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— Deixe-me esclarecer — Lyney falou pausadamente — Você deseja conhecer todos os detalhes sobre o duque Wriothesley?

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— Deixe-me esclarecer — Lyney falou pausadamente — Você deseja conhecer todos os detalhes sobre o duque Wriothesley?

— Sim — Confirmou Childe.

— Não mencionou que estava de férias e pretendia evitar qualquer envolvimento com os fatuis por um tempo? — O magico estreitou os olhos.

— E não vou me envolver. Estou de férias; meu interesse é pessoal.

— Se não é relacionado aos fatuis, por que eu deveria te ajudar? — A pálpebra de Childe tremeu.

— Porque, toda vez que você quer ir até a cavaleira honorável para um daqueles encontros malditos, eu tiro Aether da cola da irmã para te ajudar. Há quanto tempo isso acontece? Dois anos? — O loiro abriu e fechou a boca algumas vezes — Vamos lá, Lyney, sou seu amigo, não sou?

— Não posso trair o pai.

— Você não está traindo-a aqui — Childe assegurou — Essas informações chegariam até mim de qualquer forma, e através de você de qualquer modo. Só estou adiantando.

— Certo — O usuário pyro limpou a garganta — Mas só farei isso porque preciso dessas informações para a minha missão, então não atrapalhará em nada o que o pai me enviou para fazer.

— Eu sabia que podia contar contigo! — O mensageiro comemorou — Há algo para compartilhar agora?

Lyney olhou para os lados, vendo três homens que seguiam Childe como cachorros não tão distantes. Eles estavam se encontrando em um dos canos, após o horário de recolher e tendo desviado de todos os gardes patrulhando. Lynette estava de guarda na entrada, para os avisar caso precisassem sumir dali, mas não havia perigo no momento se a calmaria lhe dissesse algo.

— Duque Wriothesley é uma pessoa difícil. Não consegui descobrir muito e o que tenho são em sua maioria boatos que você poderia escutar facilmente dos mais antigos.

— Estou aqui há mais de um mês e não escutei nada — Childe fez um bico pequeno.

— Ao que parece, Duque Wriothesley nem sempre foi da realeza, e ele não entrou na fortaleza para gerenciá-la, mas como um presidiário. Não conseguimos descobrir quais crimes ele cometeu para ser julgado. Esses anciãos também dizem que a fortaleza melhorou muito, que hoje podem chamar esse lugar de lar, mas que antes do Duque ninguém sabia se continuaria vivo no dia seguinte. O chamam de gentil e que se importa com o povo, mas me aconselharam a nunca o irritar.

— Sim, ele é forte — O ruivo lambeu os lábios se lembrando de quando foi chutado.

— Não acho que seja por aí o aviso. Havia medo em seus olhos quando me disseram isso. Não é difícil imaginar como ele subiu tanto depois de pescar esse detalhe.

— Que chato, nenhuma surpresa.

— O que tenho de concreto é sobre minha missão — Lyney adotou um tom ainda mais baixo, aproximando-se do mais velho — Duque Wriothesley, mesmo sendo o braço direito do Iudex, tem muitos contatos com o mercado cinza e negro. Também há na fortaleza alguns locais que permanecem restritos. Uma área destinada à equipe de pesquisa, que ninguém viu ou sabe quem participa. Um controle muito grande sobre a área de reciclagem. E alguns lugares selados na estrutura geral, que dobrariam o tamanho da fortaleza se fossem abertos. E, por mais que ninguém realmente se importe com essa parte, às vezes alguns condenados somem do dia para a noite.

— Nenhuma novidade também — O prelúdio bufou — O que pode me dizer sobre sua rotina? Seus gostos? Pessoas próximas? Alguma coisa marcante.

