Capítulo IV

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Millie estava sozinha naquela imensa mansão, sem nada para fazer a não ser lamentar a morte de seu marido e do sumiço repentino da sua única companhia. É claro que haviam várias coisas a se fazer, como ouvir músicas, ler livros e cuidar do jardim, mas ela preferia ficar remoendo tudo.

Suas tardes haviam se tornado escuras e monótonas, sem algum pingo de esperaça no futuro, aos poucos, Millie foi se transformando em algo completamente diferente do que ela já fora anteriormente; seus cabelos, outrora negros como ébano, sedosos e amarrados em um belo coque com tranças, agora estavam bagunçados, sem brilho e com fios brancos de estresse. Seu rosto, antes repleto de energia e com olhos brilhantes, estavam com olheiras profundas e olhos sem vida.

Haviam alguns espíritos que se aproveitaram da energia ruim da casa para morarem lá. Fizeram uma bagunça, atormentaram Millie e fizeram de sua vida um inferno.

Ela decide dar um basta em toda aquela baderna, mas como faria isso?

Millie passou muito tempo pensando no que fazer, até que decide que deveria jogar sal grosso pela casa.

- Certo... vamos lá! - ela pega um saco que continha várias pedras graúdas de sal marinho e começa a espalhar pela casa, colocando principalmente na porta da frente e nas janelas - A casa já foi, agora temos que dar um jeito nesse meu rosto... estou horrível! Millie pega o mesmo saco e o leva para o banheiro. Ela enche a banheira de água quente, joga o sal grosso e começa a se despir. Seu belo corpo e rosto estavam pálidos, mais pálidos do que o comum para um fantasma como ela.

Ela solta seu coque, deixando o cabelo cair, ficando em uma altura um pouco acima de seus seios.

Millie finalmente entra na água quente, sentindo uma grande onda de calor que a deixa satisfeita.

- Eu estava precisando disso... já fazia tempo desde que eu não tomo um banho tão relaxante como esse.

A mulher mergulha na banheira, ficando submersa por algum tempo, logo, volta a se sentar, pega um shampoo e começa a lavar seus cabelos, que precisavam de um cuidado após todo esse estresse. Ela enxagua o cabelo e começa a se ensaboar, limpando todo o seu belo corpo fantasmagórico.

Após o banho, ela seca seu cabelo e veste um belo vestido azul com flores douradas.

- O que eu devo fazer agora...? Já li vários livros, escutei várias músicas, bordei vários tecidos, cozinhei, limpei...

Aflita, a mulher olha a janela selada de sal grosso e vê de relance uma casa. Aquela era a casa dela.

Ela decide ir até lá, ver como as coisas estavam.

Entrando lá, ela vê uma casa abandonada, cheia de pó e de aranhas, a corda que ela havia usado ainda estava por lá e haviam manchas do sangue de Alexander que não tinham sido limpadas.

Millie se surpreende em ver que ninguém se deu ao trabalho de limpar o sangue ou tirar a corda, então, pega um balde de água, uma barra de sabão e um pano.

Umidecendo o pano no balde, ela envolve o pano no sabão e começa a passar por cima das manchas. Quando terminou, tira a barra de sabão do pano e começa a enxaguar o pano na água do balde, usando o resto da água para tirar o sabão que restava.

Também pegou um espanador e começou a tirar toda a poeira e teias de aranha que estavam por lá.

Uma vez que teria terminado o serviço, ela abre todas as janelas para arejar o local e se senta em sua cadeira de balanço na frente de casa, assustando todos que passavam por lá.

...

Edgar adormece.

Ele sente alguém esbarrar nele com força, então se vira e vê um jovenzinho com cabelos escuros e olhos claros.

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⏰ Última atualização: Mar 06 ⏰

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