No capítulo anterior:
Então, num instante de puro caos, um tiro ecoa no porão, seguido pelo angustiante choro de um bebê, rompendo o silêncio tenso.
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Capítulo 20
Autora:
Doyun se assustou profundamente ao ouvir o som ensurdecedor de um tiro cortando a cacofonia de vozes que preenchia o porão. A discussão acalorada entre Kang, Nikolai e Liu Han, criava um tumulto de gritos e acusações, enquanto a tensão no ambiente atingia seu ápice. O tiro, repentino e estrondoso, sobrepôs o caos e fez os olhos de Doyun se arregalarem em pânico.
Ele imediatamente virou a cabeça para os bebês que segurava em seus braços. O bebê de cabelos pretos, um recém-nascido com fios finos e escuros caindo desordenadamente sobre a testa, estava chorando intensamente. Sem compreender o que estava acontecendo, o bebê reagiu ao som com um choro agudo e desesperado. Suas pequenas mãos estavam fechadas em punhos, e as lágrimas escorriam pela sua pele pálida, uma resposta instintiva ao susto.
De repente, Doyun sentiu uma sensação fria e úmida em seu ombro. Olhando para baixo, percebeu que algo de cor escarlate estava pingando sobre ele . Sangue. Ele sentiu o coração acelerar e a respiração ficar curta. Com um movimento trêmulo, levantou a cabeça, os olhos arregalados pelo medo.
Seu pai estava à sua frente, a mão firme segurando uma arma. Seus olhos, normalmente cheios de ternura, agora estavam gélidos, fixos no corpo caído ao lado. O tio de Doyun, o homem que o havia sequestrado, estava no chão, imóvel, uma poça de sangue se espalhando rapidamente pelo porão.
O mundo ao redor de Doyun parecia se distorcer, os sons abafados, como se estivesse submerso em um pesadelo.
"Pai...", Doyun conseguiu sussurrar, mas a palavra morreu em sua boca, sufocada pelo choque.
Seu pai abaixou a arma lentamente, o olhar finalmente se desviando do corpo inerte e encontrando o de Doyun.
"Eu tive que fazer isso, Doyun", a voz de seu pai era baixa, quase um lamento. "Ele nunca mais vai te machucar."
Mas a mente de Doyun não conseguia processar as palavras. Tudo o que ele podia fazer era ficar ali, paralisado, enquanto o sangue de seu tio escorria por suas roupas e a imagem de seu pai com a arma ainda queimava em sua retina.
O som dos bebês continuava ecoando no porão, seus choros cortando o silêncio com um desespero inocente. Doyun, ainda tremendo, tentava acalmá-los, balançando-os suavemente enquanto as lágrimas corriam pelo seu rosto. O peso de tudo o que tinha acontecido o esmagava, mas ele se agarrava à tarefa de cuidar dos pequenos, tentando encontrar alguma paz naquilo.
Nikolai surgiu das sombras, seu rosto duro suavizado por uma compaixão rara. Sem dizer uma palavra, ele se aproximou e, com um gesto firme e delicado, pegou os bebês dos braços de Doyun, acalentando-os com uma facilidade que parecia natural para ele. Os pequenos soluços começaram a diminuir, o calor do corpo de Nikolai os confortando.
Ao mesmo tempo, Kang, com seus braços fortes e protetores, envolveu Doyun, levantando-o do chão. Ele o segurou com firmeza, mas com uma gentileza que Doyun precisava desesperadamente. O mundo parecia desmoronar ao seu redor, mas no abraço de Kang, ele encontrou um ponto de ancoragem.
— Acabou, Kang? — Doyun sussurrou, a voz rouca e trêmula, seu rosto escondido no peito de Kang. — Finalmente acabou?
Kang hesitou por um momento, sentindo o peso daquela pergunta. Ele sabia que, para Doyun, o trauma ainda estava presente, as cicatrizes ainda frescas. Mas também sabia que, de alguma forma, eles tinham superado o pior.
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Destinado aos Alfas
RomanceDo-yun, um Beta, vê sua vida virar de cabeça para baixo após ser drogado em uma festa, resultando em uma noite com dois Alfas Dominantes. Duas semanas mais tarde, ele enfrenta sintomas desconcertantes, como náuseas e tonturas. A situação atinge um...