dia inteiro que estou ali.— Foi um acidente, não é nada grave e não vale a pena relembrar — informou Aemond dando de ombro, se servindo do café sem se importar com os olhares de seus empregados e do meu claro desconforto com a situação. Como se fosse algo rotineiro receber um soco do seu esposo. — Querem se sentar conosco?
— Senhor — Amélia disse em um tom de aviso, bem séria e eu notei novamente aquele silêncio ficar ainda mais insuportável. — O código de empregados...
— Deixe disso, Amélia. — interrompeu Aemond suspirando, parecendo indiferente ao começar a encher o próprio prato, parecendo cansado sobre o assunto em pauta, como se tivesse passado inúmeras vezes pela mesma situação. — E não acho que Lucerys se incomode, não é?
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Lesath: Genes Lupus.
FanfictionO mundo tinha sofridos grandes perdas, o que colocou em crise e tiveram que tomar medidas de controle, além de procurar soluções para os problemas. E assim, inventaram uma nova espécie de humanos que eram divididos entre dois subgênero: alfa e ômega...