O novo amigo do meu irmão

Capítulo 27

Nik

Nik odiava todos que Liza odiasse, então nesse momento ele se odiava. Odiava que não tinha opção alguma, odiava não poder dizer a verdade para ela, odiava ver o que tinha feito com ela. Nik pega o colar do chão e coloca no bolso, se recompõe e volta para o salão, os olhos estavam todos nele mas mesmo assim não exibia um sorriso, estava puto, muito puto, ele odiava aquelas pessoas e aquele ambiente. Victoria se aproxima e envolve seu braço no dele, ele tenta tirar mas ela segura.

- somos um casal Nik, não seria apropriado que andassemos juntos? - ela diz.

- mas você se esquece que a única que quer se casar aqui é você, agora tire suas mãos de mim. - digo. - anda, enquanto estou sendo gentil.

Ela faz um bico, e tira os braços.

- eu sei que dói, mas vou fazer você esquecer aquela garota, nós seremos felizes eu prometo. - ela sorri, e tudo nela faz Nik se arrepiar de pura repulsa.

- Liza, o nome dela é Liza, e não ouse falar dela.

- mas que merda Nik, eu estou tentando aqui! Você me amava antes!

- sim, mas isso foi antes de você se tornar mais uma marionete da minha família, sabe o que sinto quando olho pra você Victoria? Eu sinto nojo, e casar com você definitivamente vai me matar lentamente.

Seus olhos enchem de lágrimas.

- isso chora,  assim eu consigo sentir um pouco de felicidade, por que só assim você vai sentir um terço do que ela está sentindo agora. - eu deixo ela sozinha e pego duas taças da bandeja do garçom, se eu fosse passar por esta noite, somente se estivesse bêbado, se Manson pudesse me ver agora estaria puto comigo.

                              .  .  .

Liza.

Eu chorei tanto que nem percebi que havíamos chegado no hotel, Mel me orientou que tomasse um banho enquanto pedia algo para comermos. Ela ligou a banheira para mim e eu só me joguei nela e deixei que a água quente me consumisse, tocava o lugar onde o colar ficava e que agora estava vazio, mais lágrimas ameaçavam descer mais eu acho que não tinha mais nenhuma. Lembro de toda a situação e sinto vontade de vomitar, pego o lixo e vômito dentro dele, me afundo na água de novo e espero esparançosamente que eu fosse tão pequena a ponto da água que está sendo levada para o ralo, me levasse junto também.

Passaram três dias, a mãe de Mel havia comprado a volta para apenas daqui uma semana tínhamos mais quatro dias, eu estava de cama, havia pego alguma gripe, Mel tinha acabado de voltar da farmácia, ela se sentou ao meu lado na cama e verificou se eu estava com febre.

- Liza...você menstruou, né?

Eu não entendo sua pergunta, mas quando paro para pensar, ela não havia descido ainda, meu coração para.

- você transou de camisinha...né? - ela pergunta.

- meu Deus...- eu digo, e uma vontade de vomitar sobe pela minha garganta, aceno para Mel pegar o balde, e vômito.

- merda... - Mel diz, ela pega uma toalha para mim e tira um teste da sacola - você precisa fazer.

Ela me fala como é e eu entro no banheiro sozinha, sentindo o peso do mundo em meus braços, faço o que tenho que fazer e Mel entra no banheiro comigo enquanto aguardamos o resultado. Me sinto tremer, pego o palitinho e ali estava...dois traços, mas que merda! Me sinto tremer e Mel me abraça, mais lágrimas escorrem.

- como que isso pode estar acontecendo comigo Mel? Que merda eu vou fazer?! - eu chorava e chorava e chorava.

- não sei amiga - ela dizia enquanto também chorava - mas temos que falar para o Nik.

- não! Não vamos falar nada pra ele.

- como assim?! Ele é o pai Liza, ele tem que saber!

- não, eu disse que ele jamais iria ter notícias minhas de novo, e eu falei sério, não quero mais ver ele, ouviu Mel? Não conte para ele.

Ela ficou em silêncio, e ali, naquele banheiro de hotel, minha vida fora arruinada.