𝐂𝐀𝐏 𝟎𝟗

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O dia seguinte da invasão, foi dado como recesso para os alunos.

Os professores e a diretoria da U.A se empenharam durante todo aquele dia para descobrir o que realmente tinha acontecido para que aquela invasão tivesse acontecido, e também para aprimorar os sistemas de segurança da escola.

Mizu levantou cedo naquele dia. Apesar de não ter aula, ficar socada dentro de casa não ajudaria nos pensamentos dela.

O dia estava com o clima agradável, algumas nuvens no céu e uma brisa fresca. Perfeito para ficar do lado de fora.

Como ela sempre fazia nas horas vagas em que não queria ficar com os pensamentos alheios tomando conta, decidiu ir treinar alguns movimentos na floresta próxima de sua casa.

Vestiu uma calça larga e bem leve, uma regata branca e chinelos. Não gostava de treinar com sapatos, então usaria os chinelos apenas para ir até o local.

O que tinha acontecido na USJ mexeu com Mizuki. Sentia uma culpa por não ter conseguido ajudar Aizawa devido o seu corpo ter chego ao limite e isso a motivava a não tirar o dia para descansar, mas para treinar.

Aproveitou que a avó tinha saído para trabalhar.

Mizuki seguiu calmamente pelo mesmo caminho que fazia, sempre que treinava. Nos seus fones de ouvido uma música típica japonesa e motivacional tocava, lhe dando mais inspiração ainda.

O bosque não ficava a cinco minutos de caminhada desde sua casa, então rapidamente ela chegou ao amontoado de árvores.

As folhas e a sombra feita pelas árvores deixavam o ambiente em que ela estava um pouco mais frio que o normal. Mas isso não era incômodo para Mizuki. Estar presente ali, sentir as sensações do frio e do quente se misturando em seu corpo era algo que ela amava.

Tirou os chinelos e deixou ao lado de uma árvore, retirou os fones e se colocou bem ao meio daquele espaço entre as árvores, como uma clareira.

Mizu flexinou os joelhos e fechou os olhos. Posicionou suas mãos na frente do corpo. Inspirou todo o ar que pode, sentindo o gélido resfriar seus pulmões. Soltou o ar e começou a fazer movimentos fluidos de baguazhang.

Antes da morte do avô, ele estava começando a ensinar ela a juntar as artes marciais com suas individualidades. Mas não deu tempo de ensinar muita coisa.

Agora, a Hashida treinava isso sozinha.

Preciso ultrapassar meus limites.

Era o que Mizuki pensava enquanto seus braços se mexiam disciplinadamente e suas mãos começavam a fazer as folhas do chão levitarem. Mesmo com olhos fechados, ela conseguia sentir sua individualidade trabalhando, erguendo as poucas folhas caídas.

Com o passar dos movimentos, as pernas de Mizuki também começaram a se moverem, levando a menina de um lado para o outro, dando chutes e flexionando os joelhos.

Os movimentos de baguazhang que ela fazia eram mais como uma dança sincronizada entre seu corpo, sua mente e suas individualidades.

Sua mente divagava entre ela, entre o dia da prova e entre o que aconteceu na U.S.J, Zuki focava no seu limite, almejando atingi-lo.

Sentiu a cabeça começar a doer e a fraqueza atingir seu corpo, mas ficou feliz por saber que dessa vez tinha demorado mais tempo do que antes para atingir seu limite.

Talvez seu corpo estivesse começando a entender que era para se fortalecer, que era para passar os limites e suportar. Que era para ser forte.

Talvez sua mente e alma passaram a entender que isso não era só por ela ou por ser uma heroína, mas por seus pais assassinados e pelo seu avô falecido. Tanto física como mentalmente, Mizuki Hashida tinha que se superar. Tinha que ultrapassar o limite.

𝐇𝐀𝐒𝐊𝐈𝐄𝐍 | bnha |Onde histórias criam vida. Descubra agora