My Father's Partner - Malila | Gp

Cap 2 - Acho que me fodi

Marília Mendonça:

— Você está pirando, Marília. — Henrique diz, não dou a mínima. Faz uma hora que estou procurando a tal Maraisa, mas ela simplesmente sumiu. — Ela foi embora.

— Ela não foi. — Digo baixo. Estou sentada em uma das cadeiras acolchoadas e em formato de meia lua. O bar do segundo piso fica de frente para a pista de dança.

Uma música que não conheço está tocando, é uma batida diferente, mas é dançante. Não que eu goste de dançar, não gosto e sou péssima nisso.

Meu humor está mil vezes pior do que quando cheguei, tudo por culpa dessa morena.

— Ei, acho que achei a garota. — Henrique cutuca meu ombro e aponta para um dos cantos da pista de dança. — Não estava achando pois ela trocou de roupa.

Forço um pouco a vista, mesmo que o ambiente seja iluminado pelas luzes coloridas de balada, ainda é escuro.

O rosto é o mesmo, é ela? Não, não é, impossível.

— Não é ela, essa tem o cabelo ruivo. — Digo, ainda olhando a garota dançar. — E o corpo é diferente, essa é mais magra.

— Mas é igual. — Afirmo. — Gêmeas?

— Só pode. — Balbucio. Se a irmã está aqui, ela também está.

Vamos lá, Maraisa... Onde está você?... Apareça....

— Parece que temos uma aniversariante aqui. — O DJ diz no microfone e para a música. — Quero que ilumine nossa aniversariante.

As luzes se apagam e somente uma luz fica acesa, iluminando uma garota específica no meio da pista.

Ahh.... Achei você.

E alí está Maraisa, parada do lado da garota de vermelho e ao lado da de cabelo ruivo. São gêmeas, com toda certeza.

Uma música de aniversário começa a tocar e percebo a de vermelho ficar envergonhada, enquanto Maraisa canta "parabéns para você" aos berros.

Assim que a música para, o DJ deseja um feliz aniversário a menina e a música normal de boate começa a tocar. Vejo Maraisa se afastar de seu grupo de amigos, indo até o bar.

— Vou nessa. — Digo, sem deixar que Henrique fale algo.

Ela está debruçada sobre a bancada de madeira, rindo de algo que vê no celular.

— Vai me dizer o que tinha naquela bebida? — Pergunto, sentando-me ao lado dela. Maraisa não olha para mim, mas seu sorriso se abre assim que ouve minha voz. É um sorriso lindo.

— Eu não faço a menor ideia dos componentes. Só sei que é bom. — Ela finalmente olha para mim. Mesmo estando com uma péssima claridade, consigo ver os traços perfeitos de seu rosto. — Você demorou me achar.

— Sabia que estava te procurando? — Questiono no mesmo tom de voz que ela. Baixo e sereno, carregado de tesão.

— Eu não tirei os olhos de você desde mais cedo, então sim, sabia. — Atrevida. Eu gosto disso. — Agora você me achou. — Ela aproxima seu rosto do meu, quase encostando nossos lábios. — O que vai fazer agora?

Não espero uma segunda pergunta. Levo uma das minhas mãos até sua nuca, puxando seu cabelo e trazendo seu rosto para o meu.

Estou me sentindo a droga de uma adolescente desesperada.

— Já fiquei com outras mulheres, mas acho que nenhuma igual você.

— Vou te surpreender.

Sinto sua língua pedir espaço para invadir minha boca e concedo com prazer. Porra de boca gostosa. Maraisa arranha meu pescoço com uma das mãos enquanto a outra está em meu cabelo.