Cap 17 - Uma conversinha

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Maraisa Pereira:

— Você vai acabar caindo, Marília! 

— Não se preocupe. — Ela exprime, fingindo que está tudo sob controle, mas não está. 

Resolvemos fazer uma trilha, é domingo de manhã e iremos voltar para Seattle hoje à noite. Pegamos uma trilha mais complicada, que nos leva até o topo da montanha. 

Nos deparamos com uma pedra muito grande, muito íngreme e difícil de escalar — para não dizer impossível — sem material adequado. 

Agora, estamos todos olhando para o alto, onde Marília está trepada na rocha, em nenhuma maldita corda a segurando. 

Uma queda dessa altura.... no mínimo um braço ela quebra. 

— Ela vai acabar morrendo. — Henrique sussurra no meu ouvido. 

— Não jogue praga. 

Marília faz um movimento com a perna, subindo ela um pouco mais e impulsionando o corpo para cima, e finalmente sua mão alcança o topo da pedra. Não demora muito para que ela consiga chegar são e salva lá em cima. 

— Podem vir. É tranquilo. — Ela berra para que possamos ouvir com clareza. Assim que ela nos chama, a falação se instala no nosso grupo. 

Ninguém quer morrer. 

— Vamos subir pela trilha normal. — Digo o mais alto que consigo. — Nos encontre na cachoeira. 

Ela faz um sinal de jóia com a mão e nosso pequeno grupo começa a se deslocar. 

•••

— Vocês demoraram. — Marília envolve meu pescoço com seus braços e aproxima seus lábios dos meus. — Sabia que tem uma caverna embaixo da queda d'água? — Ela sussurra. 

— Não sabia. 

— Eu fiquei pensando. Seria bem legal transar em uma caverna, com um monte de água nos escondendo. — Não seguro o sorriso. 

— Você tem uns fetiches estranhos, senhorita Mendonça. 

— Só com você. 

— Deve ter morcegos alí, e outros bichos. Não quer esperar até chegarmos ao chalé? — Marília parece ponderar, e quando chega a uma conclusão, suspira. 

— É, é melhor esperar. 

Um barulho de água espirrando me desvia a atenção. Maiara e Anitta acabaram de pular na cachoeira. Perto da borda, Bruno e Bruna estão deixando seus pertences dentro das bolsas e parecem se preparar para pular também. 

— Você quer? — Marília pergunta. 

— Isso deve estar um gelo. — Murmuro. — Eu quero. 

— Sei que vou me arrepender, mas não vou ficar para trás. — Henrique diz e sai correndo, ele pula, abraça suas pernas e afunda na água. 

Marília me solta e deixa sua mochila cair ao nossos pés. Ela retira os sapatos, depois a camisa e quando percebo que irá abaixar a bermuda, a impeço. 

— Vai ficar pelada? 

— De cueca. Não quero molhar as roupas. 

— Fica só de bermuda. Para que ficar de cueca? — Cruzo os braços. E sim, estou com ciúme, foda-se. 

Ela sorri, percebendo minha atitude. Marília se aproxima de mim e me beija castamente. 

— Adoro que tenha ciúmes, baby. Mas eu realmente não quero molhar minhas roupas. 

My Father's Partner - Malila | Gp Onde histórias criam vida. Descubra agora