This is a party, my baby!

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Noah

- Eu estou saindo! - gritei, indo até a porta com a chave do carro no dedo indicador.

- Querido, seu pai e eu precisamos conversar com você..que horas estará em casa?
Ergui meus olhos em direção a escadaria, observando brevemente a mulher que acaba de surgir no topo dela e encolhi os ombros.
- Não sei mãe, a gente conversa amanhã - não conversariamos.

- Amanhã seu pai o quer em casa cedo, não se esqueça.

- Diga a ele para não contar isso - foi minha última palavra antes de sair batendo a porta atrás de mim.
Não sou um tipo de garoto rebelde ou revoltado com a vida, mas, às vezes tenho a impressão de que meus pais nunca tiveram adolescência. Eles são tão retrógrados! Ao meu ver, jovens da minha idade precisam mesmo é se divertir: é Lei! É impossível trabalhar e ter essa diversão ao mesmo tempo. Enquanto tiver quem faça isso por mim, eu não o farei. Minha mesada garante que eu viva melhor do que muita gente já aposentada que passou a vida toda trabalhando, e está para nascer quem me faça pensar diferente.

Parei o carro em frente a uma das casas de alto padrão do meu bairro e buzinei. Não demorou muito para Zoe aparecer com seu salto agulha e um short que, para mim era mais parecido com uma calcinha. Os cabelos dourados, que caíam em ondas suaves até o ombro, cintilavam sob a fraca luz dos postes, conforme ela caminhava rebolando sua bunda avantajada, e os olhos cor de mel adquiriram um brilho travesso ao sorrir para mim.
- Boa noite amor- cumprimentou ao abrir a porta e ocupar o banco do carona, enquanto eu alcançava o porta-objetos e tirava de lá uma flanela azul e desgastada que costumo levar para limpar os vidros do carro.
Zoe se inclinou para me beijar, mas estendi o pano antes que o fizesse:
- Limpe a boca primeiro.

Ela piscou por um segundo sem entender, mas logo o pegou, limpando o batom brilhante cor vermelho sangue da boca.

Garota patética. Achava que eu era idiota o suficiente para não saber que estava comigo apenas pelo meu dinheiro. Se não fosse tão boa na cama já teria dispensado há muito tempo.
- Melhorou?
Como resposta, a puxei pela nuca e obtive o beijo que ofereceu a momentos atrás.

______

Apesar de estar localizado na periferia, o apartamento tinha estilo, devo admitir. Embora pudesse jurar que meu quarto fosse maior que todos os cômodos juntos, ele tinha certa elegância, com os móveis variando as tonalidades entre preto e branco.
Soube que o lugar pertencia a um novo aluno que acabou de se matricular na universidade onde estudo. Eu nunca o vi- aliás, nem sei seu nome-, mas dar uma festa foi a maneira que ele encontrou de se enturmar. Bem pensado.

- Vou pegar uma bebida- avisei Zoe quando ela pareceu se distrair cumprimentando alguns conhecidos, sabendo que a música alta não a deixaria escutar realmente o que acabei de dizer.
Afastei-me dela e depois de um tempo deliberadamente a evitando, perdi as contas de quantas garotas já havia beijado, tal como quantas músicas já havia dançado. Eu podia sentir o suor brotando em meu corpo e ainda nem chegara á metade da noite.

Havia acabado de tomar meu quarto copo quando pude ouvir alguém esmurrar a porta do outro lado, o que me fez rir. A música estava tão alta que quem quer que fosse poderia facilmente passar a noite inteira ali e ninguém iria escutar.
Coloquei o copo vazio sobre a mesa e assim que girei a maçaneta, por pouco, a garota de cabelos longos e pele negra não caiu em meu colo.

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Diarra

- Você deveria pensar em se divertir um pouco- Yoon disse sentando- se no sofá com sua caneca de achocolatado.
Larguei minha caneta sobre o caderno e passei as mãos em meu cabelo, soltando um suspiro cansado.
- Será que esses imbecis não sabem que a madrugada de uma segunda-feira não é uma boa hora para fazer uma festa, ainda mais em um prédio?
- Bem, você precisa admitir que a música é boa- ela deu um gole em sua bebida e estalou a língua quando a olhei de cara fechada.

The Price Of HappinessOnde histórias criam vida. Descubra agora