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Wriothesley desfrutava de uma manhã agradável

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Wriothesley desfrutava de uma manhã agradável. Após uma noite de sono revigorante, saboreou uma xícara generosa de chá, algo que ansiava há muito tempo. Conseguiu esquivar-se habilmente de mais um milkshake oferecido por Sigewinne. Além disso, recebeu um valioso presente de Neuvillette: um dia de paz, onde não seria incomodado através do selo, e a ordem na fortaleza estava devidamente estabelecida.

Antes de lidar com suas responsabilidades no mundo acima, emitiu algumas ordens aos seus subordinados e instruiu-os a não perturbarem Sigewinne. Sua preocupação não estava tanto com a melusine adorável e curiosa, mas sim com os humanos ao seu redor, que poderiam ser usados como cobaias ou submetidos a um sono induzido pela arma que ela nunca deixava de portar. Um doçura, mas com uma inclinação a sociopatia assustadora.

Nesse clima ameno, o duque decidiu despir suas vestes formais, adotando um conjunto cuidadosamente selecionado por Neuvillette. Em geral, não se incomodaria em trocar suas vestimentas, mas, infelizmente, sua figura era amplamente conhecida, e hoje desejava passar o mais despercebido possível ao visitar o mercado cinza. Ao se observar no espelho, no entanto, questionou-se se seria possível.

A calça de tom médio de cinza realçava consideravelmente sua figura – algo que não era novidade –, mas, certamente, o tecido diferente causava certo desconforto. A blusa de mangas compridas e gola alta em um tom escuro de azul abraçava seu corpo, delineando seus músculos superiores em detalhes. E um sapato social marrom com salto não era, definitivamente, sua preferência.

Embora fosse uma vestimenta bela e Neuvillette tivesse feito o seu melhor ao atender ao seu pedido por algo mais simples, ainda assim não parecia ser verdadeiramente ele. É por isso que ele se empenharia ao máximo para usá-la à sua maneira. As correntes foram os primeiros elementos a entrar em cena. Suas amadas correntes, sem o broche com sua insígnia, foram alocadas como uma gargantilha em seu pescoço, caindo em voltas que abraçavam seu tronco. Prendeu mais duas no cinto. Trocou os desconfortáveis sapatos sociais por um par de coturnos, optando por um modelo tratorado de cano baixo negro.

Além disso, decidiu usar um dos presentes que ganhou de Clorinde e nunca teve oportunidade de experimentar: um sobretudo longo e negro, com aparência simples por fora, mas com tantos bolsos e espaços para arma por dentro quanto possível. Por fim, finalizou com luvas, no mesmo estilo de sempre, mas sem sua insígnia nelas, adornado com anéis simples de prata em todos os dedos. Era irônico sua inclinação para prata a qualquer outra preda ou metal precioso dado quem era. Uma afronta direta a sua verdadeira natureza.

Sim, aquilo era muito mais ele do que as roupas requintadas da corte, sem todos aqueles babados. Agora estava pronto para sua jornada até a superfície.

[...]

— Que diabos está acontecendo?

Childe se aproximou lentamente da localidade do refeitório Coupon, onde a maior multidão que ele já viu estava aglomerada. A grande concentração de presos e guardas reunidos, mesmo durante o horário de jantar, era alarmante. No entanto, não parecia que estava acontecendo uma briga; pelo contrário, todos pareciam encantados, animados com seja lá qual fosse o motivo.

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