— O duque quase não sai do escritório, e quando sai é para lidar com algum preso. Monsieur Neuvillette e Clorinde sempre vêm pelo menos uma vez por mês. Também é próximo da enfermeira-chefe, a melusine Sigewinne. Suas idas para a superfície são irregulares em intervalos e duração. Sei que ele recebe grandes quantidades de chás variados, água de fogo de Snezhnaya e Vulcium de Natlan. Também vi, uma vez, uma caixa bem grande com um selo de Mondstadt, mas não sei o que era — Lyney parou de falar, olhando profundamente para o maior — Childe, qual seu interesse no Duque, se não envolve os fatuis?

O ruivo foi pego desprevenido pela pergunta.

— Só quero saber.

O mago não engoliu muito bem o sorriso despreocupado que o outro lhe ofereceu, mas não tinha direito ou posição para exigir uma resposta melhor, verdadeira, do preferido de Tsaritsa.

Por outro lado, Childe estava confuso.

Ele não precisava de nenhuma informação para lutar contra o moreno, e não precisava de mais da metade do que lhe foi dito se quisesse apenas dormir com ele.

Seus passos soaram leves como deveriam para voltar ao seu quarto, após a breve despedida, ignorando os chamados de seus atuais subordinados. Ele queria saber até onde o relacionamento do duque ia com o juiz de Fontaine. Queria entender o que ele quis dizer sobre loucura e tristeza que ocorreria em algumas semanas. Queria descobrir quais fardos eram carregados pelos ombros largos e fortes. Se sentiu irritado por não ter a atenção do lorde da fortaleza. Descontente por não poder compartilhar uma conversa com o homem. Insultado por estar sendo considerado apenas mais um no mar de criminosos de Meropide. Humilhado por acharem que ele não conseguiria ser capaz de roubar seu equilíbrio.

Sua boca salivava ao lembrar do gosto do moreno em sua língua. Seu corpo se arrepiava com a sensação dos dentes em seu pescoço mesmo que a marca já houvesse sumido quase que completamente. Seu pau pulsava ao lembrar das mãos firmes descendo por seu corpo como se o conhecesse a anos. Sua pele vibrava ao imaginar a harmonia de seus gemidos de prazer.

Não era o único modo de seu corpo reagir. Suas mãos coçavam com a vontade de socar e socar o rosto bonito. Sua língua se tornava dormente ao fantasiar lamber o sangue do mais velho. Sua visão brilhava com a antecipação de ser usada em uma nova e prazerosa batalha contra um oponente forte.

Sua mente, por outro lado...

Ele apenas não sabia. Só queria, precisava. A voz que soava sempre que possível lhe mandava encontrar. Encontrar. Encontrar. Encontrar o que era seu. Encontrar o que lhe escapou. Encontrar o que faltava.

E mesmo que seu coração palpitasse sempre que sonhava com aquela maldita baleia gigante, também palpitava ao lembrar de Wriothesley, muito mais intensamente.

Talvez fosse apenas isso. Ele precisava saber, precisava de respostas.

E as teria.

Ao entrar em seu quarto Childe se lembrou de outra coisa, com o qual precisava falar com Lyney. Neuvillette citou informantes, e alguma coisa lhe dava a certeza de que os gardes não eram referidos nessa sentença. Não podia confiar em ninguém além de Lyney e Lynette, e precisava lembrar o magico de ser cuidadoso por esse mesmo motivo.

Não queria se envolver na missão do mais novo, ou em assuntos oficiais, durante suas férias, mas detestaria ver ele sendo pego. Tanto por se afeiçoar ao loiro — ele lhe lembrava seus irmãos –, com por não aguentar Lumine – uma de suas poucas amigas –, caso algo acontecesse com o amante enquanto ele estava perto e pudesse ter impedido.

Por hora precisava descansar. Amanhã seria um novo dia. E um novo dia que traria também novas ações. Provaria que Wriothesley estava errado em achar que poderia negá-lo. O faria enlouquecer. Enlouquecer a ponto de procurar por ele, seja para sexo ou para uma luta. Ficaria ainda mais satisfeito se fosse os dois.

 Ficaria ainda mais satisfeito se fosse os dois

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Aguas no AbismoOnde histórias criam vida. Descubra agora