Tomo meu café sentada na cama, encostada em sua cabeceira acolchoada. Brahms estava posicionado ao meu lado, observando-me comer, mas sem dizer uma sequer palavra.
Após aquele momento íntimo, sempre pairava no ar um silêncio desconfortável... Talvez por não sabermos o que dizer após aquilo.
- Esses ovos estão muito bons, tem alguma receita especial?
Falo dando um sorriso de canto, tentando descontrair aqueles olhos paralisados sobre mim... Brahms parecia um psicopata com aquele olhar frio.
- Quem sabe.
- Você sabe cozinhar bem assim desde quando?
- Desde que "eu morri".
- Ah... Sem mais explicações?
- Ou eu aprendia a cozinhar, ou morreria de fome.
- Certo... Então tudo você aprendeu sozinho?
- Sobrevivência.
Concordo com minha cabeça em sua direção, sinto que ele não se esforçava muito para puxar assunto ou conversar comigo.
- Então você faz o estilo caladão, não é?
Falo com um enorme tom sarcástico em minha voz enquanto coloco o prato de comida na cômoda ao lado.
Mas Brahms não concorda e nem discorda, apenas continua encarando-me mortalmente, parecendo que não gostou da brincadeira.
- Foi apenas uma brincadeira.
Digo enquanto passo o guardanapo nos lábios... Estava sendo difícil de quebrar o gelo.
- .. Brincadeira?
- ... Sim.
- Você gosta de "brincadeiras"?
- Ah, dependendo de qual for, sim.
Era uma época boa quando eu tinha que me preocupar apenas com qual jogo iria escolher para o próximo dia...
- Espere-me aqui.
Brahms levanta-se da cama e anda até a porta, mas logo pergunto para ele:
- Para onde está indo?
- Preciso cuidar da mansão.
Ah... Claro. Deveria suspeitar que por eu não estar fazendo tarefa alguma durante os últimos dias, Brahms estaria fazendo-as por mim.
Não havia televisão no quarto, apenas alguns livros sobre as estantes na parede, não saberia por quanto tempo Brahms estaria fora.
Começo a folhear uma revista antiga sobre casas e paisagens exóticas. Não queria arriscar sair do quarto outra vez e ver aquele brutamontes correndo atrás de mim como se eu fosse sair voando pelo teto.
Provavelmente, quase uma hora depois, a porta cinzenta do quarto abre-se, com Brahms entrando por seus passos rápidos e largos.
- Está pronta, Greta?
Fecho a revista em seguida e fito-o em curiosidade.
- Pronta para quê?
- "Brincar" comigo.
Arrasto o meu corpo e sento-me na beirada da cama, ainda não entendendo o seu objetivo aqui.
- Não acha que estamos meio velhos para isso?
Uma risada sinistra e abafada ecoam por baixo da máscara de Brahms... Isso não era um bom sinal.
- Pensei que gostava de fazer brincadeiras com o meu jeito.
- Não estou entendo você, Brahms. Está querendo me dar o troco por nada?
- Apenas ensinar a você como se "brincar" de verdade.
Deus, ele havia ficado rancoroso apenas por eu tê-lo chamado de caladão... Imploro por forças para aguentar esse homem.
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Brahms - Conexão Fatal
Fanfikce๑Dark Romance๑. +18 Apenas um boneco... Um maldito boneco... Ao menos era isso o que todos pensavam. Não, Brahms nunca foi só isso. Ele surgiu por entre as paredes da mansão, seu corpo foi até mim... Todo aquele tempo cuidando de um boneco de porce...