Corruption: Uma História de Mattheo Riddle

17 - Silence (silêncio)

Ele pensou em Violet todos os dias de todas as semanas de férias

Sentiu tanta falta dela que um dia não aguentou, se viu na frente da casa dela, em meio toda neve, se controlando para não entrar

Mattheo voltava de missões coberto de sangue que não era seu, invocava a marca negra no céu, capturava espiões e desertores e os fazia falar. Já havia feito tantas coisas terríveis a mando de seu pai durante esses últimos anos que já estava anestesiado

Não sentia mais arrependimento ou pena quando matava, os fantasmas de suas vítimas não o assombravam mais a noite. Algumas vezes até sentia prazer de o fazer, principalmente porque sabia que aquelas pessoas mereciam

Desertores. Todos que seu pai o ordenava perseguir, torturar, interrogar e matar eram traidores, pessoas que mataram e armaram contra diversos inocentes mas se livraram da punição tramando contra o lorde das trevas que juraram seguir

Riddle sabia que no fundo era um castigo, um aviso de Voldemort do que aconteceria caso ele ousasse pensar em mudar de lado. Mas no final das contas era uma benção, porque toda noite ao deitar a cabeça na cama ele só conseguia pensar que pelo menos não era sangue inocente que manchava suas mãos

Então ele não sentiu nada por muito tempo, mas ela apareceu

Quando a viu pela primeira vez ele quis a levar a ruína, acabar com aquela ingenuidade, sua perfeição fabricada, mas ela que o destruiu. E agora tudo que ele fazia era sentir

Sentia falta dela, do seu humor explosivo, aquela raiva que ela lutava tanto para esconder para si, sua fé nas pessoas, seu toque, sorrisos, olhares, aquela boca que ele jamais se cansaria de beijar

E quando Mattheo viu Violet entrando no expresso Hogwarts e se obrigou a passar reto sem sequer a encarar a dor que sentiu com isso foi maior do que a que sentiu ao obter qualquer uma de suas diversas cicatrizes

Estarem juntos significava terminar como uma tragédia shakespeariana

Riddle faria tudo, inclusive se separar dela, para mantê-la a salvo. Benoit não se importaria de correr perigo para ficar ao lado dele. Ela não tinha medo de morrer, ele sabia que haviam coisas piores que a morte

E quando Violet percebeu que ele fez questão de passar por ela sem trocar um olhar, ela soube que preferia acabar como Julieta do que aguentar àquele silêncio

Era uma volta as aulas difícil, ter que se despedir dos pais e aturar todas as merdas que se desenrolavam em sua vida no momento. Ter que encarar Harry, e suas mentiras. E o pior, aguentar toda distância que Mattheo insistia em manter entre os dois

Ela embarcou no expresso Hogwarts com todas essas questões em sua mente, e com a esperança de que as coisas melhorassem. Mas em pouco tempo ela percebeu que isso não aconteceria

-Nossa, mil desculpas!
Disse Hermione ao esbarrar nela, sem perceber com quem estava falando

Sua expressão mudou totalmente ao virar e encarar Violet

-Mione...

-Se eu fosse você teria vergonha de sequer tentar falar comigo.
Respondeu rispidamente

-Por favor, me deixe explicar.
Vio suplicou

-Explicar o que? Que você é uma traidora de merda?

-Eu sei que o que eu fiz com Harry errado.
Disse de forma embolada, tentando justificar o injustificável

-Eu até te perdoaria pelo que fez com Harry, mas jamais por com quem você fez. Nunca poderei te perdoar por deitar com o filho do homem que deseja exterminar pessoas como eu.